quinta-feira, 10 de março de 2016

O mundo perde um tanto de ritmo com a morte de Naná Vasconcelos

O melhor percussionista do mundo bandeou-se para o lado dos músicos do céu. Naná Vasconcelos se foi, aos 71 anos, após uma luta de sete meses contra um câncer de pulmão. Uma parada respiratória selou a passagem às 7h39 minutos desta quarta-feira, dia 9 de março. O brilhante músico pernambucano estava internado desde o dia 29 de fevereiro, no Recife.
Ontem foi noticiado que Naná teria deixado a UTI, mas complicações em seu estado de saúde fizeram com que voltasse ao núcleo de terapia intensiva do hospital da Unimed.
Naná teve o câncer diagnosticado no ano passado, quando ficou internado por mais de 20 dias em tratamento. Então vieram as sessões de quimioterapia. Debilitado, não se furtou a produzir um ultimo trabalho com Zeca Baleiro e Paulo Lepetit, o Café no Bule.
Naná Vasconcelos, ou Juvenal de Holanda Vasconcelos, nasceu em 1944, no Recife, em família de músicos. Aos 12 anos já participava de grupos de maracatu.
Ele passeou no ritmo. Aprendeu primeiro a bateria, depois berimbau e foi seguindo, de timbre em timbre, som em som, tons maiores, até criar uma familiaridade com a sonoridade que nos rodeia, permitindo que compusesse com qualquer objeto um som que nos seguraria, atentos, prontos para o próximo acorde.
Quando se mudou para o Rio de Janeiro, conseguiu um espaço de reconhecimento. O primeiro passo fora dado, na década de 1960, quando começou a tocar com Milton Nascimento e também com Geraldo Azevedo.
Depois ganhou o mundo. Morou nos Estados Unidos e na França. E compôs trilhas sonoras para filmes, recebendo oito Grammys, um dos maiores prêmios que um músico pode aspirar. Foi eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela Down Beat, revista americana, e chegou a fazer parcerias com B.B. King e Ella Fitzgerald.
Naná Vasconcelos trouxe a música no sangue, trouxe o suingue nos seus caminhos e nos legou um trabalho mais que celebrável. Seu aprendizado foi informal, foi na raça, e seu reconhecimento pela academia veio com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Salve Naná, nós que aqui ficamos brindamos por sua vida e sua obra!

Reprodução do Jornal GGN

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