sábado, 15 de novembro de 2014

Número de protestantes aumenta em países latinos

Número de protestantes aumenta em países latinos

Apesar de papa, Igreja Católica perde fiéis
DE SÃO PAULO

A escolha do argentino Jorge Bergoglio como papa Francisco não mudou o cenário de crescimento do número de protestantes e queda no de católicos na América Latina, segundo estudo do Centro Pew Research divulgado nesta quinta-feira (13).
Segundo o levantamento, 69% da população da região é católica, 19% protestante e 8% seguem outras religiões. Outros 4% disseram que não têm religião ou não seguem nenhuma denominação.
A pesquisa mostra que a maior parte dos protestantes na região teve formação católica. Apenas 9% dos entrevistados foram doutrinados no protestantismo, enquanto 84% no catolicismo.
Nos últimos anos, a migração do catolicismo para o protestantismo foi maior na Nicarágua, seguida por Uruguai e Brasil. Guatemala e Honduras têm a maior parcela de protestantes (41%), um ponto a mais que a Nicarágua.
Na América do Sul, onde a presença da Igreja Católica é maior, o Brasil é o país com a maior proporção de protestantes, com 26%, e o Paraguai tem a menor, com 8%.
A maioria dos novos protestantes está filiada a denominações de origem pentecostal, como a Assembleia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus.
Entre os principais motivos para a mudança, está a busca por um contato mais próximo com Deus e a maior atração que o tipo de culto do protestantismo oferece.
Também há uma grande parcela dos católicos que seguem a vertente carismática.
O distanciamento da hierarquia católica dos fiéis é uma das principais críticas do papa Francisco, que assumiu no ano passado o comando do Vaticano.
A pesquisa foi feita com 30 mil pessoas em 18 países latino-americanos e em Porto Rico. As amostragens foram ponderadas de acordo com a representação de cada país na população geral.

CONSERVADORES

A maioria dos protestantes latinos rejeita o casamento gay e o aborto, sendo que em 12 territórios a parcela supera os 80%. Só no Uruguai as medidas são aceitas pela maioria da população geral.
Embora sejam contrários a essas questões polêmicas, protestantes em dez países desaprovam a influência de religiosos na política. No Brasil, ela é aprovada por 55% dos evangélicos.


Reprodução da Folha de São Paulo

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