Repousa nas gavetas da Procuradoria Geral da República, em Brasília, a proposta de federalização dos crimes cometidos pela Polícia Militar em São Paulo.
Seria oportuno desengavetá-la, se o país, de fato, quiser se livrar de condenações aplicadas pelas cortes internacionais de direitos humanos.
A proposta surgiu para apurar os crimes de maio de 2006 - mais de 600 pessoas massacradas por grupos de extermínio, em ação articulada, ao que tudo indica, pela Secretaria de Segurança de São Paulo.
De lá para cá, a Polícia Militar de São Paulo transformou-se em uma máquina de assassinar jovens de periferia.
O modus operandi é conhecido de qualquer policial. Primeiro, aparecem os motoqueiros encapuçados assassinando as pessoas. Em seguida, uma viatura da PM para limpar as provas. Finalmente, o laudo inconclusivo do Instituto Médico Legal (IML).
Nos massacres de 2006, cessaram as mortes apenas quando bravos médicos do Conselho Regional de Medicina correram ao IML para fiscalizar os atestados.
Agora, nas investigações dos últimos massacres, repete-se a operação acobertamento.
A atitude do alto comando da PM de ordenar à corregedoria para invadir as investigações da Polícia Civil é claramente uma manobra para esconder vestígios que eventualmente identifiquem os verdadeiros mandantes das chacinas.
Ao acobertar as chacinas de 2006, São Paulo - entendido governo, Poder Judiciário, imprensa, entidades civis - colocou um monstro na rua. Enjaulá-lo de novo exige uma força e vontade políticas que não se vê na gestão Geraldo Alckmin.
Reprodução do Blog do Luis Nassif.
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