sexta-feira, 19 de julho de 2013

Após anunciar demissões, Grécia veta protestos

Após anunciar demissões, Grécia veta protestos
Objetivo foi evitar manifestações contra ministro alemão das Finanças em visita a Atenas
DE LONDRES

O governo da Grécia mobilizou ontem 4.000 policiais e proibiu manifestações no centro de Atenas após a aprovação de um novo pacote de medidas de austeridade.
Na madrugada, o Parlamento deu aval a uma proposta que abre caminho para a demissão de 15 mil servidores até o ano que vem.
Outros 12.500, incluindo professores da rede pública, serão colocados numa reserva de mão de obra com salários reduzidos e também podem perder os empregos.
As medidas foram combinadas entre o governo de centro-direita do premiê Antonis Samaras e a troika integrada pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Em troca, a Grécia continuará a receber socorro financeiro para evitar o calote de sua dívida pública. A próxima parcela do resgate, liberada mediante os novos cortes, equivale a R$ 20 bilhões.
"Entendo perfeitamente as dificuldades que o governo grego está passando durante esta crise. Mas o caminho que escolhemos está correto", disse o ministro das Finanças, Yannis Stournaras.
A proposta foi aprovada com maioria apertada: 153 votos de 300. Do lado de fora do Parlamento, milhares de manifestantes protestaram.

BLINDAGEM

Ontem o governo proibiu a realização de novos protestos no centro de Atenas. O objetivo era blindar a visita do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble.
O representante da chanceler Angela Merkel elogiou a aprovação dos novos cortes, mas indicou que não aceitará novos pedidos de renegociação da dívida.
"Meu conselho é para não continuarem com essa discussão. Temos que nos ater ao que foi alcançado."
O veto aos protestos foi atacado pela oposição de esquerda, que defende o fim das políticas de austeridade e espalhou faixas contra a presença do ministro.
"Isso é uma ação fascista e antidemocrática. É inconcebível que aconteça numa cidade europeia", criticou Panos Skourletis, porta-voz do partido de esquerda Syriza.

Reprodução da Folha de São Paulo

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