JOSÉ SEBASTIÃO WITTER (1933-2014)
Sua vida era ensinar história, até a do futebol
ANDRESSA TAFFARELDE SÃO PAULO
Sob orientação de Sérgio Buarque de Holanda, José Sebastião Witter destacou-se como historiador, analisando inclusive assuntos até então "malvistos" pela academia, a exemplo do futebol.
Antes de tudo, porém, considerava-se professor de história, e dos melhores. "Sempre fui um bom professor, não tenho falsa modéstia", disse certa vez em entrevista à revista "Pesquisa Fapesp", da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Witter começou a carreira como docente, dando aulas em colégios públicos a partir de 1954. Depois, formou-se pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, à qual voltaria mais tarde para ser assistente do então catedrático Sérgio Buarque de Holanda.
Como professor de graduação, dedicou-se à história do Brasil colonial, imperial e republicano. Já em suas pesquisas, abordou temas "novos", como o futebol --no começo, era visto como alguém que "estudava bobagens".
No final dos anos 70, o são-paulino Witter participou do projeto "Memórias do Futebol", do MIS (Museu da Imagem e do Som). Em 1990, ano da Copa na Itália, publicou o livro "O Que É Futebol".
"Fora dos muros da universidade", como costumava dizer, dirigiu por 11 anos o Arquivo Público do Estado de São Paulo. Foi ainda diretor do Instituto de Estudos Brasileiros e do Museu Paulista --mais conhecido como Museu do Ipiranga--, função na qual se aposentou, em 1999.
Morreu na segunda (7), aos 81, de infarto. Viúvo havia três meses após 60 anos de casamento com Geraldina, deixa três filhos e quatro netos.
Reprodução da Folha de São Paulo.
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