No último verão, a polêmica demissão de Adar Cohen do cargo de
supervisor de estudos cívicos do Ministério da Educação, bem como a
interdição de livros escolares tanto de história como livros cívicos
ocorrida durante a década passada ou em torno disso (incluindo “Olam
shel Tmurot”, editado por Danny Yaakobi; “Bonim Medina Bemizrah
Hatihon”, por Eliezer Domke, Hanna Orbach e Tsafrir Goldberg; e “Yotzim
Ladereh Ezrahit”, por Bina Galdi, Asaf Matzkin e Nisan Nave), são
acontecimentos que remetem ao fato de que tais livros ainda são
considerados instrumentos essenciais na formação da identidade e da
visão de mundo dos estudantes.
Uma análise linguística e
semiótica dos mais de 20 livros didáticos de geografia e de história
publicados entre 1994 e 2010 e destinados tanto ao sistema escolar
secular administrado pelo governo como pelas escolas independentes
vinculadas aos ultra-ortodoxos mostra que os livros didáticos de Israel
visam reforçar uma marca territorialista da identidade judaica. Tal
identidade situa os modernos israelenses como descendentes diretos dos
heróis bíblicos.
Os livros didáticos israelenses precisam ser
aprovados pelo Ministério da Educação. Por conta disso, apesar das
diferenças existentes entre eles, todos igualmente partem de um mesmo
pressuposto básico, a saber, uma identidade que considera como dados: os
direitos históricos dos judeus sobre a Palestina; a existência do
sionismo como a resposta dada aos judeus de 2000 anos atrás para o seu
país; a contínua presença do antissemitismo, da hostilidade árabe e da
ameaça árabe; e a necessidade de uma maioria judaica acompanhada de um
controle dos cidadãos israelenses a fim de manter o caráter e a
segurança do Estado.
A História, segundo o historiador Keith
Jenkis, é um “campo de força”, ou seja, uma cadeia de linhas de ação que
organiza o passado com base em (e em proveito de) interesses
estabelecidos. Isso inclui e ao mesmo tempo exclui, aproxima certos
pontos de vista do centro da arena enquanto outros são empurrados para a
margem, e isso ocorre de diferentes maneiras e em graus variados, de
acordo com as forças que agem sobre os pontos de vista a incluir ou a
excluir.
A observação de Jenkins pode ser aplicada inclusive aos
livros didáticos de geografia de Israel, sendo particularmente
apropriada no caso dos mapas. Muitos deles incluem ou excluem certos
pormenores geográficos ou políticos. Dentre os textos de geografia que
examinei, todos tinham como título “Israel” ou “Terra de Israel”, mas
nunca “Estado de Israel”. A única exceção foi “Israel: o homem e o
espaço”, de Zvia Fine, Meira Segev e Raheli Lavi (Centro de Educação
Tecnológica). Contudo, apesar de este texto em sua introdução apresentar
seu assunto como “Estado de Israel”, ele omite as fronteiras pré-1967 –
começando pelo primeiro mapa (de Israel e seus vizinhos) –, enquanto
inclui os territórios ocupados, ignorando que estes nunca foram anexados
ao Estado do ponto de vista legal.
Em um mapa que retrata a
presença da população árabe em Israel, o livro informa que “não há
estatísticas” para os territórios palestinos, cujos habitantes são
descritos no texto como “trabalhadores estrangeiros”. Tal método, pelo
qual a terra é tida como conquistada enquanto a existência das pessoas
que nela vivem é ignorada, é conhecido por “silêncio” geográfico ou
toponímico. Segundo A. K. Henrikson, o silêncio geográfico consiste em
“espaços vazios, silêncios de uniformidade, de estandardização ou
exclusão deliberada, o ato proposital de ignorar ou mesmo repressão de
fato”.
Os silêncios geográficos no livro de Fine, Segev e Lavi
expressam-se no fato de as cidades e povoados árabes – incluindo Nazaré e
Acre, cidades mistas localizadas ao interior das fronteiras de 1967 –
não terem sido marcadas, e pela ausência de instituições palestinas.
Isso ocorre, por exemplo, em um mapa de universidades, que inclui todos
os campi, bem como faculdades judaicas independentes nos territórios (em
Alon Shvut e Elkana), mas nenhuma das universidades palestinas. O mapa
de emprego aponta nos territórios os locais de trabalho israelenses, mas
não os palestinos. Além disso, enquanto há um mapa com os “sítios
nacionais, sítios culturais, [e] instituições administrativas e
governamentais” em Jerusalém, não há referência alguma – com exceção do
Muro das Lamentações – em relação à parte árabe de Jerusalém Oriental.
Surpreendentemente,
um texto de geografia para o sistema escolar independente
ultra-ortodoxo, “Sfat Hamapa”, de P. Dina (Yeshurun Press), é excelente.
Ele assume uma clara postura ideológica, colocando nos mapas as
fronteiras de 1967, e pondo questões que levam os estudantes para o
cerne da questão. Por exemplo: “Considere por que motivo é muito
importante saber as fronteiras precisas da Terra de Israel tal como elas
são representadas na Torá.” “Por que as Colinas de Golã são tão
importantes para nós?” “O que é a Linha Verde?” “Dê os nomes de alguns
assentamentos judaicos construídos para além das fronteiras de 1967.”
“Corte e cole artigos de jornais que tratem da controvérsia a respeito
dos assentamentos em 'territórios ocupados' para além da Linha Verde.”
Ao
pesquisar nos livros didáticos usados em escolas seculares geridas pelo
Estado, observei haver justificativas para a ocupação amparadas em
versículos bíblicos. No livro didático de geografia “Artzot Hayam
Hatihon”, de D. Vadaya, H. Ahlman e J. Mimouni (Maalot Press), usado
pelas classes de quinta série desde 1996, a seção “Um mar e seus muitos
nomes” em verdade não apresenta os nomes que diferentes povos que vivem
nas margens do Mar Mediterrâneo lhe dão. Ao invés disso, o texto oferece
citações bíblicas: “Fixarei teus limites desde o mar Vermelho até o mar
dos filisteus” (Êxodus, 23:31); “As vossas fronteiras se estenderão
desde o deserto do Líbano e desde o rio Eufrates até o mar ocidental”
(Deuteronômio 11:24). O título do mapa é “Ao norte e ao sul, ao oriente e
ao ocidente” (Gênesis 13:14), com a explicação: “O sentido do verso
consiste em que, no futuro, o seu país estender-se-á para o oeste, o
leste, norte e sul”. O título aparece à direita do mapa intitulado
“Israel”, e inclui todos os territórios ocupados sem quaisquer linhas de
demarcação. A inclusão da Bíblia em um livro didático confere um selo
científico de aprovação a uma profecia, ao mesmo tempo em que confere
dimensão sagrada a um livro de geografia.
Um árabe com um cameloEm
um estudo publicado há oito anos, Ruth Firer, do Truman Institute for
the Advancement of Peace, vinculado à Universidade Hebraica de
Jerusalém, escreveu que “tão logo o politicamente correto chegou a
Israel, tornou-se inconveniente o uso de linguagem áspera e
discriminatória em livros didáticos”. Não obstante, nos livros que
examinei em meus estudos, nenhum deles contém uma descrição ou imagem
dos palestinos – seja dos que vivem nos territórios, seja dos que vivem
em Israel – como modernos ou urbanos, como empregados na produção ou em
profissões de prestígio.
Os refugiados palestinos são
representados como pessoas que querem entrar em Israel e não como
aqueles que desejam retornar para a sua terra natal; cidadãos
árabes-israelenses são representados como o inimigo interno, uma ameaça
demográfica e uma minoria inferior à maioria judia – individualmente,
socialmente e economicamente. Os palestinos figuram nos textos apenas
como representativos dos problemas que eles causam a Israel – atraso e
terrorismo – ou como parte do “problema dos refugiados” que “envenenou
as relações de Israel com o mundo árabe e a comunidade internacional por
mais de uma geração”, segundo Elie Barnavi e Eyal Naveh em seu livro
didático de história, “Tempos Modernos 2” (Sifrei Tel Aviv Press).
As
únicas imagens de palestinos nos livros didáticos de história por mim
examinados retrata refugiados descalços descendo por uma via não
identificada (“Idan Ha’ayma Vehatikva”, de Ketzia Avieli-Tabibian, Matah
Press); tendas em um local e época não identificados (“Hale’umiut
Bayisrael Uba’amim,” de Eyal Naveh, Naomi Vered e David Shahar, Rekhes
Press); terroristas mascarados (“The 20th Century,” de Barnavi, Sifrei
Tel Aviv Press); e lavradores atrás de um arado puxado por bois
(“Anashim Bamerhav”, de A. Rapp and Z. Fine, CET Press). O livro “A
geografia de Eretz Israel”, de Y. Aharoni and T. Saguy (Lilach Press),
traz uma caricatura de um homem com um bigode e vestindo um kaffyeh, ou
conduzindo um camelo ou montado em um, e frequentemente acompanhado por
uma mulher curvada, por crianças e, às vezes, por um velho Beduíno – o
texto refere-se sempre aos “árabes”. Tais são as imagens que moldam a
maneira como os estudantes judeus de Israel veem árabes e palestinos,
não apenas aqueles que são seus vizinhos, mas também aqueles que são
seus conterrâneos, cidadãos israelenses.
Foi um milagre.Os
livros didáticos de história retratam de maneira abundante os
palestinos como parte de um problema nefasto, algo que poderia
assemelhar-se a um desastre natural; aos estudantes são mostradas
imagens de ruas vazias e inundadas com água, ou fotos aéreas de
construções densas em campos de refugiados vazios. A culpa para este
problema sem fim é imputada às vítimas, ou seja, aos refugiados que não
se incorporaram aos países árabes, bem como aos líderes dos países
árabes que se recusaram a absorvê-los. Os estudantes leem que o problema
é conveniente aos líderes árabes, sobretudo como propaganda
anti-Israel. Por exemplo, Naomi Blank argumenta em seu livro didático de
história “Pnei Hame’a Ha’esrim” (A face do século 20, Yoel Geva
Press) que “a questão dos refugiados remete a um problema insolúvel,
que alimenta o conflito no Oriente Médio, joga lenha na fogueira /.../.
Líderes dos Estados árabes têm usado os refugiados palestinos como um
instrumento em proveito de seus interesses políticos”.
Enquanto o
currículo tem como diretriz oferecer uma apresentação de uma variedade
de posições a respeito de problemas relevantes, os pontos de vista dos
palestinos nos campos da política, da cultura e da economia são
excluídos. Em “Bonim Medina Bemizrah Hatihon”, frequentemente citado no
relatório Bar-Tal/Adwan, os autores Domke, Orbach e Goldberg tentaram
incluir o ponto de vista de um historiador palestino, Walid Khalidi,
acerca dos refugiados. Este intento fez com que o livro passasse a ser
rejeitado pelo Ministério da Educação. O historiador israelense Benny
Morris foi chamado para, em uma versão corrigida, reapresentar a
perspectiva palestina.
Outros livros também desconsideram
historiadores não israelenses exatamente na medida em que seus autores
pretendem estar eles próprios representando os múltiplos pontos de vista
acerca das controvérsias entre israelenses e árabes. Abraham Hadad, em
“Toldot Yisrael Veha’amim Betkufat Hashoah Vehatekuma” (Dani Press), e
Shula Inbar em “50 Shenot Milhamot Vetikvot” (Lilach Press) oferecem
suas próprias interpretações para o tópico “a posição árabe”. De acordo
com estes autores, os palestinos provocaram o desastre que os acomete e
os líderes dos países árabes querem que o desastre continue. A fuga dos
palestinos em 1948 é descrita, em todos os livros que pesquisei, como
uma “migração em massa” ou como uma “temerosa retirada” originada por
pequenos atos não planejados de expulsão, mas em sua maior parte por
rumores exagerados acerca da crueldade dos judeus, que permanece como
mito nas narrativas palestinas, tal como descrito no livro “Haleumi’ut
Bayisra’el Uba’amim”. Em seu livro, Inbar descreve como David Ben-Gurion
visitou o povoado de Salameh e tentou, sem sucesso, entender as razões
de uma velha mulher cega para a fuga.
Muitos dos livros
didáticos apoiam explicitamente a recusa de Israel em permitir o retorno
dos refugiados, sendo que alguns deles expõem em detalhes como Israel
tem atuado para prevenir-se de que isso aconteça. O resultado dessa
política é enfatizada por todos como sendo algo positivo para os judeus.
Bar Navi (1998), considerado por Firer e Adwan (2004) como
“progressista”, afirma que a “fuga em massa” dos árabes de Israel
causada pelo massacre de Dir Yassin “solucionou um problema demográfico
de grande envergadura” “e mesmo uma pessoa ponderada como (o primeiro
presidente) Haim Wiezman disse que esse episódio foi um milagre”. Esse
livro “progressista” não é diferente dos livros ultra-ortodoxos que
dizem: “Foi um milagre que os árabes de Haifa, Katamon (nas redondezas
de Jerusalém) e Jaffa tenham ido embora e deixado tudo nas mãos de
judeus”, escreve Yekutiel Fridner em seu livro para o sistema escolar
independente ultra-ortodoxo “Toldot Hadorot Ha’ahronim: Yisrael Ve’umot
Ha’olam Metkufat Hamahapaha Hatzarfatit ad Lamilhemet Sheshet Hayamim”
(Yeshurun Press). Direitos Humanos e Direito Internacional não são de
modo algum discutidos.
Foi apenas uma campanhaNestes
livros, massacres cometidos pelas Forças de Defesa de Israel ou pelas
forças militares Haganá, Irgun e Lehi – que ocorreram antes da fundação
do Estado – tornaram-se “ações”, “campanhas”, “histórias” e “batalhas”,
ou mesmo “ações punitivas”. O massacre de Deir Yassin, ocorrido em 1948,
o massacre em Kafr Qasem em 1956 e o ocorrido no povoado jordaniano de
Qibya em 1953 são apresentados como ações que tiveram resultados
positivos (ignorando a condenação pela comunidade internacional e o
mal-estar de lideranças políticas). Tais resultados incluem uma faixa
contínua de assentamentos judaicos no corredor para Jerusalém, uma
aceleração da “retirada rápida” dos árabes palestinos (como em Deir
Yassin), a elevação na moral das tropas e a segurança dos cidadãos
israelenses (como em Qibya), e uma oportunidade para declarar que os
soldados não poderiam cumprir ordens que fossem obviamente ilegais e o
início do processo de desmantelamento do governo militar de Israel nos
territórios (Kafr Qasem). A lição que se tira de todos os livros
didáticos que examinei é que todas as injustiças que os israelenses
cometeram são justificadas caso previnam a injustiça que possa talvez
ser cometida contra nós.
Há apoios visuais que acompanham estes
materiais, mas as imagens e outros materiais adicionais dão enfoque para
os soldados israelenses, não para as atrocidades que eles possam ter
cometido nem tampouco para as vítimas de tais atrocidades. O texto que
descreve o massacre de Deir Yassin no livro “Idan Ha’eima Vehatikva”,
por exemplo, aparece logo depois de uma imagem de soldados israelenses
nas ruínas da fortaleza de Kastel, próximo do local onde ocorreu o
massacre, bem como da letra da canção popular “Shir Hare’ut”, que fala
da camaradagem entre os soldados. Já no livro “Hale’umi’yut Beyisra’el
Ube’amim”, há uma descrição do massacre em Qibya ao longo da qual
soldados da Unidade 101 são retratados como modelos de coragem, ousadia,
devoção e adjetivos semelhantes, ao passo que “Idan Ha’eima Vehatikva”
mostra uma foto de Ariel Sharon e seus combatentes, acompanhado de
Moisés Dayan, que veio para congratulá-los por sua “missão” bem-sucedida
em Qibya, figurando ainda a letra da canção popular “Hasela Ha’adom”,
que fala da coragem imprudente de rastejar pela margem do Rio Jordão
para visitar a cidade antiga de Petra.
As vidas e o sofrimento
das vítimas não gozam de nenhum “tempo papel”, para usar uma expressão
do filósofo Roland Barthes [NT: O “tempo papel” diz respeito à
apresentação da História através da enunciação, do discurso ou da
narração, que varia segundo as opções do narrador. Segundo Barthes, o
“tempo papel” contrasta com o “tempo histórico (ou cronológico)”, no
qual os acontecimentos históricos efetivamente se passam]. Nesses
livros, as descrições de massacres não geram empatia para com as vítimas
nem solidariedade humana para com sua dor.
Chances para a pazUm
aspecto comum de todos os livros didáticos estudados é a descrição dos
palestinos, tanto daqueles que são cidadãos do Estado de Israel como
daqueles que habitam nos territórios, vistos como um problema a ser
resolvido. Uma solução de paz para o conflito é insistentemente
retratada como sendo impossível, e os palestinos são sempre culpados
pela violação dos cessar-fogo e acordos. (As violações dos Acordos de
Oslo por Israel são descritas como atos de extremistas, tal como Baruch
Goldstein, o médico israelense que assassinou 29 devotos palestinos na
Caverna dos Patriarcas em 1994).
O autor do livro didático
ultra-ortodoxo Yekutiel Fridner assume o orgulho da astúcia de Israel em
assegurar-se de que a Resolução 242 das Nações Unidas definisse a
retirada das forças de Israel de “territórios” ocupadas na Guerra dos
Seis dias, ao invés de falar “dos territórios”, dando a entender que se
tratavam de alguns deles, e não de todos eles. Tais palavras, exulta
Fridner, permitiu a Israel manter o controle de partes da Cisjordânia
quando esta foi dividida em áreas administrativas – incluindo o
assentamento Gush Etzion, Beit El e Ariel, e partes de Jerusalém
Oriental. Ele acrescenta que enquanto “os palestinos ‘comprometeram-se’
em dar aos judeus acesso a sítios judaicos sagrados, estas promessas não
tinham muito valor”.
Em suma, os livros didáticos que examinei
tendem a alimentar nos estudantes hostilidade para com e alienação e
ignorância a respeito das vidas, da cultura, dos líderes e das
potenciais contribuições dos palestinos para a nossa sociedade e país.
Nenhum dos livros contém uma alusão sequer aos benefícios que a paz pode
trazer.
Dito isso, só posso tirar a seguinte conclusão: não
apenas falta educação para a paz em Israel, como os livros didáticos
usados nas escolas judaicas em Israel estão educando ativamente para o
ódio. Professores interessados em leituras críticas da história e
geografia, ou em educação para a paz, necessitam de um treinamento para
lidar com as maneiras pelas quais os livros didáticos à disposição
passam suas mensagens politicamente carregadas, e tudo que diga respeito
a isso. Esse preparo é vital para Israel, cujos livros didáticos
representam ideologias políticas e sociais poderosas e sacralizadas, e
um sistema educacional que torna difícil para professores e estudantes
desenvolver o pensamento crítico e com isso incidir sobre o discurso
padrão, ou envolverem-se em debates sobre a realidade e justiça desse
discurso.
*Profª Nurit Peled-Elhanan é professora
conferencista em educação e linguagem na Universidade Hebraica de
Jerusalém. Esse ensaio é baseado em suas análises linguísticas e
semióticas de mais de 20 livros didáticos de geografia e história,
publicados entre 1994 e 2010, para uso tanto em escolas públicas
administradas pelo governo como em escolas independentes
ultra-ortodoxas. As conclusões finais do estudo foram publicadas
recentemente em seu livro “Palestine in Israeli School Books: Ideology
and Propaganda in Education” (I.B. Tauris).
Tradução: Antônio David.
Revisão da tradução: Sarah de Roure.
Referência da publicação da versão original: http://www.haaretz.com/culture/books/we-and-only-we-are-on-the-map-1.479038 (OBS: a tradução foi feita sobre uma versão ampliada que recebemos diretamente da autora).
Fonte: Carta Maior.