quarta-feira, 11 de junho de 2014

Turistas têm dificuldade de sair de Cumbica

Turistas têm dificuldade de sair de Cumbica
Apesar dos problemas, estrangeiros levam clima de festa ao maior aeroporto do país
INGRID FAGUNDEZDE SÃO PAULO

Na semana de abertura da Copa do Mundo, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), ganhou mais um tipo de passageiro: o estrangeiro desorientado.
Em geral vestido com as cores de seu país e mochila de viajante, ele anda pelos terminais tentando saber como chegar a São Paulo.
O clima pré-Copa é de festa: alegres, os recém-chegados deram ao maior aeroporto do país um certo ar de albergue, com grupos de estrangeiros reunidos em torno do bar a tomar cerveja, sentados nas mochilas ou fazendo fila para tirar foto com o mascote Fuleco sob o painel de chegadas e partidas.
De todo modo, chegam perdidos a São Paulo.
Na segunda-feira (9), por exemplo, um grupo de mexicanos estava parado em frente ao terminal 2. Seguravam comprovantes de reserva de um hotel na República. "Onde fica isso?", perguntou o engenheiro Adolfo Topete.
Disseram não esperar ninguém, mas continuavam ali. "Acho que vamos de táxi", disse o empresário Pedro Valenzuela. E os ônibus? "Tem isso? A gente não sabia..."
O transporte até a capital paulista é parte complicada no processo de chegada desses turistas. Eles não sabem quais são as opções, seus preços e quanto demoram. Os guichês de informação ficam em pontos específicos. É difícil ver guias circulando.
Quando turistas perguntam para vendedores, recebem orientações com mímica. Em uma loja, a atendente repetia que estava "desesperada". "Não entendi nada que a moça disse. Só sei cash', thank you' e hello.'"
Dois chilenos tentavam se comunicar com a funcionária do guarda-malas. A conversa seguia rumos tortuosos. "Quanto cuesta cada uno?" "Quin-ze e dezoitcho o outro", respondia a moça.
Para ajudar os estrangeiros, participantes da ONG Conexão Voluntários em Campo se revezam desde sábado.
Eles são fluentes em espanhol ou em inglês e não prestam serviço ao aeroporto. "Muitos reclamam que os funcionários não conseguem responder a perguntas mais complexas", disse o estudante Filipe Coutinho, 23.

OUTRO LADO

A concessionária GRU Airport disse que os balcões de informação têm 44 atendentes, além de 180 da Fifa e do Ministério do Turismo.


Reprodução da Folha de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário