Avós da Praça de Maio encontram 118º neto tomado pela ditadura
Martín Ogando Montesano era procurado pela organização há 39 anos
A organização humanitária Avós da Praça de Maio anunciou nesta quinta-feira a restituição da identidade do 118º neto, em sua campanha para recuperar filhos tomados de casais desaparecidos nas mãos da repressão durante a ditadura argentina (1976-83).
"Oi, vovó, sou seu neto", disse ter ouvido com emoção, nesta quinta-feira, Delia Gianvola, em telefonema de um país que não informou, onde mora o recém-encontrado Martín Ogando Montesano, procurado há 39 anos. Com a voz embargada pela emoção e tentando conter o choro, Gianvola, uma das doze fundadoras das Avós da Praça de Maio, fez o anúncio e coletiva de imprensa, ao lado da presidente da organização, Estela de Carlotto.
O neto encontrado aceitou meses atrás submeter-se a um exame de sangue no consulado argentino do país onde vive, o qual permitiu "comprovar sua identidade em 99,99%", contou Carlotto. Martín é filho de Jorge Oscar Ogando e Stella Marins Montesano, militantes de esquerda sequestrados por um comando de militares em 1976. Stella Marins, grávida de oito meses na época de sua prisão, foi prisioneira no centro clandestino Pozo de Banfield, ao Sul de Buenos Aires, onde seu bebê nasceu. Nunca se soube o destino dela e do marido.
"Anunciamos o feliz encontro do neto 118", disse a organização presidida por Estela de Carlotto, em um comunicado, sem revelar a identidade da pessoa encontrada até que a mesma seja apresentada à sua família de sangue durante coletiva de imprensa. A recuperação da 117ª neta foi anunciada em 31 de agosto, mas foi preciso esperar até 16 de outubro para conhecer Claudia, uma mulher de 37 anos apresentada em entrevista coletiva conjunta com os avós biológicos na cidade de Mendoza, 1.000 quilômetros a oeste de Buenos Aires. Claudia era a filha roubada ado casal Walter Domínguez e Gladys Castro, presos por militares em dezembro de 1977 e desaparecidos desde então.
A maioria dos 118 netos recuperados nasceram quando as mães estavam em cativeiro em um dos mais de 500 centros clandestinos de tortura e extermínio instalados em todo o território argentino. As avós calculam que tenham sido 500 os bebês tirados dos braços das mães. Um forte impacto político e emocional foi registrado em agosto de 2014, quando a presidente das Avós encontrou o seu neto, Ignacio Guido Montoya Carlotto.
Durante a ditadura, dezenas de milhares de ativistas políticos, sindicalistas, profissionais, estudantes e até empresários foram sequestrados, torturados, desapareceram ou foram ameaçados de morte, empurrados ao exílio forçado. Maternidades clandestinas funcionaram em institutos militares e quartéis. A maioria dos filhos dos desaparecidos sequestrados era entregue a famílias vinculadas ao regime.
"Oi, vovó, sou seu neto", disse ter ouvido com emoção, nesta quinta-feira, Delia Gianvola, em telefonema de um país que não informou, onde mora o recém-encontrado Martín Ogando Montesano, procurado há 39 anos. Com a voz embargada pela emoção e tentando conter o choro, Gianvola, uma das doze fundadoras das Avós da Praça de Maio, fez o anúncio e coletiva de imprensa, ao lado da presidente da organização, Estela de Carlotto.
O neto encontrado aceitou meses atrás submeter-se a um exame de sangue no consulado argentino do país onde vive, o qual permitiu "comprovar sua identidade em 99,99%", contou Carlotto. Martín é filho de Jorge Oscar Ogando e Stella Marins Montesano, militantes de esquerda sequestrados por um comando de militares em 1976. Stella Marins, grávida de oito meses na época de sua prisão, foi prisioneira no centro clandestino Pozo de Banfield, ao Sul de Buenos Aires, onde seu bebê nasceu. Nunca se soube o destino dela e do marido.
"Anunciamos o feliz encontro do neto 118", disse a organização presidida por Estela de Carlotto, em um comunicado, sem revelar a identidade da pessoa encontrada até que a mesma seja apresentada à sua família de sangue durante coletiva de imprensa. A recuperação da 117ª neta foi anunciada em 31 de agosto, mas foi preciso esperar até 16 de outubro para conhecer Claudia, uma mulher de 37 anos apresentada em entrevista coletiva conjunta com os avós biológicos na cidade de Mendoza, 1.000 quilômetros a oeste de Buenos Aires. Claudia era a filha roubada ado casal Walter Domínguez e Gladys Castro, presos por militares em dezembro de 1977 e desaparecidos desde então.
A maioria dos 118 netos recuperados nasceram quando as mães estavam em cativeiro em um dos mais de 500 centros clandestinos de tortura e extermínio instalados em todo o território argentino. As avós calculam que tenham sido 500 os bebês tirados dos braços das mães. Um forte impacto político e emocional foi registrado em agosto de 2014, quando a presidente das Avós encontrou o seu neto, Ignacio Guido Montoya Carlotto.
Durante a ditadura, dezenas de milhares de ativistas políticos, sindicalistas, profissionais, estudantes e até empresários foram sequestrados, torturados, desapareceram ou foram ameaçados de morte, empurrados ao exílio forçado. Maternidades clandestinas funcionaram em institutos militares e quartéis. A maioria dos filhos dos desaparecidos sequestrados era entregue a famílias vinculadas ao regime.
Reprodução do Correio do Povo.
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