Não existe novela boa, que é sempre ruim, sem ponto de virada. No meio da trama, o autor precisa de uma boa inversão. Quanto mais inverossímil, melhor. Quer dizer, pior. Ou seja, tanto faz. O importante é virar o jogo.
As empresas de ônibus de Porto Alegre estão nessa fase.
Partiram para o panfleto. Querem fazer baderna.
Se não forem “compensadas” pela Prefeitura, prometem, conforme disse o representante da ATP em programa de televisão de razoável audiência noturna de muita conversa e alguma cruzada, não pagar taxas e impostos. Devem andar lendo tratados de desobediência civil.
Não duvido que venham a fazer greve e a trancar com ônibus as avenidas Júlio de Castilhos e Mauá, parando Porto Alegre. O perigo é real.
O perigo é criar um Outono Porto-alegrense, com a galera ocupando as ruas e peitando os empresários sem a menor cerimônia. Melhor não brincar.
As empresas de ônibus insistem que a tarifa é insuficiente.
Não convencem.
Os serviços nas horas de pico são péssimos.
Sei do que falo. Eu uso.
É ônibus atrasado e lotado.
Um refrão.
Essa novela parece ter sido escrita por Glória Perez.
Tudo é absurdo.
Fala-se português na Turquia.
Os empresários não entendem o recado que vêm recebendo.
A audiência deles não para de cair.
Vai uma sugestão de enredo: diminuir a margem de lucro.
É sucesso certo.
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