segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Morre aos 83 Anita Ekberg, ícone do cinema

Morre aos 83 Anita Ekberg, ícone do cinema

Atriz sueca ficou famosa pela cena em que entra na Fontana di Trevi no filme "A Doce Vida", de Federico Fellini
Eleita Miss Suécia em 1950, ela foi modelo e atriz nos Estados Unidos antes de ir para a Itália e encontrar o cineasta
THALES DE MENEZESEDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Ícone é a representação visual de um personagem ou uma cena que se torna objeto de culto. É também uma palavra muito usada atualmente e de forma banalizada, indicando alguém de muita relevância em sua área.
A sueca Anita Ekberg, morta ontem aos 83 anos numa clínica próxima a Roma, Itália, sem causa divulgada, foi um ícone no cinema. No sentido original da palavra.
Desprovida de talento dramático, mas bela e corpulenta, sua atuação em "A Doce Vida" ("La Dolce Vitta", 1960), de Federico Fellini (1920-1993), entrou para antologias.
No papel de Sylvia Rank, uma estrela de Hollywood que visita a Itália, ela vaga pelas ruas de Roma, à noite, seguida pelo jornalista de celebridades Marcello Rubini (Marcello Mastroiani). Na cena principal, ela entra na Fontana di Trevi, para se refrescar.
A fotografia em preto e branco do filme registrou Anita toda molhada, com um vestido que valorizava seus seios fartos (veja foto ao lado).
O sucesso mundial do longa transformou a personagem em uma versão antecipada da onda de liberdade individual e revolução sexual que construiria na década seguinte a chamada contracultura.
Não há brilho igual no restante de sua biografia.
Eleita Miss Suécia em 1950, sua ida aos Estados Unidos para disputar o Miss Universo rendeu a ela um contrato como modelo. Em seguida passou ao cinema, com ajuda do multimilionário, produtor de cinema e aviador Howard Hughes (1905-1976).
Apareceu em duas comédias com Jerry Lewis e Dean Martin (1917-1995) --"Artistas e Modelos" (1955) e "Ou Vai ou Racha" (1956).
Depois do sucesso de "A Doce Vida", passou a viver na Itália, onde rodaria a maioria de seus 64 filmes. Mas só conseguiu destaque com Fellini, em "Boccaccio '70" (1961) e outros dois filmes biográficos do diretor, "Os Palhaços" (1970) e "Entrevista" (1987).
Anita se recusava a falar de sua relação com Howard Hughes. Mas nunca escondeu os casos com o ator Tyrone Power (1914-1958) e o milionário italiano Gianni Agnelli (1921-2003), dono da Fiat.
A atriz se casou duas vezes, com galãs de filmes de segunda categoria: o britânico Anthony Steel e o americanos Rik van Nutter. Não teve filhos.
A imagem de Anita Ekberg na fonte fica para sempre.
Como Rita Hayworth dançando em "Gilda" (1946), Kim Novak descendo a escada em "Férias de Amor" (1955) ou Ursula Andress de biquíni em "007 Contra o Satânico Dr. No" (1962). Ícones.


Reprodução da Folha de São Paulo

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