Sei que o governo federal lançou o projeto Mais Médicos de forma improvisada como uma resposta às manifestações de rua.
Também sei que os problemas da saúde são complexos e apenas colocar médicos em cidades distantes não é a salvação.
Para acrescentar, devemos considerar que Alexandre Padilha, ministro da Saúde, é candidato ao governo de São Paulo --o que costuma trazer ingredientes eleitorais para uma questão técnica.
Mesmo assim, apoio a vinda de médicos estrangeiros porque é melhor algum médico do que nenhum médico.
Lembremos que a vaga foi oferecida a brasileiros, com uma bolsa de R$ 10 mil mensais mais ajuda de custo - o que é mais do que ganha um professor universitário no topo na carreira.
Se a vinda dos cubanos não estiver arranhando a lei local, ótimo. A formação de médicos em Cuba é respeitada internacionalmente.
Ou seja, não é a melhor solução, mas é alguma solução para os mais pobres sem acesso à saúde.
É melhor um médico falando portunhol do que nenhum médico falando.
Minha suspeita é que a reação de associações médicas - em alguns casos um tanto histéricas - estão mais ligadas aos interesses (ou supostos) da corporação do que do cidadão.
Gilberto Dimenstein, na Folha de São Paulo.
Comentário rápido: Se Gilberto Dimenstein suspeita que a reação das associações médicas estão mais ligadas aos interesses da corporação do que do cidadão, eu tenho quase certeza.
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