Ilha do Caribe quer descartar rainha Elizabeth como sua chefe de Estado
A ilha de Barbados, no Caribe, planeja dispensar a rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido, como sua chefe de Estado e se transformar em uma república a partir de 2016.
A mudança constitucional foi defendida pelo primeiro-ministro da ilha caribenha, Freundel Stuart, mas ainda terá de ser aprovada por maioria de dois terços nas duas Casas do Parlamento. A líder da oposição no país, Mia Mottley, não comentou a proposta.
A ideia é que Barbados se torne república em novembro de 2016, quando o país de pouco menos de 300 mil habitantes celebra o 50º aniversário da sua independência.
"É um pouco estranho que, em pleno 2015, ainda tenhamos de nos erguer e, em vez de jurar lealdade a Barbados, jurá-la a 'sua majestade, a rainha'", disse Stuart numa reunião do Partido Democrático Trabalhista, sigla do governo.
Com a mudança, afirma o primeiro-ministro, Barbados continuará sendo membro da Commonwealth (Comunidade Britânica), que inclui 53 Estados, a maioria deles antigas colônias do Reino Unido.
Fazem parte da Commonwealth países que têm chefes de Estado próprios (como África do Sul, Índia e Paquistão) e outros nos quais, formalmente, o chefe de Estado é a rainha Elizabeth --por exemplo, Canadá e Austrália.
A ilha, ocupada por colonos ingleses a partir do século 17, foi a única do Caribe que não trocou de mãos durante as guerras entre espanhóis, britânicos, holandeses e franceses. Permaneceu sob o domínio do Reino Unido até a sua independência, em 1966.
O debate republicano é travado há anos em Barbados entre habitantes mais velhos, que veem na rainha um símbolo de estabilidade, e nacionalistas mais jovens, que a consideram um anacronismo.
Um porta-voz do Palácio de Buckingham afirmou, na segunda-feira (23), que a questão competia exclusivamente "ao governo e ao povo de Barbados". O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse esperar que a decisão do país seja "coerente com sua autodeterminação".
Reprodução da Folha de São Paulo.
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