Os mastodontes, os gigantescos primos dos mamutes e dos elefantes, provavelmente desapareceram do Alasca e de Yukon (território do extremo noroeste canadense) muito antes da chegada dos humanos ao longo do estreito de Bering, vindos da Ásia, afirmaram cientistas nesta segunda-feira (1).
Antes se acreditava que os mastodontes tivessem perambulado pelo Ártico lado a lado com os primeiros colonos humanos, de 13.000 a 14.000 anos atrás, mas novas evidências sugerem que eles desapareceram dezenas de milhares de anos antes e não foram caçados até entrar em extinção.
Agora, os cientistas acreditam que os mastodontes provavelmente só viveram no Ártico por um curto período, cerca de 125 mil anos atrás, quando existiam ali florestas e pântanos e as temperaturas eram mais quentes.
"A residência dos mastodontes no norte não durou muito", afirmou o principal autor do estudo, Grant Zazula, paleontólogo do Programa de Paleontologia de Yukon.
"O retorno às condições frias, secas e glaciais, junto com o advento das geleiras continentais, por volta de 75 mil anos atrás, acabou com seus hábitats", prosseguiu.
Depois de muito pensar sobre como os mastodontes, conhecidos por comer brotos e folhas, sobreviveram no gelado Ártico, os cientistas reexaminaram 36 ossos e dentes de mastodontes em coleções em museus.
Usando novas técnicas que eliminaram o potencial de contaminação de materiais modernos preservados, os cientistas descobriram que todas as amostras eram muito mais antigas do que se pensava anteriormente.
Os cientistas informaram em artigo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences que a maioria superou os 50 mil anos, segundo datação com rádio-carbono.
O mastodonte americano viveu em uma era conhecida como Pleistoceno tardio, entre cerca de 10.000 e 125.000 anos, em toda a América do Norte, na costa ártica do Alasca e até na tropical Honduras.
"Os dentes do mastodonte eram eficientes em desfolhar e esmagar brotos, folhas e caules de arbustos e árvores. Então, seria improvável que tivessem conseguido sobreviver nas regiões cobertas de gelo do Alasca e de Yukon, no primeiro período glacial total, como sugeriam as datações de fósseis anteriores", afirmou Zazula.
As descobertas indicam que os seres humanos não teriam sido os responsáveis pela extinção das criaturas há 75 mil anos atrás, uma vez que ainda não tinham cruzado o estreito de Bering.
Reprodução do UOL Ciências.
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