A política é um tabuleiro de xadrez ocupado por jogadores que, muitas vezes, não conhecem as regras do jogo nem se interessam pelas estratégias possíveis. Na maior parte do tempo, porém, é um jogo que só serve para aprimorar a capacidade de jogar. Contam que um gênio do xadrez era incapaz de saber quem foi pior: Hitler ou Stalin? O governador José Ivo Sartori jogou bem ao dar calote na União. Pagou o funcionalismo deixando de pagar o que o Estado deve ao país.
Repassou o ônus da falta de recursos.
Ficou assim: vai faltar dinheiro na Saúde. Culpa da União, que bloqueia repasses para o Estado por causa do calote.
O governador tem outra solução para o curto prazer: aumentar o uso dos depósitos judiciais.
No seu xadrez, não é uma boa jogada. Sem calote na União e com o funcionalismo pago em dia, como aprovar aumento de impostos, extinções de fundações, privatizações de Estatais e outros lances supostamente de longo alcance?
O xadrez da dívida pública é assim: a União cobra juros exorbitantes dos Estados, pois precisa fazer caixa para pagar os juros exorbitantes devidos aos banqueiros internacionais. Se não fizer isso, recebe nota baixa das agências dos banqueiros.
Disso resulta uma definição. País confiável: aquele que ferra a sua população no dia a dia para fazer economias e pagar juros abusivos de dívidas pagas várias vezes. A isso se chama respeito aos contratos e responsabilidade fiscal.
Uma sugestão para ajudar o governador Sartori a diminuir os gastos do Estado: privatizar totalmente a organização da Expointer. Chegar de botar dinheiro público anualmente na festa privada de negócios da Farsul.
Seria uma jogada ousada no seu tabuleiro de xadrez.
Reprodução do Blog do Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo.
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