Obama critica repressão policial nos EUA
Dois jornalistas e 15 manifestantes foram presos no 4º dia de protestos após morte de jovem negro no Missouri
Ação dos policiais da cidade de Ferguson faz governador do Estado transferir segurança para Polícia Rodoviária
Os confrontos gerados pela morte de um adolescente negro e supostamente desarmado pela polícia americana se tornaram mais violentos, e o presidente Barack Obama cobrou nesta quinta (14) "transparência" e criticou o "uso excessivo de força".
Em um discurso transmitido pela televisão, Obama disse que tampouco há desculpa para quem usa protestos para "vandalismo e saques".
"Todos devemos elevar nosso padrão de conduta, especialmente quem está em posição de autoridade".
A polícia de Ferguson, pequena cidade do Estado do Missouri, prendeu dois jornalistas e 15 manifestantes durante a quarta noite de protestos pela morte de Michael Brown, 18, que morreu no último sábado (9).
No domingo (10) e na segunda-feira (11), os protestos foram reprimidos duramente. Houve saque e destruição de lojas. Mais de 50 pessoas já foram presas.
Na quarta-feira (13), a polícia usou uniforme camuflado, gás lacrimogêneo e tanques contra centenas de manifestantes.
Wesley Lowery, um repórter negro do jornal "Washington Post", digitava em seu laptop em uma lanchonete quando foi detido "por demorar a guardar suas coisas e se retirar", disse a polícia.
Um morador que postava fotos nas redes sociais também foi detido.
A ação da polícia local fez com que o governador do Estado, Jay Nixon, transferisse a responsabilidade da segurança em Ferguson para a Polícia Rodoviária estadual.
Nixon indicou nesta quinta o capitão Ron Johnson, que é negro e cresceu na comunidade, para liderar a operação.
A polícia local se negou a revelar a identidade do agente que matou Brown.
A autópsia no corpo do jovem revelou que ele levou vários tiros, e agora o FBI --a polícia federal americana-- investiga o caso. Segundo a polícia, Brown começou a brigar com um policial que estava numa viatura e tentou retirar sua arma.
Parentes e testemunhas dizem que Brown não atacou o policial e estava com os braços para o alto quando recebeu os tiros.
Ferguson, de 21 mil habitantes, tornou-se majoritariamente negra nos últimos 20 anos; mas, do prefeito à polícia, o governo ainda é quase todo formado por brancos.
Reprodução da Folha de São Paulo.
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