quinta-feira, 14 de maio de 2015

Biógrafo de Freud, historiador Peter Gay morre aos 91 em NY

Biógrafo de Freud, historiador Peter Gay morre aos 91 em NY

Alemão-americano ganhou prestígio por obras sobre psicanálise e o Iluminismo
Prolífico, escreveu mais de 25 livros, nos quais analisa a burguesia do séc. 19 e a cultura e a arte alemãs no séc. 20
DE SÃO PAULO

O historiador alemão-americano Peter Gay, autor de uma das mais famosas e respeitadas biografias de Sigmund Freud, morreu nesta terça (12), aos 91 anos, em sua casa em Nova York. Segundo uma enteada, a causa da morte foi a idade avançada.
Autor prolífico, Gay escreveu mais de 25 livros, nos quais analisava o Iluminismo, a burguesia do século 19, a cultura e a arte alemãs durante a República de Weimar, período que antecedeu a ascensão nazista no país.
O historiador ficou mais conhecido, contudo, por seus trabalhos sobre o pai da psicanálise. "Freud: Uma Vida para o Nosso Tempo", publicado no Brasil pela editora Companhia das Letras em 1989, tornou-se um best-seller em vários países.
Ele começou a estudar a psicanálise de forma mais sistemática nos anos 1970, quando já era um professor renomado da Universidade Yale, nos EUA.
"Já na década de 50 eu me referia a Freud como o último dos filósofos, pois eu o via como um personagem da tradição do Iluminismo, como alguém que se ocupa da não razão, em nome da racionalidade", disse à Folha em 1989.
Na ocasião, foi entrevistado por Paulo César de Souza, que nos últimos anos vem traduzindo a obra completa de Freud para o português.
"Gay não era um pensador da psicanálise, mas um divulgador, um historiador com um ponto de vista psicanalítico. Escrevia admiravelmente bem, com confluência, e tinha capacidade de sintetizar grandes massas de conhecimento", disse à Folha o tradutor.
Freud também seria objeto de outros estudos do historiador, caso de "Modernismo" (2009), em que é descrito como grande influência por trás de alguns dos maiores artistas do século passado.
Judeu nascido em Berlim em 1923, Gay viveu refugiado do nazismo primeiro em Cuba e depois nos EUA, onde se instalou com a família em 1941. Foi professor em Yale do final dos anos 60 até 93, quando se aposentou. Deixa três enteados.


Reprodução da Folha de São Paulo

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