quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Artista Sandro Ka cria piscina de bolinhas coloridas na Praça da Alfândega

Artista Sandro Ka cria piscina de bolinhas coloridas na Praça da Alfândega

Intervenção urbana realizada nesta segunda discute situação de abandono dos monumentos e necessidade de revitalização dos espaços públicos de Porto Alegre


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A Praça da Alfândega, em Porto Alegre, amanheceu nesta segunda-feira com uma espécie de piscina repleta de bolinhas coloridas. A intervenção urbana foi realizada pelo artista Sandro Ka e uma equipe de colaboradores com o objetivo de ocupar de forma criativa e lúdica uma antiga fonte do local.

Com o trabalho, o artista propõe "uma reflexão sobre a situação de abandono dos monumentos públicos e sobre a revitalização dos espaços públicos da cidade". O espaço escolhido foi a fonte chamada A Samaritana, que nesta manhã virou um suporte artístico para um trabalho efêmero. 

– Vamos ficar aqui ao longo do dia para acompanhar reações das pessoas e a dinâmica que o trabalho ganhará, já que o público pode interagir com as bolinhas – diz Sandro, comentando que buscou autorização das Secretarias Municipais do Meio Ambiente (Smam) e de Cultura (SMC) para sua intervenção em espaço público.

Chamada "Piscina", a intervenção integra pesquisa que Sandro Ka realiza junto ao mestrado em Póeticas Visuais do Instituto de Artes da UFRGS.
– A ação traz reflexões acerca da sensibilização do olhar dos espectadores frente aos processos de apagamento visual e situação de abandono dos monumentos públicos, numa perspectiva aliada aos novos usos e compartilhamentos do espaço urbano – comenta Sandro.
O artista conta que A Samaritana é um importante item da arte pública porto-alegrense.
– A versão transladada para a Praça da Alfândega em 1935 é uma réplica da escultura original de Alfred Adloff, criada em 1925 e inicialmente instalada na Praça Montevidéo no local onde atualmente situa-se a Fonte Talavera. Enquanto sua versão original encontra-se hoje dentro do Paço Municipal, sede da prefeitura, com acesso restrito e longe dos olhos da população, sua réplica na Praça da Alfândega passa por constante invisibilidade e esquecimento: um histórico que propõe reflexões sobre os processos de transformação dos bens patrimoniais ao longo do tempo, atualizando o debate sobre a presença e a manutenção de obras de arte no espaço público.
Reprodução de Zero Hora. Foto de Mateus Bruxei. 

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