sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Dirigentes políticos de todo mundo lamentam morte de Mandela

Dirigentes políticos de todo mundo lamentam morte de Mandela

Rainha da Inglaterra afirmou ter ficado "profundamente entristecida"


Dirigentes de todo o mundo lamentaram a morte do líder sul-africano Nelson Mandela, herói da luta contra o apartheid, que faleceu nessa quinta-feira em sua residência de Johannesburgo, aos 95 anos.

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, homenageou Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, lamentando a partida de um homem "valente e profundamente bom". "Com sua valente dignidade e sua incansável disposição para sacrificar sua própria liberdade pela liberdade dos outros, Mandela transformou a África do Sul e comoveu a todos".

Obama recordou que se encontrou brevemente com Mandela uma única vez, em 2005, mas destacou que foi precisamente o exemplo do líder anti-apartheid o fator que o levou à vida política. "Nunca mais veremos alguém como Nelson Mandela (...), que alcançou mais do que podemos esperar de qualquer homem. Hoje ele partiu e perdemos o ser humano mais influente, valente e profundamente bom".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que "uma grande chama se apagou no mundo", afirmando que "Nelson Mandela era um herói do nosso tempo". A rainha da Inglaterra Elizabeth II afirmou ter ficado "profundamente entristecida" com a morte de Nelson Mandela. "A rainha se sentiu profundamente entristecida ao saber da morte de Nelson Mandela na noite passada. Mandela trabalhou incansavelmente pelo bem de seu país e seu legado é a África do Sul pacífica que conhecemos hoje em dia", afirma um comunicado do Palácio de Buckingham.

O presidente da França, François Hollande, afirmou que "Nelson Mandela foi a encarnação da Nação Sul-africana, o cimento da sua unidade e o orgulho de toda a África". A chanceler alemã, Angela Merkel, destacou que o nome de Nelson Mandela "será para sempre associado ao combate à opressão de seu povo e à vitória sobre o regime do apartheid".

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, descreveu Mandela como um "gigante da justiça" que inspirou movimentos libertários em todo o mundo. "Muitos no mundo foram influenciados por sua luta a favor da dignidade humana, da igualdade e da liberdade. Mandela tocou nossas vidas de uma maneira muito pessoal e profunda. Devemos nos inspirar em sua sabedoria, determinação e compromisso e nos esforçarmos para fazer um mundo melhor".

O Conselho de Segurança da ONU fez um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente sul-africano. "Compartilhamos a mesma tristeza" com o anúncio desta morte, declarou o embaixador da França, Gerard Araud, estimando que Mandela encarnava "os valores de justiça e reconciliação".

presidente Dilma Rousseff revelou que "o governo e o povo brasileiros receberam consternados a notícia da morte de Nelson Mandela" e afirmou que "seu combate transformou-se em um paradigma, não só para o continente africano, como para todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo". Dilma referiu-se ao líder sul africano como "personalidade maior do século XX", chamando atenção para a "paixão e a inteligência" que Mandela usou para vencer "um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea - o fim do apartheid na África do Sul".

O último presidente branco da África do Sul, Frederik De Klerk, afirmou que "a coragem, o encanto e o compromisso de Nelson Mandela com a reconciliação e a Constituição foram uma fonte de inspiração não apenas para os sul africanos, mas para o mundo inteiro". "Acredito que seu exemplo sobreviverá e seguirá inspirando todos os sul-africanos para realizar sua visão de uma sociedade multirracial, justa, de dignidade humana e de igualdade para todos".

De Klerk libertou Mandela em fevereiro de 1990 e iniciou as negociações para a criação de uma democracia multirracial quatro anos depois. Os dois compartilharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. "Mandela nos ensinou a união" O arcebispo sul-africano emérito Desmond Tutu enalteceu seu compatriota e co-ganhador do Nobel da Paz Nelson Mandela como o homem que ensinou uma nação profundamente dividida a se unir. "Ao longo dos últimos 24 anos, Madiba nos ensinou a nos unir e a acreditar em nós mesmos e uns nos outros. Ele foi um unificador desde o momento que deixou a prisão". "Estamos aliviados de que seu sofrimento tenha terminado, mas nosso alívio é afogado pelo luto. Que ele possa descansar em paz e elevar-se na glória".

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, lamentou o falecimento de Mandela e afirmou que "o mundo perdeu um herói", que deu "um novo significado a palavras como liberdade, igualdade, justiça, reconciliação e perdão". "Nelson Mandela morreu hoje, mas seu legado permanecerá para sempre. Foi um lutador, um líder e uma fonte de inspiração para muita gente (...) no mundo".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, também lamentaram a perda de Mandela, "uma das maiores figuras políticas do nosso tempo".
Mandela "não apenas foi chave na transformação da África do Sul em um país democrático (...) ele representa a luta contra o racismo, a violência política e a intolerância"

"Este é um dia muito triste, não apenas para a África do Sul, mas para a comunidade internacional como um todo. Mandela nos ensinou as maiores lições sobre reconciliação, transição política e transformação social", acrescentaram, referindo-se ao líder sul-africano como "uma pessoa com profunda humanidade, integridade moral e autoridade". Mandela recebeu o primeiro prêmio Sakharov para a liberdade de consciência concedido todo ano pelo Parlamento Europeu, desde 1988. 

O presidente russo Vladimir Putin declarou que Mandela foi um dos políticos "mais eminentes de nossa época". "Mandela superou os testes mais difíceis e permaneceu fiel a seus ideais de humanismo e de justiça até o fim de seus dias", afirmou Putin.

Na Ásia, o presidente chinês Xi Jinping destacou as "extraordinárias contribuições que deu ao desenvolvimento da
humanidade", enquanto o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, chamou Mandela de "verdadeiros Gandhiano", em referência a Mahatma Gandhi.

Em Mianmar, Aung San Suu Kyi, líder da oposição e vencedora do Nobel da Paz, assim como Mandela, afirmou que herói da pátria sul-africana ensinou que "podemos mudar o mundo". O Dalai Lama lamentou a perda de um "amigo querido".

Para o presidente israelense, Shimon Peres, o mundo perdeu um grande dirigente, "que mudou o curso da história".
"Era um defensor apaixonado da democracia, um mediador respeitado, prêmio Nobel da Paz e, acima de tudo, um construtor de pontes de paz e de diálogo que pagou um preço pessoal muito importante durante os anos que passou na prisão e lutando por seu povo", completou Peres.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que Mandela foi "um símbolo da libertação do colonialismo e da ocupação para todos os povos que aspiram à liberdade". "É uma grande perda para todos os povos do mundo e para a Palestina", Mandela foi o "mais valente e o mais importante dos homens que nos apoiaram".

O presidente de Cuba, Raúl Castro, declarou que Mandela será lembrado "pela altura do seu exemplo e pela grandeza de sua obra". O ex-presidente americano Bill Clinton afirmou que "a História vai lembrar de Nelson Mandela como o campeão da dignidade e da liberdade humanas, da paz e da reconciliação".


Reprodução do Correio do Povo

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