Turistas têm dificuldade de sair de Cumbica
Apesar dos problemas, estrangeiros levam clima de festa ao maior aeroporto do país
Na semana de abertura da Copa do Mundo, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), ganhou mais um tipo de passageiro: o estrangeiro desorientado.
Em geral vestido com as cores de seu país e mochila de viajante, ele anda pelos terminais tentando saber como chegar a São Paulo.
O clima pré-Copa é de festa: alegres, os recém-chegados deram ao maior aeroporto do país um certo ar de albergue, com grupos de estrangeiros reunidos em torno do bar a tomar cerveja, sentados nas mochilas ou fazendo fila para tirar foto com o mascote Fuleco sob o painel de chegadas e partidas.
De todo modo, chegam perdidos a São Paulo.
Na segunda-feira (9), por exemplo, um grupo de mexicanos estava parado em frente ao terminal 2. Seguravam comprovantes de reserva de um hotel na República. "Onde fica isso?", perguntou o engenheiro Adolfo Topete.
Disseram não esperar ninguém, mas continuavam ali. "Acho que vamos de táxi", disse o empresário Pedro Valenzuela. E os ônibus? "Tem isso? A gente não sabia..."
O transporte até a capital paulista é parte complicada no processo de chegada desses turistas. Eles não sabem quais são as opções, seus preços e quanto demoram. Os guichês de informação ficam em pontos específicos. É difícil ver guias circulando.
Quando turistas perguntam para vendedores, recebem orientações com mímica. Em uma loja, a atendente repetia que estava "desesperada". "Não entendi nada que a moça disse. Só sei cash', thank you' e hello.'"
Dois chilenos tentavam se comunicar com a funcionária do guarda-malas. A conversa seguia rumos tortuosos. "Quanto cuesta cada uno?" "Quin-ze e dezoitcho o outro", respondia a moça.
Para ajudar os estrangeiros, participantes da ONG Conexão Voluntários em Campo se revezam desde sábado.
Eles são fluentes em espanhol ou em inglês e não prestam serviço ao aeroporto. "Muitos reclamam que os funcionários não conseguem responder a perguntas mais complexas", disse o estudante Filipe Coutinho, 23.
OUTRO LADO
A concessionária GRU Airport disse que os balcões de informação têm 44 atendentes, além de 180 da Fifa e do Ministério do Turismo.
Reprodução da Folha de São Paulo.
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