quinta-feira, 3 de julho de 2014

O voto ideológico nas eleições gaúchas


As eleições, como o futebol, são uma caixinha sem surpresas.
Os partidos políticos são pragmáticos, entregam seus programas e estratégias aos departamentos de marketing e não levam muito a sério questões de ideologia. Em busca do resultado, rompem com seus semelhantes e aliam-se aos oponentes.
Já os eleitores, ao contrário do que diz a vulgata, são mais coerentes: votam em pessoas ou votam ideologicamente.
Nas eleições gaúchas de 2014, muitos eleitores votarão ideologicamente na dupla Ana Amélia e Lasier Martins, afinada em termos de ideias e perspectivas, corrigindo as distorções produzidas pelos esquemas e arranjos partidários.
Do outro lado, a dupla Tarso e Olívio será escolhida também ideologicamente.
José Ivo Sartori tentará repetir Germano Rigotto e Yeda Crusius, correndo por fora, como se fosse o neutro da disputa, mas enfrentará enormes dificuldades na medida em que, ao contrário de outras eleições, há polorização, mas não confronto baseado no ódio exacerbado. Os eleitores não terão de fugir da guerra entre Tarso e Ana Amélia para a paz de Sartori.
Poderão ficar diretamente com Ana Amélia.
Lasier Martins e Ana Amélia serão beneficiados também pela ideologia midiática do eleitor.
Para muitos, votar é como pedir um autógrafo.
Nessas observações não entra qualquer julgamento. São apenas constatações.
Em relação à disputa federal, as candidaturas de oposição a Dilma vão explorar dois temas: nunca houve tanta corrupção no país e a economia vai de mal a pior. Eduardo Campos precisará explicar a razão de ter passado tanto tempo como aliado do governo que agora rejeita como corrupto. Aécio Neves não carrega esse peso, mas precisará explicar todas as acusações relativas à corrupção nos governos tucanos de São Paulo, como o propinoduto da Alstom. Sem contar o mensalão mineiro.
E o petismo terá de provar que deixou seu mensalão para trás e que a sua corrupção não é tão grande assim.
Estão todos no mesmo saco.
Deles, cada eleitor tirará um coelho.
O perigo é comprar gato por lebre.

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