sexta-feira, 7 de junho de 2013

Nobel de literatura critica repressão do governo na Turquia


Nobel de literatura critica repressão do governo na Turquia

Orhan Pamuk homenageou manifestantes que percorrem as ruas de Istambul há seis dias


O escritor turco Orhan Pamuk, prêmio Nobel de Literatura em 2006, denunciou a atividade "repressiva" do governo islâmico-conservador de seu país e homenageou os manifestantes, em um texto publicado nesta quarta-feira pelo jornal Hürriyet. Lembrando que o movimento de contestação que agita a Turquia há seis dias partiu de uma ação em defesa das árvores de um parque de Istambul, ameaçadas por um projeto imobiliário do governo, Pamuk condenou a atitude do gabinete do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

"Pretender realizar estas grandes mudanças envolvendo uma praça e um parque que carregam as memórias de milhões de pessoas sem perguntar a opinião dos habitantes de Istambul, e tentar cortar à força suas árvores, é uma grande falha do governo Erdogan", afirmou o escritor. "Esta política insensível é resultado, sem dúvida alguma, da atitude cada vez mais autoritária e repressiva do governo", prosseguiu.

Autor de inúmeros romances sobre a cidade de Istambul, ele prestou homenagem aos manifestantes turcos: "Ver que eles não renunciam facilmente as suas memórias me dá confiança e esperança no futuro". Orhan Pamuk, de 60 anos, é um dos poucos intelectuais turcos a ter reconhecido publicamente, em 2005, o genocídio dos armênios.

Ele foi processado em várias ocasiões em seu país e também fez fortes críticas ao tratamento recebido pela minoria curda por parte do governo de Ancara. Pamuk é o autor turco mais vendido no mundo, com obras traduzidas para mais de 60 línguas. Também foi o primeiro turco a receber o prêmio Nobel de Literatura. 


Notícia do Correio do Povo

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