Atriz Odete Lara morre aos 85 anos no Rio
Musa do Cinema Novo sofreu um infarto na clínica de repouso onde vivia
Atriz conhecida das telas da TV e do cinema, Odete Lara morreu nesta quarta-feira, aos 85 anos, no Rio. A artista teria sofrido um infarto pela manhã, na clínica de repouso em que vivia. Nesta quinta-feira, o corpo será cremado em cerimônia na cidade fluminense de Nova Friburgo, onde viveu por muitos anos em um sítio.
Em sua carreira, Odete participou de quase 40 filmes, sendo considerada uma das musas do Cinema Novo. Entre os diversos clássicos da época nos quais marcou presença estão Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha. Com o diretor Nelson Pereira dos Santos, trabalhou em Boca de Ouro (1963), adaptação de Nelson Rodrigues. Com o comediante Mazaroppi, fez Gato de Madame (1956), o primeiro longa-metragem em que atuou. Outro filme de destaque foi Moral em Concordata (1959), no qual contracenou com outra musa da época, a gaúcha Maria Della Costa, que morreu em 24 de janeiro.
Na TV, a estreia deu-se em 1952, na TV Tupi, em uma versão da peça Luz de Gás, com Tônia Carrero e Paulo Autran. Sua última atuação foi na novela Pátria Minha, da Globo, em 1994, como Valquíria Mayrink, mulher frustrada por ter perdido a riqueza. Odete também se arriscou como cantora, gravando dois LPs:Vinicius e Odete (1963), resultado da parceria com Vinícius de Moraes no show Skindô, e Contrastes (1966), com composições de Vinicius e Tom Jobim.
Em 1975, publicou a autobiografia Eu Nua. Filha de operários, sua história foi marcada por tragédias: a primeira aos seis anos, quando a mãe se matou jogando-se num poço. A outra, 10 anos depois, quando o pai também se suicidou, tomando soda cáustica. No livro, ela admite ter pensado em suicídio.
Em 1975, publicou a autobiografia Eu Nua. Filha de operários, sua história foi marcada por tragédias: a primeira aos seis anos, quando a mãe se matou jogando-se num poço. A outra, 10 anos depois, quando o pai também se suicidou, tomando soda cáustica. No livro, ela admite ter pensado em suicídio.
Depois do lançamento, deixou o Rio, onde morava, e isolou-se em um sítio em Nova Friburgo, dedicando-se ao zen-budismo. Sua carreira, ali, foi interrompida — e ela passou a atuar esporadicamente. Em entrevista a ZH, em 2004, contou que não tinha mais interesse em atuar:
— Acostumei-me de tal forma com a vida tranquila que não me vejo mais voltando à roda-viva.
Reprodução parcial do jornal Zero Hora. Texto completo no sítio do jornal.
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