segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sindicato propõe projeto de lei para corrigir tabela do IR


Sindicato propõe projeto de lei para corrigir tabela do IR
Proposta de iniciativa popular prevê também retomar tributo sobre lucros e dividendos

O sindicato dos auditores fiscais da Receita (Sindifisco) lança amanhã na Câmara dos Deputados um projeto de lei de iniciativa popular --que precisa de assinaturas da população-- para tornar obrigatória a correção anual da tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas.
De acordo com a proposta, a correção, além de realizada todo ano, passaria a ser feita com base no rendimento médio mensal das pessoas a partir de dez anos de idade, calculado pelo IBGE, e não mais pelo centro da meta do IPCA (índice oficial de inflação), de 4,5%, como ocorre hoje.
Durante dez anos, porém, a correção seria acrescida de mais 5%. Segundo Pedro Delarue, presidente do Sindifisco, esse percentual visa corrigir a defasagem da tabela.
De 1996 a janeiro deste ano, a tabela do IR apresenta evolução 52,32% menor comparada à do IPCA, segundo estudo do sindicato e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
"A melhor proposta [de correção da tabela] que já vi foi essa", diz Bianca Xavier, advogada especialista em direito tributário do escritório Siqueira Castro.
"O medo que tenho é condicionar a um indexador, pois qualquer índice está sujeito a mudanças."
O projeto também propõe elevar o limite de dedução de despesas de educação de R$ 3.230,46 para R$ 12.022,13 e retomar o abatimento de despesas com aluguel.

LUCROS E DIVIDENDOS

O projeto prevê ainda reintroduzir a cobrança de IR sobre lucros e dividendos distribuídos para sócios e acionistas a partir de ganhos superiores a R$ 60 mil anuais.
As alíquotas seriam de 5% (até R$ 120 mil), 10% (até R$ 240 mil) e 15% (para ganhos superiores a R$ 240 mil).
O Sindifisco estima uma arrecadação de R$ 18 bilhões ao ano com o tributo.
"É uma cobrança inadequada, pois acerta fortemente o mercado acionário", avalia Ricardo Akamine, professor de direito tributário do Insper, que ainda se diz contrário à cobrança, porque o lucro, antes de distribuído, é tributado na pessoa jurídica.
Para ser avaliado pelo Congresso, o projeto tem de ser subscrito por 1% do eleitorado nacional em ao menos cinco Estados e conter, no mínimo, adesão de 0,3% dos eleitores de cada local.
Até hoje, apenas quatro projetos desse tipo se tornaram leis no Brasil, como a da Ficha Limpa. "O desafio é enorme, mas esperamos que tenha apelo popular", diz Delarue, do Sindifisco.

Notícia da Folha de São Paulo.

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