Artista Sandro Ka cria piscina de bolinhas coloridas na Praça da Alfândega
Intervenção urbana realizada nesta segunda discute situação de abandono dos monumentos e necessidade de revitalização dos espaços públicos de Porto Alegre
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A Praça da Alfândega, em Porto Alegre, amanheceu nesta segunda-feira com uma espécie de piscina repleta de bolinhas coloridas. A intervenção urbana foi realizada pelo artista Sandro Ka e uma equipe de colaboradores com o objetivo de ocupar de forma criativa e lúdica uma antiga fonte do local.
Com o trabalho, o artista propõe "uma reflexão sobre a situação de abandono dos monumentos públicos e sobre a revitalização dos espaços públicos da cidade". O espaço escolhido foi a fonte chamada A Samaritana, que nesta manhã virou um suporte artístico para um trabalho efêmero.
– Vamos ficar aqui ao longo do dia para acompanhar reações das pessoas e a dinâmica que o trabalho ganhará, já que o público pode interagir com as bolinhas – diz Sandro, comentando que buscou autorização das Secretarias Municipais do Meio Ambiente (Smam) e de Cultura (SMC) para sua intervenção em espaço público.
Chamada "Piscina", a intervenção integra pesquisa que Sandro Ka realiza junto ao mestrado em Póeticas Visuais do Instituto de Artes da UFRGS.
– A ação traz reflexões acerca da sensibilização do olhar dos espectadores frente aos processos de apagamento visual e situação de abandono dos monumentos públicos, numa perspectiva aliada aos novos usos e compartilhamentos do espaço urbano – comenta Sandro.
O artista conta que A Samaritana é um importante item da arte pública porto-alegrense.
– A versão transladada para a Praça da Alfândega em 1935 é uma réplica da escultura original de Alfred Adloff, criada em 1925 e inicialmente instalada na Praça Montevidéo no local onde atualmente situa-se a Fonte Talavera. Enquanto sua versão original encontra-se hoje dentro do Paço Municipal, sede da prefeitura, com acesso restrito e longe dos olhos da população, sua réplica na Praça da Alfândega passa por constante invisibilidade e esquecimento: um histórico que propõe reflexões sobre os processos de transformação dos bens patrimoniais ao longo do tempo, atualizando o debate sobre a presença e a manutenção de obras de arte no espaço público.
Reprodução de Zero Hora. Foto de Mateus Bruxei.
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