terça-feira, 18 de outubro de 2011

O dia em que toda a vida da Terra quase acabou

No dia 12 de agosto de 1883, uma série de cometas passou perto de atingir a Terra, matando praticamente tudo em nosso planeta.
É isso que afirmam os cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México, após reanalisar as descobertas de José Bonilla, um astrônomo mexicano que pode ter passado perto de testemunhar a destruição do mundo como conhecemos. Em 1883, Bonilla observou 447 objetos passando em frente ao Sol por dois dias seguidos em Zacateas, no México; ele publicou suas descobertas em um jornal de astronomia francês. Mas esses objetos não foram vistos em grandes observatórios de Puebla ou da Cidade do México, onde equipes maiores de cientistas observaram e esperaram o fenômeno dia e noite. Por quê? Na época, ninguém sabia ao certo. O editor do L’Astronomie, onde as descobertas de Bonilla foram publicadas, sugeriu que pássaros, insetos ou até mesmo poeira tenha passado em frente ao seu telescópio.
A equipe da Universidade do México tem outra explicação. Eles afirmam que o que Bonilla observou eram fragmentos reais de um gigantesco cometa de bilhões de toneladas, e a razão para que ninguém tenha visto os objetos é que eles passaram tão próximos da Terra que eles só foram visíveis para observadores posicionados em partes muito estreitas do planeta. Mas é aqui que as coisas ficam mais malucas: como a Cidade do México e Puebla ficam a pouco menos de 650 kms de Zacateas, a equipe calcula que o cometa passou entre 480 e 8 mil quilômetros da Terra. E isso provavelmente os deixou bem próximos da extinção total.
Bonilla observou 447 objetos por 2 dias, mas ele os contou apenas em um tempo total de 3,5 horas. Para calcular o total correto do número de fragmentos, a equipe pegou a média dos fragmentos vistos por Bonilla por hora e os multiplicou para um dia inteiro de evento. Total: 3.275 peças separadas, todos eles do mesmo tamanho ou maiores do que o meteoro de Tunguska, em 1908. O impacto em Tunguska foi, em estimativas moderadas, de cerca de 15 megatons, ou mil vezes mais potente do que Hiroshima. 3.275 dessas bombardeando o planeta durante dois dias seria, como dizem os autores da pesquisa, “um evento de extinção”.
A fragmentação de cometas era um fenômeno conhecido em 1883, mas apenas dois casos haviam sido observados. É por isso que provavelmente Bonilla e o editor dos pássaros não fizeram a conta simples. Algumas das trajetórias feitas por Bonilla coincidem com um dos cometas que foi observado no mesmo ano, mas é possível que outro cometa, tão grande assustador quanto o outro, tenha passado despercebido e bem próximo da Terra. [Cornell University Library via Technology Review, SlashDot; Science; Crédito da imagem: Fragmento do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 de APOD]


Visto no Gizmodo Brasil

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