A tendência demográfica negativa iniciada em 2012 se confirmou nos últimos tempos na Espanha, segundo se depreende dos dados da Projeção de População para o período 2014-2064, que foi divulgada nesta terça-feira (28) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as previsões do relatório, que adverte que em 2015 haverá mais mortes que nascimentos pela primeira vez, o país perderá 1 milhão de habitantes nos próximos 15 anos e 5,6 milhões nos próximos 50. Com isso, a população se reduziria a 45,8 milhões em 2024 e, se não houver um freio para o envelhecimento, a 40,9 milhões em 2064.
Fruto desse fenômeno, a porcentagem de população maior de 65 anos, que atualmente se situa em 18,2%, aumentaria para 24,9% em 2029 e se situaria em 38,7% em 2064. Com essa tendência, a partir de 2015 o número de mortes superaria pela primeira vez o de nascimentos em território espanhol.
Segundo o INE, a redução da população residente se deve principalmente ao aumento progressivo das mortes e à diminuição dos nascimentos, fenômeno que se veria especialmente aguçado a partir de 2040. Dessa forma, ocorreria um saldo vegetativo negativo a partir do segundo ano da projeção (2015), que representaria um total de 8 milhões de pessoas nos 50 anos projetados.
Por outro lado, o INE também projeta que entre 2014 e 2029 a expectativa de vida das mulheres aumentará três anos, para 88,7. Para os homens, ela crescerá quatro anos, para 84. A taxa de dependência, que é a relação entre o número de maiores de 64 anos e os menores de 16 sobre a população que se situa entre essas idades, aumentará dos atuais 52,1% para 59,2% em 2029 e alcançará 95,6% em 2064.
As únicas comunidades autônomas que ganhariam população nos próximos 15 anos são Canárias, Andaluzia, Baleares, Madri e Murcia. Nessas três últimas, o número acumulado de nascimentos superaria de fato o de óbitos nos próximos 15 anos.
Reportagem do El País, reproduzida no UOL. Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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