segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Faltam reais no Brasil

FALTAM REAIS NO BRASIL - O meio circulante brasileiro é de uma modéstia única, paupérrimo. Temos no Brasil em circulação pouco menos de 215 bilhões de Reais para um PIB em torno de R$ 7 trilhões (ainda não existem números para 2015), algo como 3% do PIB, enquanto os EUA tem US$1, 39 trilhões para um PIB de US$17 trilhões, portanto 8,17% do PIB.
 
Se fossemos seguir a proporção dos EUA, nosso meio circulante deveria ser de 8% x R$7 trilhões, que seriam R$500 bilhões entre papel e metálico. Aqui especialmente no interior ainda se usa muito moeda papel, ao contrário dos EUA, onde se você dá uma nota de 100 dólares numa loja chamam o gerente, americano praticamente só usa cartão.
 
Faltam portanto nessa conta R$345 bilhões para emitirem Reais e colocar em circulação.
 
Dirão alguns que o dólar circula muito fora dos EUA, é verdade, o Tesouro americano calcula que em torno de 20% das notas de dólar circulam fora dos EUA, mas é também preciso ver que nos EUA se usa muito mais meios de pagamentos ELETRÔNICOS, que eles inventaram, do que no Brasil, muita gente passa meses sem tocar numa nota de US$100.
 
Qual a vantagem do Governo emitir mais meio circulante? O Tesouro se apropria da senhoriagem dessa emissão, quer dizer, o valor monetário do dinheiro emitido é do Tesouro, uma dívida sem custo engrossando a capacidade financeira do Governo e esquentando a circulação e os negócios.
 
Do lado econômico ajuda a combater a recessão. No lado prático, há escassez de dinheiro papel no Brasil e absurda escassez de moedas de troco.
 
A filosofia do nosso Banco Central é muito estranha. Com o SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO, escreve-se assim mesmo, um horroroso erro de estilo, implantado por Armínio Fraga, aumentou-se muito a velocidade de circulação do dinheiro, MUITO MAIS QUE NOS EUA, onde um cheque compensa em 7 a 15 dias, se for entre regiões de banco central diferente (Há doze bancos centrais nos EUA), tudo no Brasil é mais rápido do que nos EUA, se eles preferem mais devagar deve haver alguma razão e não é incompetência. PARECE QUE O MODELO BRASILEIRO É FEITO PARA SE USAR MAIS BANCO E MENOS DINHEIRO PAPEL, o que é bom para os bancos e ruim para o Tesouro. O uso do dinheiro papel é desestimulado no Brasil. Para sacar mais de R$ 5.000, precisa avisar um dia antes (é regra do BC), para depositar mais de R$ 10.000 precisa fazer assinar uma declaração no banco e esse valor está fixo há varios anos. Há também uma visão criminalizante do dinheiro papel, se alguém pagar uma entrada de imóvel em dinheiro pode ser denunciada ao COAF, quando não é de modo algum proibido a guarda e o uso de dinheiro papel, mas aqui considerado como criminoso, devendo o portador provar que não é, uma campanha psicosocial estimulada pelo sistema bancário já faz tempo, para que ninguém guarde dinheiro em casa.
 
A questão das moedas é impressionante, o Brasil inteiro tem escassez de moeda metálica, nem bancos tem, o BC se recusa a cunhar mais moedas, porque? É para todo mundo usar cartão de débito ou crédito, é uma consessão do BC.
 
Há a questão da segurança MAS também os cartões podem ser roubados e nesse caso o roubo é muito mais perigoso para o assaltado, ele é levado junto com o cartão para sacar e nesse período corre sério risco de vida.
 
A emissão de moeda papel deveria ter um referencial e uma nova filosofia de tratamento. Com um programa de emissão anunciado pelo BC, novas séries a cada dois anos para mostrar o País com cenas de nossa geografia, moeda é tambem um veículo de comunicação e divulgação do País. Acompanho a moeda em circulação diariamente, o BC publica o número todos os dias e vejo uma QUEDA da moeda em circulação, sinal de recessão e crise, há uma semana estava em 222 bilhões, agora em 215 bilhões, uma merreca para um País do tamanho do Brasil.
 
Vamos alegrar a  economia com mais emissões e dar serviço para a Casa da Moeda, que tambem é nossa.


Texto de André Araújo, no Jornal GGN

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