Uma das tristezas de viver num país colonizado é depender de ideias importadas das nações mais ricas. Imitamos os termos e métodos na administração, os hábitos de consumo, o audiovisual e os padrões de beleza —até o hediondo mullet, veja só, nós imitamos. Por que seria diferente com as teorias da conspiração?
Terraplanismo, movimento antivacina, “globalismo”, “ideologia de gênero” e agora QAnon (deem um Google, não tenho palavras) são todas ideias de jerico estrangeiras. Como uma nação forte depende de uma cultura forte, eu, patriota e cidadão de bem, chafurdando no zeitgeist “disso daí, talquei?”, venho colaborar na produção de delírios coletivos 100% nacionais. Se é pra sermos imbecis, que nos ferremos de verde e amarelo: chega de viajar na maionese imperialista, metamos o pé na jaca patrícia.
Faustão fez pacto com o demônio. A lenda de Fausto conta a história de um homem que vende a alma ao Tinhoso em troca de poder. Adotando o nome do célebre personagem, o apresentador da Globo sequer tenta esconder o comércio anímico. Não nos esqueçamos, também, que Fausto Silva começou no programa “Perdidos na Noite”. Quem se perde na noite invariavelmente acaba no colo do Capiroto. Alguns anos atrás, Fausto renovou o contrato com o Cramunhão e incluiu uma nova cláusula —ou vocês caíram nessa farsa de cirurgia bariátrica?
O 7 a 1 foi comprado. Os jogadores foram subornados pela comunista globalista nudista e líder mundial da ideologia de gênero, Angela Merkel. A ideia, surgida no Foro de São Paulo e apoiada pelo PT –não esqueçam que a chanceler alemã cresceu na Alemanha Oriental– era desestabilizar a nação, preparando o terreno para a invasão europeia; primeiro o Mineirão, depois o Planalto. Ainda bem que os patriotas não se deixaram abater e elegeram o capitão para presidente —não me refiro, infelizmente, ao Thiago Silva.
Câncer de próstata não existe. É uma invenção do movimento gayzista esquerdista globalista. Obrigando os homens a se submeter a essa massagem desvirilizante, violam o último reduto da individualidade. Chega de Estado se metendo onde não deve!
O mico-leão dourado não existe. Ele foi criado pelo Hans Donner, com apoio da Globolixo, da SOS Mata Atlântica e do George Soros para impedir que o Brasil explore as riquezas minerais da floresta, continuando pobre e presa fácil, novamente, do globalismo e do gayzismo —é evidente que o mico-leão (ui!) dourado (nossa!) é homossexual.
A escravidão nunca existiu. Os africanos se jogavam dentro das caravelas portuguesas e se escondiam nos porões porque queriam vir para o Brasil viver com casa e comida de graça em nossas fartas plantações. Tudo custeado pelo cidadão de bem que pagava seus impostos. Depois de 300 anos os ingratos abandonaram seus zelosos cuidadores, se espalharam pelos morros e criaram a Lei Rouanet, para sustentar seus batuques. É urgente uma reparação aos brancos, tão explorados em nosso país.
Padre Julio Lancellotti é traficante. É ele quem vende drogas na cracolândia, por isso impede que a polícia faça o correto, que é seguir o exemplo de Duterte, nas Filipinas, e assassinar qualquer um que tenha envolvimento com drogas. Ou viva na rua. Ou seja preto e esteja andando por aí depois das 22h. Julio Lancellotti, aliás, é pai do jornalista Silvio Lancellotti, que tem publicados dez livros de culinária —toda uma carreira, portanto, baseada na larica.
Repassem sem dó!
Texto de Antonio Prata, na Folha de São Paulo.
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