A NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), em parceria com sua equivalente britânica GCHQ, tem conseguido acessar grande parte de dados sob proteção digital na internet.
As informações foram divulgadas pelos jornais "New York Times" e "Guardian", com base em documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden.
O sistema de criptografia é usado para garantir a privacidade de internautas em contas de e-mails, chats, pesquisas em sites de busca ou em situações como transações bancárias.
Em 2000, poucos anos após perder uma batalha pública para tentar inserir uma "porta de acesso" em todos os sistemas de segurança de informação usados na internet, a NSA decidiu investir bilhões de dólares para conseguir "quebrar" softwares de criptografia comercial.
Segundo os documentos vazados por Snowden, a agência desenvolveu supercomputadores e conseguiu persuadir empresas de tecnologia a colaborar com seu plano. Os papéis não dizem quais são as companhias.
A NSA também invadiu ilegalmente computadores para criar pontos de acesso antes que eles fossem protegidos e usou sua influência como criadora de códigos para inserir pontos fracos em sistemas de segurança que serão padrão para desenvolvedores de hardware e software.
Segundo um memorando de 2010, a GCHQ foi informada dos esforços da agência americana e de que uma "vasta quantidade de informação na internet, que era até então descartada, agora pode ser explorada".
O principal sistema de acesso a dados criptografados, chamado Bullrun, é compartilhado com os serviços de inteligência do Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Um documento diz que a GCHQ trabalha, há pelo menos três anos, em sistemas de espionagem dos dados de usuários do Google, Yahoo, Facebook e Hotmail. No ano passado, a agência britânica diz ter conseguido "novas oportunidades de acesso" aos servidores do Google.
A NSA e suas parceiras tratam esses recentes sucessos como informação sigilosa, pois quer manter a crença dos usuários de que seus dados estão a salvo dos governos.
Um documento sobre o orçamento da NSA indica que a ação continua até hoje.
Fonte: Folha de São Paulo.
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