sábado, 31 de maio de 2014

Quatro detidos pelo apedrejamento de grávida no Paquistão

Quatro detidos pelo apedrejamento de grávida no Paquistão

Viúvo da jovem de 25 anos confessou que matou primeira esposa para casar



Quatro homens foram detidos no Paquistão pela morte de uma mulher grávida, que foi apedrejada pela própria família, um caso que provocou grande indignação da opinião pública. Farzana Parveen, de 25 anos, morreu na terça-feira ao ser apedrejada diante do tribunal de Lahore, uma cidade de 10 milhões de habitantes, por quase 30 integrantes de sua família que não aceitavam o casamento da jovem com um agricultor local.

O assassinato brutal provocou uma onda de indignação e destacou mais uma vez o horror dos crimes de honra e fragilidade da situação das mulheres no Paquistão, um país no qual muitos casamentos são combinados pelas famílias.

A polícia prendeu na terça-feira o pai de Farzana, mas o primeiro-ministro Nawaz Sharif exigiu às autoridades locais resultados urgentes na investigação. "A equipe especial de investigação da polícia prendeu mais quatro homens, um tio e dois primos da mulher e um motorista", afirmou um dos investigadores, Zulfiqar Hameed.

Em uma guinada macabra no crime, o viúvo da jovem assassinada, Mohamed Iqbal, confessou que matou a primeira esposa para casar com Farzana. "Estava apaixonado por Farzana e matei minha primeira mulher por causa deste amor", declarou Mohamad Iqbal, que confessou ter cometido o crime com um estrangulamento. Iqbal afirmou que não teve que cumprir a pena de prisão. Seu filho, que denunciou o assassinato à polícia, terminou por perdoar o pai.

Leis polêmicas em vigor no Paquistão permitem, por exemplo, que o autor de um homicídio faça a proposta de uma compensação financeira (o "preço do sangue") à família para não cumprir a pena. Uma vez em liberdade, o assassino convenceu Farzana a casar com ele. Mas a família da jovem não aceitou a união, não porque ele havia assassinado a esposa, mas porque o dote econômico era insuficiente, segundo Iqbal. Estados Unidos, Reino Unido e ONU denunciaram o assassinato da jovem grávida de três meses e pediram ao Paquistão medidas concretas e rápidas para impedir os crimes de honra.

Reprodução do Correio do Povo

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