sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Espionagem da NSA é ineficaz, diz painel

Espionagem da NSA é ineficaz, diz painel
Relatório de agência federal independente afirma ainda que programa de vigilância é ilegal e deve ser encerrado
Órgão não tem poder de deliberar mudanças, mas teor de documento amplia o debate sobre o monitoramento dos EUA
ISABEL FLECKDE NOVA YORK

O amplo programa de coleta de dados de ligações telefônicas pela Agência de Segurança Nacional (NSA) é ineficiente contra o terrorismo, ilegal e deve ser encerrado.
A conclusão é de uma agência federal independente que tem como objetivo aconselhar o presidente dos EUA sobre liberdades civis, mas sem poder deliberativo.
Em relatório, o painel diz não ter identificado "uma só ocasião envolvendo ameaça aos EUA em que o programa fez diferença concreta".
Segundo o texto, nos últimos sete anos o programa ajudou as autoridades a identificar um único terrorista. "Mas mesmo sem a ajuda da NSA os agentes do FBI teriam descoberto [o suspeito]", diz.
O relatório foi divulgado menos de uma semana após Barack Obama anunciar mudanças nas ações da agência, como a limitação da coleta de dados telefônicos.
O relatório, porém, pede o fim do programa por questionar sua base legal. O governo o embasa no artigo 215 da Lei Patriótica ""que, no papel, autoriza apenas o FBI a fazer gravações numa investigação.
No último mês, um juiz de Washington já considerou que o programa viola a Constituição, mas um magistrado de Nova York disse que a coleta é "constitucional".
A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden, disse que o governo "discorda" do painel.

SNOWDEN

Em entrevista via Twitter, o ex-técnico da NSA Edward Snowden, responsável por revelar as práticas da agência, afirmou ontem que gostaria de retornar da Rússia aos EUA, mas que isso não é possível porque ele não acredita num julgamento justo.
Já o secretário de Justiça americano, Eric Holder, disse que aceitaria buscar uma solução para o caso se ele assumisse a responsabilidade por vazar documentos secretos. No entanto, Holder disse que conceder clemência seria "ir longe demais".


Reprodução da Folha de São Paulo

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