segunda-feira, 6 de julho de 2015

Futebol e política: paradoxos brasileiros


Dante no Bayern sempre foi um mistério.
Douglas Costa no Bayern faz pensar.
Ou esses alemães são geniais ou compram catedrais de vigários.
Dante é muito fraco. Douglas é muito mediano.
Ambos seriam titulares absolutos da Ponte Preta.
Só vê isso quem entende muito.
Entender muito exige entender com olhos de desentendido.
O especialista enxerga a árvore. O desentendido vê a floresta.
Ao anoitecer.
O futebol é como a política, cheio de paradoxos.
Os melhores governos para os setores mais pobres da população brasileira, depois de Getúlio Vargas, foram os de Lula e Dilma, o que enlouquece a direita, transformada em paladina da moral por falta de capacidade de ganhar eleições.
Os governos do PT botaram não brancos nas universidades como nunca havia acontecido antes.
Recuperam as universidades públicas sucateadas pelo doutor FHC.
Deram poder de compra à classe C, que comprou carro, televisão de plasma, sofá novo, linha branca completa e passou a ter acesso a aeroportos, enfurecendo coxinhas que se sentiam como usuários exclusivos de aviões.
Criaram programas de assistência como os que existem em qualquer país desenvolvido.
Distribuíram uma rendinha que não saía das mãos dos coxinhas.
Geraram quase pleno emprego, o que gera inflação.
Pleno emprego é como supersafra: o muito bom dá prejuízo.
Tantas fez o petismo que só podia ir para a panela.
Comeu e se lambuzou.
Atolou-se na velha corrupção da direita, que participou do jogo e depois denunciou o parceiro.
O petismo no poder esqueceu-se de taxar as grandes fortunas, fazer uma reforma agrária completa, diminuir os ganhos do bancos, acabar com o fator previdenciário e outras coisinhas que tinha obrigação de realizar.
Jamais fez a tão almejada reforma política.
A justiça seletiva fez pose de implacável julgando pela tal teoria domínio do fato o mensalão petista esquecendo-se de fazer o mesmo com o mensalão tucano. A justiça no Brasil tarda, mas falha, tem dois olhos bem abertos, mas só enxerga para a esquerda. Não falhou em punir petistas. Falha em não punir tucanos. Ganha muito e faz pouco.
O petismo, nos últimos anos, fez o melhor e o pior do Brasil.
Está sendo caçado pelo melhor.
O pior é apenas o pretexto.
O mundo é bizarro. Douglas Costa no Bayern é como o petismo de direita que agora vigora.
Uma incógnita.
Mundo, mundo, estreito mundo, coxinhas são destros, esquerdistas são sinistros.

Reprodução do blog do Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo

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