domingo, 30 de junho de 2013

TARSO GENRO DEVERIA DEVOLVER OS LIVROS

O governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, deveria pedir à sua polícia que devolva aos militantes da Federação Anarquista Gaúcha os livros que capturou durante uma diligência feita em sua sede.
Apreender livros não fica bem para um governador que se diz empenhado numa "revolução democrática". A situação piora quando se vê que o chefe da Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Jr., informou que "é importante dizer que foi apreendida vasta literatura, eu diria assim, a respeito de movimentos anarquistas".
O comissário Genro sabe que a expressão "vasta literatura" vem de outro tempo, quando apreenderam até "O Vermelho e o Negro", romance de Stendhal. No caso, admita-se que em muitos países do mundo pensa-se, como em Porto Alegre, em recolher obras de Noam Chomsky. Em 2002 o professor esteve em Porto Alegre para o Fórum Social Mundial, festejado pelo PT. O comissariado mudou, e Chomsky não acompanhou os novos tempos.
O problema torna-se significativo quando se sabe que na "vasta literatura" estava um volume de "Os Anarquistas no Rio Grande do Sul", com histórias e fotos de velhos militantes (todos mortos) do anarquismo local. Ele foi publicado em 1995, informando que os "direitos desta edição" eram da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, na gestão do prefeito Tarso Genro. O autor, João Batista Marçal, jamais recebeu um tostão pela obra.


Reprodução de trecho da coluna de Elio Gaspari, na Folha de São Paulo

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