terça-feira, 19 de abril de 2011

Dispositivos a serem descartados

Qual ‘gadget’ podemos descartar do dia a dia?

Por SAM GROBART

Uma queixa comum contra a tecnologia é que ela leva a um acúmulo de dispositivos. Mas isso está mudando, e menos produtos têm realizado mais tarefas. Não precisamos mais, portanto, acumular tantos "gadgets". A questão é: de quais podemos abrir mão, e quais seria preferível manter?
COMPUTADOR DE MESA - Livre-se. Você deve ter um, mas vai mesmo substituir seu desktop quando ficar ultrapassado? Supondo que você não seja editor de vídeo ou viciado em jogo, os laptops têm o poder computacional que um usuário médio precisa.
INTERNET RÁPIDA EM CASA - Mantenha. Com o advento de dispositivos como o MiFi, que converte um sinal 3G em uma nuvem wi-fi a ser partilhada por vários aparelhos, você pode estar pensando em largar seu provedor de internet e usar o celular para se conectar à internet. Isso funciona - desde que você tenha um sinal forte para a transmissão de dados; que você nunca pretenda assistir vídeos do Netflix, YouTube ou Hulu; e que você tenha um pacote ilimitado de dados. Provavelmente, faz mais sentido manter o seu provedor.
TV A CABO - Depende. Fanáticos por esporte provavelmente vão querer mantê-la, já que muitas competições restringem o conteúdo on-line, mas telespectadores eventuais, interessados principalmente em alguns programas e filmes, podem se virar com uma conexão à internet e serviços baratos de assinatura de filmes.
CÂMERA FOTOGRÁFICA - Livre-se. Sim, uma câmera que seja só câmera vai tirar fotos melhores do que um smartphone - mas não muito. E uma câmera tem limitações. É difícil compartilhar fotos até transferi-las para o computador, e não existem aplicativos para câmeras, como há para smartphones, que permitam aplicar filtros e tratamentos legais.
CÂMERA DE VÍDEO - Livre-se. Os smartphones capturam vídeo. É verdade que a qualidade não é de Imax, mas muita gente não liga. Entre as opções mais sofisticadas, novas câmeras digitais reflex monobjetivas podem gravar vídeo em Full HD, aproveitando todas as lentes intercambiáveis criadas para a fotografia estática.
PEN DRIVE - Livre-se. Compartilhar arquivos não exige mais equipamento físico. Em quase todos os casos imagináveis, é possível transferir arquivos digitalmente pela internet. Uma opção para isso é aderir a um serviço como o Dropbox, que cria na nuvem um disco rígido privado e partilhável.
TOCADOR DE MÚSICA DIGITAL - Livre-se. Você tem um smartphone? Então, você tem um tocador. Músicas são dados, e dispositivos multifuncionais podem processá-las junto com muitos outros tipos de informações (como vídeos, e-mails e aplicativos).
GPS - Livre-se. Os aparelhos de GPS mais baratos custam cerca de US$ 80. Mas o seu smartphone pode fazer a mesma coisa pela metade do preço ou gratuitamente. Os smartphones Android já vêm com um aplicativo "curva a curva" do Google. Em março, o Google anunciou a inclusão de dados históricos e em tempo real sobre o trânsito no planejamento das rotas. Se você tem iPhone, existem várias opções de aplicativos com GPS.
LIVROS - Mantenha (com uma exceção). Sim, os "e-readers" são incríveis, e, sim, eles provavelmente vão se tornar uma plataforma de leitura mais dominante ao longo do tempo. Mas veja só o livro: é durável; você pode deixá-lo molhar um pouco sem que se estrague; com frequência ele é tão barato que, se você perdê-lo, não vai ficar tão chateado; e você pode pegar livros emprestados gratuitamente em bibliotecas.
Mas há uma área onde o material impresso vai ceder espaço ao conteúdo digital: os livros de culinária. O Martha Stewart Makes Cookies ("Martha Stewart faz biscoitos"), um aplicativo de US$ 5 para o iPad, é a onda do futuro. Cada receita tem uma foto do prato (algo em geral caro demais para os livros impressos). Procedimentos complicados podem ser explicados em vídeo. Você pode mandar para si mesmo um e-mail com a lista de ingredientes. O aplicativo faz o que livros de receitas não conseguem fazer, oferecendo uma versão melhor de tudo o que existiu antes.


Texto do The New York Times, reproduzido na Folha de São Paulo, de 11/04/2011. É uma opção individual, ligada ao contexto dos Estados Unidos da América, se isso não está bem claro no texto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário