quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Menos livros, mais WhatsApp

Inspirados pelo exemplo do Colégio Santo Agostinho, no Leblon, Rio de Janeiro, que suspendeu o livro "Meninos sem Pátria" por pressão de um grupo de pais, educadores se reuniram para lançar um manifesto. "Vamos suspender todas as aulas presenciais, bem como a leitura de livros. O aluno será instruído pelo grupo de WhatsApp que seus pais escolherem", defendeu Riobaldo Malasartes.
A medida também evita o desgaste de avaliar alunos. "Meu filho tirou nota baixa em português e ficou frustrado. Esse sistema de avaliação que pune as crianças só pode ser fruto daquele Paulo Freireesquerdopata", escreveu um pai no WhatsApp.
Uma junta de profissionais da educação chancelou a medida. Num comunicado oficial, especialistas se pronunciaram em prol de um novo modelo educacional sem partido e sem manipulação.
Eis a carta aberta:
A escola precisa ensinar os alunos a lidar com o mundo contemporâneo. A gente aprendeu nessas eleições que não devemos acreditar no Foicebook, naquela revista The Communist, na Foice de S.Paulo, na Globo Comunista, no papa, nos alemães esquerdistas que deturparam o nazismo, na Madonna e no Luke Skywalker.
A medida acertada do Colégio Santo Agostinho mostra que não devemos confiar em livros. Grande parte da literatura brasileira dita canônica é esquerdizante. "Grande Sertão: Veredas" é pura ideologia de gênero com aquele Diadorim. "Vidas Secas" é uma iniciação ao petismo. "Macunaíma" criou uma geração de preguiçosos. "Dom Casmurro" estimula a traição e o rompimento da família tradicional. Só para citar alguns exemplos.
Por tabela, vamos rechaçar também todos os filmes feitos com a Lei Rouanet e todas as canções compostas fora de Goiás.
Nossas crianças precisam aprender que a credibilidade não está em livros, documentos, dados, filmes, fotografias. A verdade está no WhatsApp. É lá que somos impactados por áudios em que um eleitor desconhecido, esbaforido, denuncia o acordo com a Venezuela para manipular as urnas eletrônicas. Ou por uma montagem que mostra Chico Buarque recebendo caminhões da Lei Rouanet para trocar o cloro de sua Jacuzzi.

CONTADOR

Estamos trabalhando há 204 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.

Renato Terra, na Folha de São Paulo

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