EI decapitou ex-diretor do sítio de Palmira, diz Síria
Khaled al-Assad teria sido morto porque era o responsável pelos 'ídolos' da cidade
O diretor de Antiguidades e Museus da Síria, Maamum Abdelkarim, disse nesta quarta (19) que a milícia Estado Islâmico decapitou Khaled al-Assad, 81, ex-chefe de antiguidades de Palmira entre 1963 e 2003.
Famosa por suas ruínas do Império Romano, a cidade foi dominada pelo grupo em maio passado. A morte foi noticiada pela imprensa estatal e pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Assad, que não tem parentesco com o ditador Bashar al-Assad, era um dos principais arqueólogos da Síria.
Abdelkarim diz que ele foi capturado em julho, com o filho, Walid, atual diretor de antiguidades de Palmira.
Funcionários do serviço de arqueologia acreditam que os terroristas o mataram porque o ex-diretor não teria revelado onde foram escondidas as antiguidades da cidade antes da chegada da milícia.
Dias depois, Walid foi liberado pelo EI porque sofria de uma doença crônica.
A mídia estatal e o Observatório Sírio dizem que Assad foi decapitado diante de dezenas de pessoas.
Imagens obtidas por ativistas da oposição síria, cuja autenticidade não foi comprovada, mostram o corpo que seria de Assad ao lado de uma das colunas da cidade.
Nas imagens também aparece um cartaz em que os extremistas o acusam de ser um partidário do regime sírio, por ter ido a reuniões no exterior "com infiéis", e de ser o diretor de "ídolos" de Palmira.
Formado em história e pedagogia pela Universidade de Damasco, Assad escreveu vários livros e artigos sobre Palmira. Na cidade, descobriu diversos cemitérios antigos, incluindo um nos jardins do museu da cidade.
Reprodução da Folha de São Paulo.
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