quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Construção de base de pesquisa espacial chinesa irrita argentinos

Construção de base de pesquisa espacial chinesa irrita argentinos

Há receio de que local possa ser utilizado com finalidade militar
DE BUENOS AIRES

O governo chinês está construindo uma estação para explorar o espaço no sudoeste da Argentina, na Província de Neuquén, a 1.380 km de Buenos Aires. O prédio já está sendo erguido, antes mesmo de uma aprovação de senadores e deputados.
Segundo o jornal "La Nación", as Forças Armadas temem que o local seja usado para fins militares, e não apenas para pesquisa.
O acordo prevê uma concessão do território durante 50 anos, e à Argentina é vedada a possibilidade de interromper as atividades da base. Os funcionários chineses serão regidos pela legislação de seu país e, se houver algum tipo de prejuízo, a China diz que irá indenizar a Casa Rosada.
A agência espacial argentina poderá usar as instalações depois de prontas, mas por apenas 10% do tempo (duas horas e 40 minutos por dia, para atividades de cunho científico e tecnológico).
O empréstimo só poderá ocorrer caso não interfira nos lançamentos de satélites chineses.
Diplomatas chineses afirmaram ao "La Nación" que a suposta perda de soberania argentina "é algo puramente absurdo".
A embaixada chinesa em Buenos Aires afirma que a estação na América do Sul será construída para dar apoio à exploração lunar e outras missões espaciais da China, com objetivos somente pacíficos.
O comunicado foi uma resposta a senadores de oposição da Argentina, que afirmaram que os equipamentos em Neuquén poderão servir também a fins militares.
A oposição afirmou estar preocupada porque não está explícita, no texto do acordo, a proibição do trabalho de militares chineses na base.
A presença de membros de tropas estrangeiras na Argentina é regida por uma lei específica. (FG)


Reprodução da Folha de São Paulo

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