sexta-feira, 21 de abril de 2017

Morre a atriz Neuza Amaral, aos 86 anos, após sofrer embolia pulmonar

Morreu nesta quarta-feira (19) a atriz Neuza Amaral em decorrência de uma embolia pulmonar. O enterro acontece na quinta-feira (20) no Cemitério Israelita de Belford Roxo, no Rio de Janeiro.
Nascida em 1930 e filha de pais analfabetos, mudou-se para o Rio quando tinha quatro anos de idade. Depois, foi trabalhar em uma construtora, que a mandou para São Paulo. Foi quando, em uma visita à Rádio Record, deu início à sua carreira como artista.
Amaral passou pela rádio Tupi e em 1953 migrou para a televisão da emissora. A atriz fez parte em mais de 30 produções da Rede Globo, entre novelas, séries e programas de TV, como "Anastácia, a Mulher sem Destino" (1967), "Sangue e Areia" (1968), "Ossos do Barão" (1973) —pelo qual ganhou o prêmio de melhor atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA)— "Elas por Elas" (1982), "Sinhá Moça" (1986) e "Senhora do Destino" (2004). Seu último trabalho na novela "Pé na Jaca", em 2006.
Em entrevista ao "Memória Globo", projeto da emissora para registrar sua história, lembrou que em ao protagonizar o folhetim "Bravo!" (1975), sugeriu à autora Janete Clair que passasse por uma cirurgia plástica durante a trama.
"Olha, eu ia namorar um rapaz jovem, queria fazer uma cirurgia para ficar emparelhada com ele'", disse a atriz à emissora.
"Falei: 'Janete, se você me enrola toda a cara e põe bandagem, quando tirar, vou ter a mesma cara. Por que não fazemos uma plástica?' 'Você não acha ruim, não?', ela quis saber. 'Eu não. E ainda vou ganhar uma cirurgia. Duas vantagens, porque vou ser a primeira do mundo, numa novela de Janete Clair. Você documenta isso e, se eu morrer na operação, será um documento da morte de Neuza Amaral', argumentei. Janete Clair resolveu fazer, e assim foi feito", lembrou.
Além da carreira artística, Amaral teve atuação na vida pública e foi vereadora do Rio de Janeiro na década de 1990 e ajudou em causas de hemofilia e leitura para cegos. No início dos anos 2000, também atuou como controladora-geral de Cultura na Prefeitura da Araruama, onde tinha residência.
A atriz deixa um filho e dois netos.


Rerprodução da Folha de São Paulo

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