Emoção e música marcam velório de Dominguinhos no Recife

Artistas se revezaram tocando canções imortalizadas pelo sanfoneiro

O sanfoneiro Reginaldo Ferreira Alves "Camarão", de 73 anos, chegou à tarde ao velório de Dominguinhos, no plenário da Assembleia Legislativa, no Recife. Olhou o corpo do amigo que jazia no caixão, abraçou a sanfona e chorou. Em seguida começou a tocar "Lamento Sertanejo". O sentimento de Camarão foi um dos muitos momentos tocantes na última homenagem, nesta quinta-feira, ao músico pernambucano.

"Dominguinhos ensinou o que tinha de ensinar e quem tinha de aprender, aprendeu", resumiu o amigo. "É o último da minha geração". O legado de simplicidade, de verdade, capacidade, criatividade e genialidade do músico foi exaltado por todos os sanfoneiros que se revezaram tocando forró, baião, xote e cantando músicas imortalizadas por ele. "Muito obrigada, meu amigo", disse Elba Ramalho, emocionada, pouco antes de o caixão ser levado por um carro de bombeiros, acompanhado por batedores, para o cemitério Morada da Paz, no município metropolitano de Paulista. 

Envolto em bandeiras do Brasil e de Pernambuco, o caixão foi transportado até o carro por lanceiros da Polícia Militar, sob aplausos e "Viva Dominguinhos!" Herdeiro musical de Luiz Gonzaga, José Domingos de Moraes, Dominguinhos, morreu na terça-feira, em São Paulo, aos 72 anos, depois de uma luta de seis anos contra um câncer de pulmão. Seu corpo foi velado na quarta-feira, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele deixou os filhos Mauro José da Silva Moraes e Liv Moraes, que se mantiveram ao seu lado, com a ex-mulher Guadalupe.

Reprodução do Correio do Povo.