Por dinheiro, Cuba agora aprova o 'burguês' golfe
Fidel Castro fechou os campos de golfe ao chegar ao poder
Fidel Castro fechou os campos de golfe ao chegar ao poder
Por RANDAL C. ARCHIBOLD
CIDADE DO MÉXICO - Uma das primeiras ações de Fidel Castro ao assumir o poder foi livrar Cuba dos campos de golfe, procurando proibir um esporte que ele e outros socialistas revolucionários viam como símbolo do "excesso burguês".
Agora, 50 anos depois, investidores dizem que o governo cubano adotou direção contrária, concedendo, nas últimas semanas, autorização preliminar para a construção de quatro resorts de luxo voltados para o golfe, os primeiros que devem se instalar na ilha de uma onda de mais de uma dúzia. Esses lugares vão fazer a alegria dos turistas e engordar o cofre de uma nação sedenta por dinheiro.
Os quatro projetos iniciais totalizam mais de US$ 1,5 bilhão, sendo que cerca de metade do futuro lucro deve ficar com o governo cubano. O projeto inclui a construção de residências. Os estrangeiros poderão comprá-las -uma rara oportunidade vinda de um governo que proíbe a propriedade privada.
Fidel Castro e seu então companheiro Che Guevara, que trabalhou, ainda na Argentina, como doceiro na juventude, foram fotografados jogando uma partida de golfe, naquilo que alguns interpretaram como um esforço para caçoar o esporte ou o presidente Dwight Eisenhower, um apreciador da bolinha- ou os dois.
Mas a economia de Cuba em baixa e o crescimento na popularidade do esporte, particularmente entre os turistas gastadores que levam seus clubes de golfe para onde vão, suavizaram a visão do governo. Manuel Marrero, o ministro do Turismo, disse, em conferência na Europa em maio, que o governo vai fazer "joint ventures" para construir 16 resorts de golfe em um futuro próximo.
Nos últimos três anos, o único campo de 18 buracos de Cuba, de propriedade do governo, localizado no resort da praia de Varadero, chegou a sediar um campeonato. Por isso, há muito tempo deixou de ser, seus defensores dizem, um jogo de homem rico.
"Nós fomos avisados de que essa incursão é prioridade do investimento estrangeiro", disse Graham Cooke, arquiteto de campos de golfe que comanda um projeto de US$ 410 milhões na praia de Guardalavaca, a cerca de 800 km da capital Havana, para a Standing Feather, um consórcio de indianos do Canadá.
Andrew Macdonald, o executivo-chefe da Esencia Group, com sede em Londres, que está planejando um clube de US$ 300 milhões em Varadero, disse: "Esse é um projeto fundamental para nossa empresa ter um setor de turismo mais eclético".
A expectativa é que os outros projetos incluam, no mínimo, um dos três propostos pela Leisure Canada, empresa baseada no Canadá, além de um resort planejado pela Foster & Partners, de Londres. Os projetos, inicialmente, são voltados para turistas canadenses, europeus e asiáticos.
Mudanças políticas adotadas no último congresso do Partido Comunista em abril parecem ter aberto o caminho, incluindo resolução que aponta para o golfe e as marinas como fontes de renda para a recuperação da economia.
"Cuba olha para sol, salsa e praia e sabe que tais atrações não se sustentarão", disse Chris Nicholas, diretor do Standing Feather. "Eles precisam de mais atrações para oferecer e decidiram apostar no golfe".
John Kavulich, conselheiro do Conselho Econômico do Comércio entre EUA e Cuba, disse que Cuba tem histórico de recuar de decisões relacionadas à livre iniciativa pela dificuldade de explicar como complexos tão caros podem dividir a cena com casas em frangalhos por toda parte. "Será que Cuba vai autorizar o cidadão a participar da festa?", questionou. "Como isso tudo vai funcionar?
Se os projetos forem construídos como estão no papel, os turistas terão à disposição lojas, spas e benefícios de luxo. Standing Feather, que chama seu hotel de "Estância de Golfe Loma Linda", promete 1.200 casas de campo, bangalôs e apartamentos em um terreno de 210 hectares. O complexo contará ainda com shopping center.
Cooke, o arquiteto do campo de golfe, observa com ironia: "Será construído bem na região originária de Fidel Castro".
Agora, 50 anos depois, investidores dizem que o governo cubano adotou direção contrária, concedendo, nas últimas semanas, autorização preliminar para a construção de quatro resorts de luxo voltados para o golfe, os primeiros que devem se instalar na ilha de uma onda de mais de uma dúzia. Esses lugares vão fazer a alegria dos turistas e engordar o cofre de uma nação sedenta por dinheiro.
Os quatro projetos iniciais totalizam mais de US$ 1,5 bilhão, sendo que cerca de metade do futuro lucro deve ficar com o governo cubano. O projeto inclui a construção de residências. Os estrangeiros poderão comprá-las -uma rara oportunidade vinda de um governo que proíbe a propriedade privada.
Fidel Castro e seu então companheiro Che Guevara, que trabalhou, ainda na Argentina, como doceiro na juventude, foram fotografados jogando uma partida de golfe, naquilo que alguns interpretaram como um esforço para caçoar o esporte ou o presidente Dwight Eisenhower, um apreciador da bolinha- ou os dois.
Mas a economia de Cuba em baixa e o crescimento na popularidade do esporte, particularmente entre os turistas gastadores que levam seus clubes de golfe para onde vão, suavizaram a visão do governo. Manuel Marrero, o ministro do Turismo, disse, em conferência na Europa em maio, que o governo vai fazer "joint ventures" para construir 16 resorts de golfe em um futuro próximo.
Nos últimos três anos, o único campo de 18 buracos de Cuba, de propriedade do governo, localizado no resort da praia de Varadero, chegou a sediar um campeonato. Por isso, há muito tempo deixou de ser, seus defensores dizem, um jogo de homem rico.
"Nós fomos avisados de que essa incursão é prioridade do investimento estrangeiro", disse Graham Cooke, arquiteto de campos de golfe que comanda um projeto de US$ 410 milhões na praia de Guardalavaca, a cerca de 800 km da capital Havana, para a Standing Feather, um consórcio de indianos do Canadá.
Andrew Macdonald, o executivo-chefe da Esencia Group, com sede em Londres, que está planejando um clube de US$ 300 milhões em Varadero, disse: "Esse é um projeto fundamental para nossa empresa ter um setor de turismo mais eclético".
A expectativa é que os outros projetos incluam, no mínimo, um dos três propostos pela Leisure Canada, empresa baseada no Canadá, além de um resort planejado pela Foster & Partners, de Londres. Os projetos, inicialmente, são voltados para turistas canadenses, europeus e asiáticos.
Mudanças políticas adotadas no último congresso do Partido Comunista em abril parecem ter aberto o caminho, incluindo resolução que aponta para o golfe e as marinas como fontes de renda para a recuperação da economia.
"Cuba olha para sol, salsa e praia e sabe que tais atrações não se sustentarão", disse Chris Nicholas, diretor do Standing Feather. "Eles precisam de mais atrações para oferecer e decidiram apostar no golfe".
John Kavulich, conselheiro do Conselho Econômico do Comércio entre EUA e Cuba, disse que Cuba tem histórico de recuar de decisões relacionadas à livre iniciativa pela dificuldade de explicar como complexos tão caros podem dividir a cena com casas em frangalhos por toda parte. "Será que Cuba vai autorizar o cidadão a participar da festa?", questionou. "Como isso tudo vai funcionar?
Se os projetos forem construídos como estão no papel, os turistas terão à disposição lojas, spas e benefícios de luxo. Standing Feather, que chama seu hotel de "Estância de Golfe Loma Linda", promete 1.200 casas de campo, bangalôs e apartamentos em um terreno de 210 hectares. O complexo contará ainda com shopping center.
Cooke, o arquiteto do campo de golfe, observa com ironia: "Será construído bem na região originária de Fidel Castro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário