quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Diplomacia da França foi espionada por EUA, diz jornal

Diplomacia da França foi espionada por EUA, diz jornal
Representação na ONU teria sido um dos alvos
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O jornal francês "Le Monde" informou ontem que os EUA espionaram a embaixada da França em Washington e a representação do país na ONU, em Nova York.
O jornal cita documentos da NSA (Agência de Segurança Nacional) que detalham os métodos e dispositivos eletrônicos usados para vigiar as delegações diplomáticas.
Um dos documentos, de setembro de 2010, classificado como "secreto" pela NSA, revela como funciona o programa Genie, que, à distância, implanta dispositivos de escuta em computadores.
O texto menciona a vigilância na embaixada, identificada como "Wabash", e na missão na ONU ("Blackfoot").
Outro documento, de agosto de 2010, revela como as informações obtidas de representações diplomáticas, especialmente da França, tiveram papel importante no voto dos EUA em 9 de junho, no Conselho de Segurança da ONU, pela resolução que impunha mais sanções ao Irã por seu programa nuclear.
Já havia sido divulgado que a missão do Brasil na ONU também foi espionada.
Segundo a NSA, a operação foi um "êxito silencioso", que ajudou a desenhar a política exterior dos EUA.
Na segunda-feira, o "Monde", baseando-se em papéis obtidos pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, revelara que 70,3 milhões de telefonemas de cidadãos franceses haviam sido interceptados pela agência americana.
Ontem, o chanceler francês, Laurent Fabius, disse que deixou claro ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que a França julga inaceitável a espionagem de seus cidadãos. "Queremos que essas práticas sejam encerradas e que sejamos informados de tudo o que existe", disse Fabius em Londres, onde participou de encontro de países sobre a situação na Síria.
Na Espanha, o ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, disse que o país está investigando se cidadãos espanhóis também foram espionados, como informou a revista alemã "Der Spiegel".


Reprodução da Folha de São Paulo.

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