Como não sei se alguém ainda identifica equilíbrio jornalístico na cobertura da conflagração em curso no Brasil, corro o risco de chover no molhado. Tudo bem.
Ontem à noite, manifestantes se concentraram em Porto Alegre na porta do condomínio onde reside Teori Zavascki quando não está Brasília, onde é ministro do Supremo Tribunal Federal.
Pouco antes, o ministro havia determinado que as investigações sobre o ex-presidente Lula, na Operação Lava Jato, devem correr no âmbito do STF, e não na vara de primeira instância sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.
Os participantes do protesto discordam da decisão do ministro.
Gritaram palavras de ordem, levaram faixa. “Teori é traidor'', entoaram em um cântico. Para assistir ao que houve, é só clicar aqui, em notícia da “Zero Hora''.
Não interessa, nesse post, discutir méritos de despachos de Zavascki e Moro.
Mas observar o relativo silêncio jornalístico sobre o episódio passado na capital gaúcha.
E fazer uma pergunta: caso a manifestação tivesse ocorrido na porta da casa do ministro Gilmar Mendes, a discrição do noticiário sobre o protesto seria tamanha?
Outra: ou existiria uma grita, em tom de escândalo, falando em tentativa antidemocrática de intimidação do Judiciário?
Não responderei, porque não precisa.
A essa altura, tudo é desgraçadamente óbvio demais.
Reprodução do Blog do Mário Magalhães, via DCM.
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