Islamita é preso no Egito, e estudantes protestam nas ruas
Essam el-Erian é acusado de incitar violência pelo governo que tomou o poder em julho
O líder islamita Essam el-Erian foi preso ontem no Cairo, parte da repressão governamental contra a Irmandade Muçulmana.
Imagens de sua detenção foram divulgadas durante o dia. Nas fotografias, Erian aparece sorrindo, enquanto recolhe os seus pertences.
O anúncio da detenção de Erian levou a manifestações estudantis na Universidade Al-Azhar, no Cairo, recebidas com repressão policial. Cerca de 20 alunos foram presos.
Erian, vice-presidente do braço político da Irmandade, será mantido preso por 30 dias, durante investigações por incitar a violência no país. Ele nega a acusação.
A Irmandade Muçulmana tem sido perseguida no Egito desde o golpe militar que depôs o presidente islamita Mohammed Mursi em julho.
Desde então, mais de 2.000 membros da organização foram detidos. Frequentes embates com as forças de segurança deixaram centenas de mortos, incluindo um massacre na mesquita de Rabia al-Adawiya, em agosto.
A onda repressiva chegou também aos porta-vozes da organização, que nas semanas seguintes ao golpe se tornaram críticos ferozes do governo golpista.
Os líderes islamitas são acusados de incitar a violência durante as manifestações contrárias ao governo de Mursi --deposto por protestos populares, durante manobra das Forças Armadas.
Uma decisão judicial baniu a Irmandade Muçulmana, ao retirar sua autorização de funcionamento como organização não governamental. Os fundos da entidade foram retidos pelo governo.
Há também processo para dissolver o partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana.
Havia um pedido de prisão a Erian desde julho passado.
Reprodução da Folha de São Paulo.
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