sexta-feira, 29 de abril de 2011

David Wilkerson Killed in Car Crash

David Wilkerson Killed in Car Crash

Sarah Pulliam Bailey
 
David Wilkerson, author of The Cross and the Switchblade and founder of World Challenge Ministries, died in a car crash today, Charisma and CBN are reporting. CBN reports that Wilkerson, 79, was driving and was pronounced dead at the scene.
Wilkerson was driving east on U.S. 175 in Texas Wednesday afternoon, and moved into the opposite lane where a tractor trailer was driving westbound. The truck driver saw the car and tried to move out of the way, but still collided with the pastor's car head on, according to Public Safety Trooper Eric Long.
It's unclear what caused Wilkerson to veer into the other lane. His wife Gwen was also involved in the crash and rushed to the hospital, along with the truck driver.
The church that he founded, Times Square Church in New York City, has more than 8,000 members.

In 2009, Wilkerson posted a message warning of riots, fires, and economic collapse in New York City. CT wrote at the time about why Wilkerson's message received so much attention.
Wilkerson has more credibility and name recognition than many other online prophets. He is the author of The Cross and the Switchblade, one of the most popular books in evangelical history. (It ranked #32 in Christianity Today's list of "Top 50 Books That Have Shaped Evangelicals.") His Teen Challenge ministry is very prominent in discussions of drug treatment and social service partnerships between church and government. And Times Square Church, which he founded, reportedly draws 8,000 people weekly and is known for its many social service ministries.
Wilkerson continued to write blog posts until his death.

Update: Details about Wilkerson's memorial service will be posted on Times Square's website, which states that it will be streamed live.

David Wilkerson has been a top 10 trending topic on Twitter tonight, including tweets from Wilkerson's cousin and Joel Houston, leader of the Sydney-based youth worship band Hillsong United.

Rich Wilkerson: "The term LEGEND is often used to describe a person of extreme influence but what about a man that supersedes superlatives..david wilkerson"

Joel Houston: "The cross and the switchblade was the first book I ever read. Seeded NYC in my heart. So grateful for the life and legacy of David Wilkerson"

 



Notícia do falecimento do pregador David Wilkerson, no Cristianity Today.

O Google Tradutor produz uma tradução compreensível.

Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.

— É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior — tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como e fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.


— A nova classe média nos descaracterizou?


— Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada…


— Buuu para o Lula, então?


— Buuu para o Lula!


— E buuu para o Fernando Henrique?


— Buuu para o… Como, “buuu para o Fernando Henrique”?!


— Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?


— Sim. Não. Quer dizer…


— Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.


— Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.


— Por quê?


— Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.


— Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?


— Acho, mas……………


Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.




Texto atribuído a Luís Fernando Veríssimo, visto no Conversa Afiada, blog do Paulo Henrique Amorim.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

José Simão vê o casamento de William e Kate

“E o casamento do século? William e Kate. E se a Diana virou Lady Di, a Kate vai virar Lady Kate. Do "Zorra Total". E quem vai representar o Brasil? O Tiririca já foi convidado. O Tiririca já recebeu pulseirinha VIP! O Michel Temer acha que o PMDB tem que participar. Mas foi negado.
E o Diário de Barrelas revela: "Ex-BBBs desembarcam em Londres para o casamento do século!". Rarará! Um grupo de 42 ex-BBBs chegou em Londres às 11h30 desta manhã. A comitiva de brothers e sisters desembarcou no aeroporto de Heathrow entoando gritos de "uhuuu" e "caraaaaaca!". Rarará!”


OTAN vai atacar exército líbio descaradamente

Otan vai atacar retaguarda do Exército líbio

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Estrategistas da Otan (aliança militar ocidental) estão ampliando os bombardeios aéreos na Líbia para alvos na retaguarda do Exército do regime -tais como quartéis-generais, centrais de comunicação e instituições que apoiam o ditador Muammar Gaddafi.
Segundo o jornal americano "New York Times", os objetivos são desestruturar a cadeia de comando do Exército -impedindo que ordens cheguem às tropas- e neutralizar instituições que dão legitimidade ao regime, como a TV estatal.
Anteontem, um complexo residencial usado por Gaddafi, que fica na capital Trípoli, foi alvo de bombardeio dos aliados.
Oficiais da Otan disseram ao "NYT" sob anonimato que os ataques a instituições-símbolo do regime também teriam como efeito secundário a perda de legitimidade do ditador e sua consequente queda.

MISRATA
Após anunciar pretensa retirada de Misrata, último bastião rebelde no oeste do país, tropas líbias consolidaram posições nos arredores da cidade.
Com sua artilharia de campanha abrigada de ataques aéreos da Otan (dividida em pequenos grupos junto a prédios civis), o Exército começou ontem a bombardear e lançar ataques de infantaria contra a região portuária.
O porto de Misrata é a única linha de suprimentos dos rebeldes na cidade. A interrupção dela possivelmente forçaria uma rendição dos insurgentes que combatem na região.


“Resolução de ‘exclusão aérea’ na ONU” se transformou em uma guerra de fato, da OTAN, contra o governo líbio.




Um casamento de conto de fadas? Que tolice!

Um casamento de conto de fadas? Que tolice!

Marco Evers

O casamento real de William e Kate na sexta-feira (29/3) será uma piada, uma celebração irremediavelmente exagerada de um sistema absurdamente antidemocrático, segundo o correspondente do “Spiegel” em Londres, Marco Evers. Ele se apieda pela perda iminente de liberdade da noiva e se pergunta por que esta nação excêntrica continua a adorar a família Windsor.
A coisa toda parece uma aberração da história.
Está errado quando o chefe de Estado de um país só pode vir de uma família. Está errado fornecer a este clã palácios, terras e toda forma de bolsas para poupar seus membros da indignidade de terem que ganhar a vida e permitir-lhes que vivam no luxo. Está errado se dirigir aos Windsor como Sua Alteza Real ou mesmo Sua Majestade, como acontecerá depois da sexta-feira com a adorável Kate Middleton. Está errado vê-los como qualquer coisa além de pessoas feitas de carne e osso, como eu e você.
Milhões de britânicos sabem disso. O jornal “Guardian” quer abolir a monarquia, assim como o “Independent” e a revista “Economist”. Muitos professores, diretores de cinema, autores, atores e políticos gostariam que o Reino Unido se tornasse uma república –mas eles continuam sendo uma minoria que, por anos, ficou constante em torno de 18% da população.
Cherie Blair, a difícil esposa do ex-primeiro-ministro Tony, certa vez recusou-se a fazer uma reverência para Elizabeth Windsor, mas a maioria dos britânicos gosta de fazer isso e ainda mais pela Rainha e o País. Os Windsor são a família real mais cara da Europa, mas o povo continua pagando sem reclamar, ao menos enquanto a Rainha Elizabeth está viva.
A Rainha é dona de todos os cisnes, baleias e esturjões
O Reino Unido, contudo, é um país estranho. Não tem constituição escrita, mas tem um sistema de classe rígido. Os advogados usam perucas no tribunal e não há cidadãos, apenas súditos. Por lei, todos os cisnes, todas as baleias e todos os esturjões são propriedade da Rainha, mas não há um time de futebol nacional.
E se a Rainha quiser dar essa honra a algum de seus súditos, ele pode orgulhosamente ser chamado de “Oficial”, ou até de “Comandante da Ordem do Império Britânico”. Que diabos esses títulos querem dizer? Grande parte desse salamaleque parece tão antiquada quanto o metrô de Londres.
Os soldados britânicos estão lutando pela democracia no Afeganistão e Líbia, e eles lutaram por ela no Iraque. Mas em casa, eles defendem a ideia absurdamente não democrática que ninguém além de um Windsor pode ser chefe de Estado. Assim que Elizabeth, que tem 85 anos, deixar seu invólucro mortal, seu filho Charles, de 62 anos, já desgastado por sua longa espera para a acessão, assumirá o trono, apesar das pesquisas de opinião mostrarem que a maioria dos britânicos não querem que o príncipe esotérico e introspectivo se torne rei. A pompa e a cerimônia em torno do casamento de William e Kate é a mais recente expressão da excentricidade britânica –mas uma grande parte do mundo parece também estar sucumbindo ao seu apelo.
Sim, as carruagens de ouro e veludo são bonitas, o cortejo da noiva será uma verdadeira visão e a abadia de Westminster é um cenário bastante espetacular para a cerimônia. Mas será que vale todo esse fuzuê? Mais de 10.000 jornalistas estão baixando em Londres. Os canais alemães ARD, ZDF, Sat 1, RTL, n-tv e N24 dificilmente vão transmitir qualquer outra coisa na sexta-feira. Todo mundo está fingindo que este espetáculo é o evento mais importante e bonito da Terra –mas não é.
Estranhamente, o público britânico não está tão interessado no casamento quanto se pensa. A maior parte diz que não liga para o evento. Somente um terço planeja assistir ao espetáculo na televisão. E comparada com as núpcias reais anteriores, relativamente poucos planejam tomar parte nas festas de rua tradicionais. No centro de Londres, os hotéis estão com muitas vagas, apesar de estarem oferecendo descontos para o final de semana.
Milhões de súditos da Rainha já fugiram da ilha em companhias áreas mais baratas antes da Páscoa e agora estão ocupando as praias da Turquia, Chipre, Egito e Caribe. Com certeza, o tempo será melhor do que em Londres, onde a previsão para sexta-feira é de chuva.
O Reino Unido ainda está mergulhado em sua pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial. Todos deveriam estar arregaçando as mangas para tirar a nação da depressão. Mas o governo declarou o dia do casamento feriado, e as escolas, bancos, escritórios e fábricas estarão fechados –só porque o herdeiro do herdeiro do trono está se casando. O feriado extra pode levar a uma ocupação maior dos bares do país, mas vai terminar custando bilhões à economia.
Um casamento ditado pelo protocolo do palácio
Na verdade, o casamento de William e Kate é um triste espetáculo. Os dois jovens não estão se casando da forma que gostariam, mas como o palácio, o protocolo e a vovó exigem.
William, 28, está acostumado a isso porque nasceu dentro disso. Mas para Kate, 29, sexta-feira vai marcar o fim da liberdade. Para seus pais, será um pouco como a morte da filha. Ela não vai pertencer mais a eles –será elevada a uma forma de ser humano aristocrático distante, sempre indisponível para aquele jantar improvisado com mamãe e papai.
Casamento de conto de fadas? Nem de perto.
Alguns amigos e parentes estarão presentes na abadia de Westminster, mas a maior parte dos convidados será de estrangeiros, e alguns deles serão repulsivos. O rei Mswati, o déspota da nação empobrecida de Suazilândia, que tem 13 mulheres, virá com sua comitiva de 50 pessoas. Os potentados árabes também foram convidados, alguns dos quais atualmente estão matando manifestantes pela democracia em suas ruas. Quem gostaria de se casar em tal companhia?
Metade do gabinete britânico vai participar da festa, junto com o líder da oposição trabalhista Ed Miliband, que sustenta o título grandioso de “Líder da Oposição Leal de sua Majestade”. O antigo primeiro-ministro conservador John Major estará presente. Mas os dois últimos primeiros-ministros trabalhistas, Tony Blair e Gordon Brown, não foram convidados. Será uma punição por terem apoiado a proibição da caça à raposa? Por que o autocrático sultão de Brunei foi convidado e não os dois líderes anteriores de um governo britânico democraticamente eleito?
O mundo todo está esperando para admirar o vestido de casamento de Kate. O estilista ficará afogado em trabalho depois disso. Mas aquela que vestirá o vestido enfrenta um futuro que de fato não deve ser desejável para uma mulher inteligente do século 21. Kate terá apenas três tarefas de agora em diante: servir a seu marido, ser bela e gerar filhos, preferencialmente meninos. Além disso, tudo o que tem a fazer é ficar calada.
É como nos anos 50 –só que muito pior, porque terá que continuar a reverenciando a Rainha e os outros membros da hierarquia da família com a qual está casando.
A coisa toda parece muito pior do que uma aberração da história. É uma piada.

Tradução: Deborah Weinberg


A farra dos recursos judiciais

A farra dos recursos judiciais

RICARDO FERRAÇO

Processos intermináveis, que se arrastam por anos e até por décadas. Crimes que acabam prescrevendo antes da sentença final e tribunais superiores sufocados por montanhas de ações judiciais de menor envergadura.
Se a Justiça brasileira é lenta, burocrática e muitas vezes inacessível para os mais humildes, alimentando a percepção e até a certeza da impunidade, isso se deve, em grande parte, a uma típica jabuticaba brasileira: a existência de quatro instâncias recursais.
Mais que direito de defesa, os recursos são usados hoje a torto e a direito para ganhar tempo e se livrar das penalidades da lei. Uma manobra que desgasta a imagem da Justiça e sobrecarrega de forma intolerável o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. Os dados são da Fundação Getulio Vargas: 91,6% dos processos que chegaram ao STF entre 1988 e 2010 foram recursos judiciais; desse total, 90% foram impetrados pelo poder público.
Vale observar que 80% dos recursos são recusados, reforçando a impressão de que os processos poderiam ser decididos em segunda instância. A mais alta corte do país economizaria tempo e energia para questões que afetassem de perto os interesses nacionais.
É esse o objetivo da proposta de emenda constitucional que apresentei por inspiração do presidente do STF, ministro Cezar Peluso, transformando os recursos em ações rescisórias. Na prática, qualquer processo julgado em segunda instância produzirá efeito imediato, independente de posterior discussão no STJ ou STF.
O ganho em termos de agilidade é inquestionável. Um exemplo é a Lei da Ficha Limpa, que rendeu tanta polêmica e causou enorme frustração aos que apostam num sistema político mais ético e transparente. O fim dos recursos judiciais teria garantido validade imediata para a lei, pois o trânsito em julgado dos processos já teria ocorrido nas instâncias inferiores.
O direito de defesa seria assegurado com a possibilidade de ações rescisórias. O ministro Peluso não sugeriu nada inédito. Ordenamentos jurídicos de outros países permitem que as partes ajuízem ações autônomas perante a corte constitucional após o encerramento do processo nas instâncias ordinárias.
É o caso da reclamação constitucional do Direito alemão. É certo que, a partir da emenda constitucional nº 45, de 2004, muito já se fez para modernizar e acelerar a tramitação de ações judiciais.
A instituição da súmula vinculante e do mecanismo da repercussão geral foram avanços importantes para esvaziar um pouco as gavetas da Justiça brasileira.
Mas, infelizmente, essas gavetas continuam abarrotadas. E ainda há muito que caminhar no sentido de uma Justiça mais ágil, mais efetiva e menos burocrática. Capaz de assegurar um cenário de maior segurança jurídica e de fechar as portas para a impunidade. Dar um basta à farra dos recursos judiciais já é um passo de bom tamanho.


RICARDO FERRAÇO é senador pelo PMDB-ES e autor da proposta de emenda constitucional nº 15/2011, que transforma recursos em ações rescisórias. Foi deputado estadual, deputado federal e vice-governador do Estado do Espírito Santo.



Inocentes estiveram detidos em Guantánamo

Prisão abrigou inocentes, diz WikiLeaks

Documentos sobre prisioneiros de Guantánamo mostram que EUA não tinham suspeitas contra muitos deles

Papéis ainda detalham diretrizes militares que tornavam praticamente impossível um detento comprovar inocência


ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Um garoto de 14 anos vítima de sequestro. Um taxista que conhecia bem o Afeganistão. Um homem de 89 anos com demência senil.
Esses são alguns dos "perigosos" detentos que passaram pela prisão americana de Guantánamo, segundo arquivos secretos divulgados na imprensa anteontem.
Os 779 documentos, publicados por diversos jornais e pelo site WikiLeaks, mostram com detalhes inéditos até onde foi a arbitrariedade no trato com suspeitos de terrorismo pós-11 de Setembro.
Têm datas de 2002 a janeiro de 2009 (governo George Bush, portanto).
Revelam os manuais da CIA e outras agências americanas para classificar, interrogar e decidir o destino dos prisioneiros, com diretrizes que tornavam quase impossível a um inocente mostrar que não era extremista.
De 212 afegãos que passaram por lá, quase metade era de gente completamente inocente, forçada a trabalhar para o Taleban ou transferida para Guantánamo sem nenhum motivo que constasse nas fichas de avaliação das forças americanas.
Uma centena de prisioneiros foi diagnosticada com depressão, psicose e doenças similares.
Em alguns casos, o interesse dos EUA sequer era de obter informações sobre terrorismo. Um cinegrafista da rede Al Jazeera que trabalhara no Afeganistão, por exemplo, ficou detido por seis anos em parte para responder a perguntas sobre o funcionamento da TV árabe.
Foi mantido em Guantánamo até um cidadão britânico que, como já fora preso pelo Taleban, teria informações sobre como o inimigo faz interrogatórios.

TORTURA
Entre os arquivos secretos há fichas de quase todos os que já passaram pela prisão desde que ela foi aberta, em 2002. Seguem em Guantánamo hoje, mais de dois anos após o presidente Barack Obama ter ordenado seu fechamento, 172 detentos.
Ficou claro que agentes dos EUA usaram depoimentos obtidos sob tortura.
Um deles foi o de Khalid Sheikh Mohammed, acusado de planejar o 11 de Setembro. Ele afirmou que, se Osama bin Laden for preso, a Al Qaeda detonará uma arma nuclear escondida na Europa.
Os manuais de interrogatório revelam mais arbitrariedades. Agentes eram instruídos a tratar qualquer muçulmano que viajou ao Afeganistão após o 11 de Setembro como apoiador da Al Qaeda -"qualquer outro motivo fornecido [para a viagem] é uma mentira completa".
Se o detido falasse devagar ou de forma confusa, ou questionasse os interrogadores, isso seria indício extra de treinamento insurgente.
O Pentágono disse que os documentos, vazados para o site Wikileaks no ano passado e só agora divulgados, passaram por nova avaliação depois da posse de Obama.
Em alguns casos, as novas conclusões sobre os detentos diferem do que está nos arquivos expostos.

Um casamento irreal

Um casamento irreal

RIO DE JANEIRO - Mais pelo desinteresse pessoal do que pelo peso dos anos, não estou dando a mínima bola para o casamento na família real da Inglaterra. Trata-se de uma reprise em versão de filme B. Entre as desditas de minha vida profissional, incluo a ida a Londres para cobrir o casamento do príncipe Charles com Lady Di, por conta de duas revistas de amenidades, "Manchete" e "Fatos&Fotos".
A confusão começou na agência da Keystone, que trabalhava para o mesmo grupo. Mesmo assim, consegui credencial para um bom lugar, onde vi Lady Di entrar na catedral de São Paulo carregada pelo pai, um tal de lorde Spencer, que por sinal exagerara no gim e estava trôpego. Não foi ele que levou a filha ao altar: a filha é que o levou até lá.
O príncipe Charles estava simplesmente apavorado, olhava para a mãe que o fiscalizava, em busca de uma aprovação que não foi completa. Foi nessa cerimônia que vi o personagem mais gordo do mundo, um rei de país africano que equivalia a cinco Jô Soares comprimidos. Kiri Te Kanava salvou a festa cantando Handel.
A imprensa mundial queria a foto dos nubentes se beijando na sacada do palácio. O beijo demorou, foi preciso a intervenção de muita gente para que os dois se beijassem à frente da multidão. Sabia-se que o príncipe tinha um caso. O que não se sabia era o tipo de princesa que Lady Di ameaçava ser.
Londres estava uma festa. Nas confeitarias, os bolos tinham a cara dos noivos, em todas as lojas e ruas o casal comparecia de mil formas, comia-se e vestia-se com Charles e Diana, um "conto de fadas" -como agora a imprensa classifica o novo evento.
Foi um dos maiores sacos de uma carreira profissional mais do que modesta. Ali mesmo, roguei pragas, tais e tantas, que o casamento deu no que deu.


Estados Unidos versus WikiLeaks (uma questão de valores)

Estados Unidos versus WikiLeaks

JOAQUIM FALCÃO

A guerra jurídica que mal começou entre o governo americano e WikiLeaks se desenvolve em duas arenas principais. Primeiro, como os documentos foram retirados dos arquivos do governo? Houve ilícito? Quem é o responsável?
Segundo, o WikiLeaks tem o direito de divulgar os documentos?
Qual é a estratégia americana para essa guerra? O governo tem promovido ataques pessoais aos prováveis envolvidos.
O soldado Bradley Manning, acusado de ter acessado e transmitido os documentos para o WikiLeaks, está preso sem julgamento há mais de nove meses. É obrigado a dormir nu. Fica também nu diante da inspeção dos guardas. Passa 23 horas por dia numa pequena cela.
Só tem uma hora para andar. Esse tratamento é humilhante. Ofende dois valores constitucionais americanos e universais: o da presunção de inocência e o que proíbe castigo cruel e não usual.
O ataque pessoal a Julian Assange é mais visível. Trata-se de extraditá-lo para a Suécia. E de lá, provavelmente, para os Estados Unidos.
Sob um controverso caso sexual.
Não é ataque frontal contra a divulgação de documentos. É sinuoso.
Trata-se de, paralisando o chefe, paralisar a operação WikiLeaks. Essa tática já pressionou as empresas de cartão de crédito a não intermediarem recursos que as pessoas do mundo inteiro doavam ao WikiLeaks. Deixando claro que o atual governo americano não hesita em pressionar suas empresas e a liberdade de contratar com terceiros quando julga de seu interesse.
O ataque pessoal pretende repercussão intimidatória global. Não importa se há ou não o direito de publicar documentos não publicáveis. Importa aumentar os custos da liberdade futura. Se publicar, a perseguição jurídica do governo será pessoal. Com incríveis custos econômicos, psicológicos e físicos para o adversário.
Essa estratégia governamental enfrenta hoje três obstáculos. Primeiro, a incerteza sobre se a Suprema Corte daria ganho de causa ao governo. A jurisprudência é de proteção total à liberdade de expressão. Assim foi nos casos da publicação da fórmula da bomba atômica e dos papéis do Pentágono. Por isso, o governo ainda não peticionou à Suprema Corte. Mas correrá esse risco, um dia, se for necessário.
Segundo, somente em caso extremo, quando está em jogo a segurança nacional, a Suprema Corte poderia sustar e punir o WikiLeaks.
Teria que haver evidência absoluta do dano. Os fatos mostram que os documentos divulgados não afetaram a segurança nacional. Causaram mais medo à burocracia que dano ao país.
Terceiro, a divulgação não foi feita pelo WikiLeaks sozinho, mas pelos maiores jornais do mundo também: "The Guardian", "The New York Times", Folha, entre outros.
Eles também serão censurados?
Punidos? Como? Será difícil dizer ao mundo que o país campeão da liberdade de expressão realiza ataque coletivo e global à mídia livre.
Alguns juristas orgânicos tentam elaborar a teoria de que divulgação em internet não é mídia, e, portanto, o WikiLeaks não goza da mesma liberdade de expressão que "Times", "Guardian" ou Folha.
Em EUA versus WikiLeaks, o que está realmente em jogo são valores.
Os Estados Unidos continuam dispostos a defender a liberdade de expressão na era da internet? Qual o impacto de coibir internamente essa liberdade, sobretudo quando ela tem sido vital para a democratização dos países orientais?

JOAQUIM FALCÃO, mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA) e doutor em educação pela Universidade de Genebra (Suíça), é professor de direito constitucional e diretor da Escola de Direito da FGV-RJ. Foi membro do Conselho Nacional de Justiça.

Texto publicado na Folha de São Paulo, de 25 de abril de 2011.

Seria interessante ver uma resposta do Embaixador dos Estados Unidos, Sr. Thomas A. Shannon, a esta ponderação.

Estados Unidos financiam oposição da Síria, afirma WikiLeaks

EUA financiam oposição da Síria, afirma WikiLeaks

DE SÃO PAULO

O Departamento de Estado dos EUA financia a oposição síria, o que inclui canal de TV que reproduz discurso antigoverno, de acordo com documentos do WikiLeaks publicados anteontem pelo jornal "The Washington Post".
Os americanos destinaram US$ 6 milhões desde 2006 para que o grupo Movimento por Justiça e Desenvolvimento, uma rede de exilados sírios que vivem em Londres, mantivesse a Barada TV, além de outras atividades de resistência em território sírio.
A Barada TV, sediada na capital britânica, começou a operar em 2009. Nas últimas semanas, interrompeu a programação para cobrir exclusivamente os protestos contra o ditador Bashar Assad.
Não está claro se o governo ainda apoia essas atividades. Os documentos apontam movimentações financeiras até setembro de 2010.


Aumenta a discriminação contra as mulheres na Índia

Censo de 2011 revela aumento na discriminação das mulheres na Índia

Nilanjana S. Roy
Em Nova Déli (Índia)

Os números contam uma história velha e cruel: a eliminação sistemática das meninas na Índia. No censo de 2001, a proporção entre os sexos –o número de meninas para cada 1.000 meninos– era de 927 na faixa etária de 0 a 6 anos. Dados preliminares do censo de 2011 mostram que o desequilíbrio agravou, para 914 meninas para cada 1.000 meninos.

Os grupos de mulheres estão documentando este tipo particular de violência contra o gênero há anos. O demógrafo Ashish Bose e o economista Amartya Sen chamaram a atenção para as mulheres desaparecidas da Índia há mais de uma década. O aborto de fetos femininos aumentou à medida que a tecnologia médica tornou mais fácil a detecção do sexo do bebê ainda não nascido. Se for uma menina, as famílias frequentemente pressionam as mulheres grávidas a abortar. Testes que determinam o sexo são ilegais na Índia, mas o ultrassom e os centros para fertilização in vitro frequentemente driblam a lei, e o aborto por médico é facilmente obtido.

Algumas mulheres, como Lakshmi Rani, 30 anos, do distrito de Bhiwani, em Uttar Pradesh, foi pressionada a cometer múltiplos abortos. As três primeiras gestações de Rani foram interrompidas.

“Minha sogra me levou pessoalmente à clínica”, ela disse, de modo direto, mas mal audível. “Não foi minha decisão, mas não tive escolha. Eles não queriam meninas.”

Agora a família de seu marido a está pressionando para engravidar de novo e ela está torcendo por um menino. Apesar das campanhas do governo contra o aborto de fetos femininos, ela não acredita que terá escolha.

A história de Rani é comum por todo Uttar Pradesh, um Estado que possui uma das maiores desproporções entre os sexos na Índia. Os números do censo mostram que a razão entre mulheres e homens na faixa de 0 a 6 anos caiu de 916 em 2001 para 899 em 2011.

Em um relatório do Unicef de 2007, Alka Gupta explicou parte do problema: a discriminação contra as mulheres, já entranhada na sociedade indiana, cresceu devido aos desenvolvimentos tecnológicos que agora permitem que clínicas móveis de escolha de sexo ingressem sem controle em quase todas as aldeias ou bairros.

A Lei de Técnicas de Diagnóstico Pré-Natal e Preconceito de 1994 sofreu uma emenda em 2003, para lidar com a profissão médica –o “lado da oferta” da prática de seleção de sexo. Mas a lei tem sido mal fiscalizada.

Os motivos por trás do aborto de fetos do sexo feminino são complexos, segundo o Centro para Pesquisa Social, uma organização de pesquisa em Nova Déli. Ranjana Kumari aponta que a prática ocorre em alguns dos Estados mais prósperos –Punjab, Haryana, Déli, Uttar Pradesh– indicando que o crescimento econômico não garante uma mudança nas posturas sociais.

Ela aponta vários fatores que levam à preferência por meninos em muitas partes da Índia, especialmente no norte conservador: os filhos são uma fonte de renda para a família, as filhas se casam e ingressam em outra família e não estão mais disponíveis para cuidar de seus pais, os dotes tornam as filhas uma despesa e, nas áreas rurais, há o temor de que as mulheres que herdem terras possam transferir a propriedade para a família do marido.

Outra forma de violência contra a mulher –as mortes por dote– é igualmente bem documentada, e igualmente terrível, apesar dos indianos estarem tão acostumadas com elas que elas se tornam quase invisíveis.

Os nomes de Sunita Devi, Seetal Gupta, Shabreen Tajm e Salma Sadiq não chamam muito a atenção da maioria dos indianos, apesar de estarem todas nas notícias na semana passada por motivos semelhantes. Sunita Devi foi estrangulada em Gopiganj, Uttar Pradesh, a grávida Seetal Gupta foi encontrada inconsciente e morreu em um hospital de Déli, foi ateado fogo em Shabreen Tajm que queimou até morrer em Tarikere, Karnataka, e Salma Sadiq sofreu um aborto após ser espancada por seu marido em Bangalore.

As exigências por dotes maiores por parte da família do marido estiveram por trás de todos esses atos de violência, e são tão comuns que recebem apenas uma breve menção nos jornais. Os números do Birô Nacional para o Crime indicam que as mortes por dote aumentaram, com 8.172 em 2008, em comparação a cerca de 5.800 uma década antes.

Monobina Gupta, que pesquisa a violência doméstica para Jagori, uma organização não governamental, faz uma ligação direta entre essas mortes e o aborto de fetos femininos: “O dote faz parte do contínuo de discriminação e violência baseada em gênero, começando pelos feticídios femininos. Após a chegada da liberalização ‘econômica’ em 1992, a lista de exigências de dote se tornou ainda maior. A abertura dos mercados e a expansão da classe média alimentam o consumismo e a demanda por bens modernos. Por exemplo, estudos mostram que televisores a cores e aparelhos de home vídeo substituíram os televisores preto-e-branco, carros de luxo os Maruti 800 anteriores, aparelhos sofisticados substituíram os processadores de alimentos básicos”.

“É semelhante ao que está acontecendo com os feticídios”, ela disse. “À medida que a classe média ganha mais dinheiro, ela tem acesso à tecnologia médica mais sofisticada, tanto para assegurar o nascimento de um menino quanto para se livrar de uma menina não nascida.”

Qual é o custo de ter uma filha para uma família indiana, ou para a família do menino de abrir mão do dote? O economista T.C.A. Srinivasaraghavan estima o dote médio em torno de 10 mil rúpias, ou US$ 225. Esse número médio mascara as exigências exorbitantes de dote que costumam ser feitas pela família do noivo.

Em resposta aos resultados preliminares do censo de 2011, o governo central criou um escritório para monitorar o uso indevido de técnicas de seleção de sexo e o aborto de fetos do sexo feminino. Mas o verdadeiro progresso só virá quando mudarem as atitudes culturais em relação às mulheres. Enquanto isso, as mulheres terão que encontrar suas próprias soluções.

Em uma área nobre de escritórios de Nova Déli, Kiran Verma, 28 anos, cuidava de sua minúscula loja, um centro de fotocópias. O pai de Verma deixou a família anos atrás, e sua mãe, uma empregada doméstica, se preocupa em como cobrir o custo do casamento da filha. Mas como muitas outras mulheres urbanas atuais, Verma tem seus próprios planos. “Mais um ano e eu terei ganho meu dote”, ela disse com confiança. “Dessa forma eu terei alguma escolha em relação à família para a qual entrarei.”

Mulheres jovens que economizam seus próprios dotes não é a solução radical –a erradicação total do dote e da discriminação contra as mulheres– com a qual sonhava uma geração de feministas. Mas em seus esforços para se redefinirem como geradoras de riqueza, em vez de ônus para suas famílias, Verma e sua geração de mulheres indianas podem estar desferindo alguns golpes por conta própria contra os preconceitos que contribuem para o aborto baseado em gênero.

Tradução: George El Khouri Andolfato



Cinco dicas para conseguir mais seguidores no Twitter

Cinco dicas para conseguir mais seguidores no Twitter

Macworld / EUA
27-04-2011
Com alguns comportamentos simples, as pessoas podem prestar muito mais atenção ao seu perfil na rede de microblogs


O Twitter se tornou uma das mais populares ferramentas quando se trata de alcançar um público, seja para promover conteúdo, se destacar como especialista em um determinado campo ou fazer contatos com outros usuários que possuam interesses similares.
Uma maneira de aumentarseu alcance na rede é obter mais seguidores, contudo isso não é tão simples quanto apertar o botão de “Follow” e esperar que a pessoa do outro lado faça o mesmo. A última pesquisa de Dan Zarrella (autor dos livros The Facebook Marketing Book e The Social Media Marketing Book e “cientista de marketing viral e de social media”) mostra o que as pessoas procuram no perfil de um usuário antes de segui-lo, e dá dicas de como aumentar as chances de outros usuários te seguirem de volta. Aqui estão cinco dicas do especialista para aumentar seu alcance, e do conteúdo que você posta, na rede.

1. Deixe que os outros saibam quem é você

Quando um usuário cria uma conta, o Twitter pede que ele complete seu perfil. Isso inclui inserir uma pequena descrição (chamada “bio”), um link e uma foto. Dê uma olhada em seu perfil para ver o que está faltando, aconselha Zarrella.
“Usuários que investem tempo [preenchendo o perfil por completo] possuem mais seguidores do que aqueles que não o fazem” completou. Sendo assim, coloque uma imagem, insira um link para seu blog ou webpage e escreva uma “bio” que faça com que os outros membros da rede social saibam quem estão prestes a seguir.

2. Chega de narcisismo

Geralmente, redes sociais como o Facebook e Twitter podem ficar saturadas com o tanto que os usuários falam de si mesmos – o que fizeram naquele dia, reclamações triviais, e assim por diante. Entretanto, de acordo com o cientista, se seu desejo for aumentar seus seguidores, é importante parar de falar de si.
“Imagine encontrar alguém em uma festa que não fez outra coisa se não falar sobre si mesmo durante toda a noite. Você gostaria de ouvir durante muito tempo?” questiona o especialista.

3. Diversifique seus tweets

Um dado interessante recolhido na pesquisa de Zarrella: usuários no Twitter com mais seguidores tendem a não responderem (no jargão da rede, fazer uma “reply”) tanto quanto aqueles com menor número de seguidores. Sendo assim, mesmo que você se sinta obrigado a responder toda vez que alguém envia uma @reply, não é necessário, de acordo com o especialista. Ao invés disso, equilibre as respostas com outro tipo de conteúdo - ou opte por um serviço de mensagens instantâneas.

4. Identifique-se autoritariamente

Mostre-se autoritário em sua “bio”, de maneira que sua descrição dê legitimidade a você e diga por quê as pessoas devem prestar atenção em você. Se você escreveu um livro, mostre que você é um autor, ou se fala muito, defina-se como falante, comunicativo.
“Um dos meus mitos favoritos é o velho ditado ‘não se chame de guru. Já ouvi e disse muitas coisas sobre isso de diversas maneiras, e, atualmente, sempre aparece alguém que sugere que o termo “expert e mídias sociais” não existe. Acontece que, tirando toda a ilusão e olhando os dados concretos, contas no Twitter que possuem a palavra “guru” tendem a possuir 100 seguidores a mais do que um perfil comum.

5. Não puxe os outros para baixo

Nem todo mundo teve um bom dia, portanto resista à tentação de liberar suas frustrações no Twitter, aconselha Zarrella. Tente manter sentimentos negativos como tristeza, agressividade de temas mórbidos mais distantes o possível. “Ninguém gosta de seguir uma depressão ambulante, e contas com muitos seguidores tendem a não fazer muitos comentários negativos” analisa o especialista. “Se você deseja mais seguidores, anime os outros e a si mesmo.
E por falar em Twitter, você já segue o perfil da @pcworldbrasil?


Como é possível perceber, o texto é da PC World .

E, a propósito, o Twitter deste blogueiro é @jar1966b .

Filha de Brizola morre aos 56 anos no Rio

Filha de Brizola morre aos 56 anos no Rio

FÁBIO GRELLET

DO RIO


Neusa Maria Goulart Brizola, a Neusinha, morreu na tarde desta quarta-feira aos 56 anos. Ela era filha do ex-governador do Rio Leonel Brizola (1922-2004).

Internada desde domingo na Clínica São Vicente, na Gávea (zona sul do Rio), Neusinha morreu por complicações pulmonares decorrentes de uma hepatite.
Ela tinha dois filhos --Laila e Paulo César-- e foi casada três vezes.

"Neusinha, que com todos os desentendimentos que a imprensa sempre explorou, foi sempre objeto de um carinho especial de meus avôs e será sepultada ao lado deles em São Borja", afirmou o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) em seu blog.

Na década de 1980, ela chegou a ser lançar como cantora e teve como sucesso a música "Mintchura".

Na época, Neusinha teve desentendimentos públicos com o pai por causa de seu envolvimento com drogas.

Ela posou nua para revista Playboy antes das eleições municipais de 1983, mas Brizola, que era governador do Rio, impediu a publicação das fotos.

Segundo a família, o corpo de Neusinha será velado no Cemitério São João Batista, no Rio, e amanhã será levado para São Borja, onde será enterrado no Mausoléu dos Gourlart.




Notícia da Folha.com . No saite da Folha há uma imagem do disco de Neuzinha, da década de 1980.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Logo após a Páscoa, um texto bíblico de Páscoa

1 Coríntios 15:1-20

15:1 TAMBÉM vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis.
15:2 Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão.
15:3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,
15:4 E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
15:5 E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.
15:6 Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.
15:7 Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos.
15:8 E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo.
15:9 Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.
15:10 Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.
15:11 Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim haveis crido.
15:12 Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?
15:13 E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou.
15:14 E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
15:15 E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam.
15:16 Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
15:17 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
15:18 E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.
15:19 Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
15:20 Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.

12 Segundos de Oscuridad



12 Segundos de Oscuridad

Música: Vitor Ramil; Letra: Jorge Drexler

Gira el haz de Luz
Para que se vea de alta mar
Yo Buscaba el rumbo de regreso
Sin quererlo encontrar

Pie detrás de pie
Iba tras el pulso de claridad
La noche cerrada, apenas se abria,
Se volvia a cerrar.

Un faro quieto nada seria
Guía, mientras no deje de girar
No es la luz lo que importa en verdad
Son los 12 segundos de oscuridad.

Para que se vea de alta mar...
De poco le sirve al navegante
Que no sepa esperar.

Pie detrás de pie
No hay otra manera de caminar
La noche de cabo
Revelada en um imenso radar.

Un faro para, sólo de día,
Guía, mientras no deje de girar
No es la luz lo que importa en verdad
Son los 12 segundos de oscuridad


Disco: 12 Segundos de Oscuridad – Jorge Drexler


Pô, Lobato!

CONFISSÕES DE LOBATO

A revista "Bravo!" publica em maio cartas inéditas do escritor Monteiro Lobato. "Um dia se fará justiça ao Ku Klux Klan; tivéssemos uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos livres da peste da imprensa carioca -mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva", escreveu em 1938 o escritor, censurado pelo governo por racismo.


O ocaso do sindicalismo emergente

O ocaso do sindicalismo emergente

ALGUÉM FEZ PAPEL de bobo em Jirau. Na segunda-feira, milhares de trabalhadores aceitaram um acordo coletivo negociado pela empreiteira Camargo Corrêa com a CUT e o sindicato dos operários na construção civil de Rondônia. Horas depois, a empreiteira anunciou que demitirá 4.000 empregados. Fez papel de bobo quem achou que essas demissões não ocorreriam.
Na semana passada, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, antecipara a degola, argumentando que a construtora contratara gente demais. Aquilo que durante a campanha eleitoral era crescimento do emprego, virou "contratação desenfreada".
Há um mês, os peões do PAC fizeram na Amazônia o maior movimento de trabalhadores das últimas décadas. Parados, mais de 30 mil operários das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio conseguiram um acordo emergencial que lhes deu 5% de aumento real e pagamento regular de horas extras. Poucos dias depois, receberam a maior demissão em massa ocorrida desde o massacre da Embraer, em 2009.
É direito da Camargo Corrêa dispensar quantos funcionários queira. Não é razoável, contudo, que o Ministério do Trabalho e a nobiliarquia sindical façam de conta que nada aconteceu.
Na noite de segunda-feira, o portal da Força Sindical dedicou 74 palavras ao assunto, contra 838 para uma greve grega. A CUT, nem isso. Destaque, só na página da Conlutas, ligada ao minúsculo PSTU, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado.
A justificativa da mudança de ritmo na obra pode ser sincera de parte da empreiteira, mas é capciosa quando vem do governo. Uma semana antes do quebra-quebra de Jirau, a presidente Dilma Rousseff pediu pressa nas obras das hidrelétricas da Amazônia.
Nenhum baronete das centrais sindicais perderia uma perna se pusesse a cara na vitrine, como fez Gilberto Carvalho (um petista histórico, formado na Pastoral Operária), sustentando que há lógica nas dispensas. O assunto foi tratado com o silêncio da floresta porque as obras estão no mato e os trabalhadores são peões. Se as demissões acontecessem numa grande cidade, degolando numa categoria com melhores salários e algum ativismo político, o barulho seria enorme.
Os baronetes do novo sindicalismo pregarão uma peça nos empresários que há anos veem neles exemplos de moderação. Ela poderá vir da mesma farinha que surpreendeu o andar de cima nos anos 70 com o surgimento dos metalúrgicos do ABC e de um barbudo chamado Lula.
Até então, federações, confederações e sindicatos de empregados variavam apenas na medida da docilidade. O peleguismo da ditadura ajudou a criar o PT. A nobiliarquia emergente começou a servir de tablado para a Conlutas e o PSTU.
Para ter uma ideia do que é essa novidade, seu programa defende o "rompimento com o FMI", a suspensão do pagamento da dívida pública, a expropriação de grandes empresas, reestatização daquelas que foram privatizadas, monopólio estatal do comércio exterior, bem como o congelamento de preços, tarifas e mensalidades escolares.
Tudo isso e mais reajuste mensal de salários.
Em 1980, quando o PT foi fundado, defendia coisa muito parecida.

É o racismo, estúpidos!

É o racismo, estúpidos!

JOSÉ VICENTE

Dez anos depois da primeira Conferência Mundial contra o Racismo e a Xenofobia de Durban, África do Sul, as mazelas e os perigos do racismo acenderam a luz vermelha e a ONU, instituindo 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, volta a conclamar a comunidade de nações a se debruçar sobre os equívocos e a ineficiência das políticas antirracistas, por conta do recrudescimento dos níveis de racismo e discriminação racial contra os negros no mundo.
Recentes bananas oferecidas aos jogadores brasileiros Neymar e Roberto Carlos, as agressões verbais, os sons imitativos de macacos e as vaias das torcidas nas praças esportivas contra jogadores negros dão a dimensão da gravidade da situação, obrigando a Fifa e órgãos ligados ao esporte a tomar medidas severas para prevenção, punição e combate ao racismo, dentro e fora dos gramados.
Surrealismo, ambiguidade, hipocrisia, cinismo, desfaçatez, indiferença e tantos outros adjetivos jorram na literatura quando se analisa a tão vilipendiada trajetória do negro no Brasil. Todos apontam o racismo e ninguém consegue encontrar um racista. Junta-se a eles, a partir de agora, a estupidez.
Estúpido, este foi o adjetivo com que o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT/SP), definiu seu colega Jair Bolsonaro (PP/ RJ), por ocasião de suas maldades racistas e preconceituosas contra a cantora negra Preta Gil e os homossexuais em geral por meio de veículos de comunicação de massa.
O adjetivo em questão, seguramente, pode ser estendido a seus colegas congressistas Jaime Campos (DEM/ MT), que se referiu ao ministro negro do STF, Joaquim Barbosa, como "moreno escuro", por ter esquecido seu nome, Marcos Feliciano (PSC/SP), que responsabilizou a África e os negros africanos por todos os males do mundo, e ao senador Demóstenes Torres (DEM/GO), que, no plenário do STF, disse que a mulher negra gostava de ser seviciada pelo senhor.
Como inocentes úteis, tais nada inocentes parlamentares, protegidos pela impunidade, destilam em praça pública os venenos que reservavam para ambientes privados.
Flertando com os veículos de comunicação, são a fina e rejuvenescida flor daquela corrente que faz um mau uso do direito de expressão para fins pessoais inconfessáveis, colocando o mandato popular a fomentar, voluntária ou involuntariamente, mas de modo igualmente irresponsável, o ódio racial.
Como a resultante dos estúpidos é a estupidez, a retórica dissimulada em ideia livre e democrática é, na verdade, a correia de transmissão para os também estúpidos integrantes das gangues organizadas que, em São Paulo, no ambiente cibernético e à luz do dia, pregam e praticam a perseguição, a agressão e a eliminação de negros, de judeus e de homossexuais.
É o combustível que encoraja os estúpidos das forças policiais, que, na Bahia, conforme noticiou esta Folha, dizimam a juventude negra brasileira. É o estímulo final aos seguranças de shopping centers e supermercados de grife, que vigiam os negros nas passarelas e batem em sua caras nas salas de segurança e em estacionamentos.
O racismo é perigosamente destrutivo e sutilmente enganador. Ele tateia sutilmente pelas frestas e se mistura sinuosamente como naturalidade cotidiana; tanto quanto repudiá-lo, é indispensável combatê-lo sem trégua e sem piedade.
Sem diminuí-lo e sem ignorá-lo. A ONU e a Fifa estão corretas, assim como o deputado Vaccarezza. É o racismo, estúpidos!

JOSÉ VICENTE, advogado, mestre em administração e doutorando em educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, é reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares.


O que fazer com a Revolução

O que fazer com a revolução


QUATRO DE novembro de 1930 - O Brasil ganhara um novo governo, fruto de um movimento revolucionário não definido, mas atuante. As diferentes facções que chegaram ao poder ameaçavam engolfar o país numa anarquia institucionalizada, apesar de existir um chefe ostensivo, dono até de um poder que, no papel, era soberano.
Apesar da vitória tão facilmente conquistada, havia inquietações. Até quando duraria aquilo? Até quando a instabilidade revolucionária se manteria no tênue arame do picadeiro nacional? Como conseguiria aquele político gaúcho, herdeiro de uma tradição provincianamente caudilhesca e pragmaticamente paternalista, dominar os acontecimentos e encaminhá-los a uma nova ordem?
E os militares que se assanhavam diante do poder tão rápido e cobiçosamente conquistado? E a velha máquina política, emperrada nas engrenagens das oligarquias regionais? E a situação do café, em declarada bancarrota internacional?
Getulio faria uma jogada de grande habilidade política que paradoxalmente aumentaria extraordinariamente o seu poder pessoal, embora o cerceando: baixou a Lei Orgânica do Governo Provisório, um instrumento transitório, como o nome indica, mas cuja finalidade era a de autolimitar o seu próprio poder. Aos que estranharam aquela automutilação, ele explicou:
- Faço isso não tanto por mim, porque sei limitar-me e sei até onde devo chegar. Mas é também por causa deles.
Era uma nova referência aos tenentes, que dia a dia organizavam-se para tomar conta do governo. Pretendiam inicialmente tutelar o chefe civil, para, mais tarde, depô-lo sob qualquer pretexto. Entenda-se por tenente não apenas os militares de carreira, mas os numerosos civis que, na barafunda dos últimos dias, vestiram farda por conta própria e por própria conta grudaram nas mangas as divisas e emblemas que desejaram ou conseguiram comprar na Casa Matias e na A Escolar.
Não havia uma centralização de informações e de formações, o Brasil dividia-se em sesmarias, em capitanias estanques. Luis Vergara, que acompanhara Getulio de Porto Alegre ao Catete, na qualidade de seu secretário particular, anotou em suas recordações:
"Não havia uma linha ideológica orientadora que oferecesse um denominador comum à atuação dos lideres revolucionários. Os elementos que haviam liderado a revolução eram numerosos e heterogêneos. A maioria só desejava colaborar no sentido construtivo, mas a exaltação de ânimos e o entrechoque de opiniões podiam provocar confusões. E, aos bem intencionados, juntavam-se os afoitos."
Com outras palavras, era a mesma análise que o tenente Agildo Barata fizera, algum tempo antes. As vertentes revolucionárias começaram a se separar, a seguir um destino próprio e conflituoso. Mais que um aviso, era um sintoma.
Um amigo estranhou que o novo governante, assoberbado com a tarefa de construir alguma coisa no meio do caos administrativo e econômico -pairando, sobretudo a pesada herança deixada pelo crack do café-, perdesse tanto tempo ouvindo e atendendo gente tão disparatada, cheia de conflitos mesquinhos e pessoais.
- Os assuntos não faltam -explicou-se Getulio- eles me trazem sugestões, discutem medidas. Eu escuto atentamente, demonstrando interessar-me, mas o que mais me interessa realmente é conhecê-los melhor para saber como tratá-los.
Ele conhecia aquela passagem da vida de são Francisco de Sales, cujo sucesso no confessionário causava espanto e ciúmes no meio dos padres. Perguntaram ao santo qual o segredo de tanto êxito, e Francisco de Sales respondeu modestamente:
- Eu sei ouvir.
Por artes e artimanhas semelhantes -alguns começavam a acusá-lo de governar cinicamente- ele neutralizava as correntes que se chocavam, erguendo-se cada vez mais forte e cada vez mais necessário ao equilíbrio de todos os interesses em jogo. Possuía, em alto grau, duas qualidades que, embora modestas na escala das virtudes, eram as mais importantes para a ocasião: a paciência e a sua coirmã, a prudência. Desde aquela época, sabia que um dia deixaria a vida para entrar na história.


Texto de Carlos Heitor Cony, na Folha de São Paulo, de 15 de abril de 2011.

Assim se armou o Japão nuclear

Por Gavan McCormack*, no Le Monde Diplomatique francês | Tradução: Antonio Martins

Março de 2011 poderia marcar na história japonesa, uma ruptura comparável à de agosto de 1945, assinalando a morte de um modelo particular de organização do Estado e da economia. Em agosto de 1945, os cogumelos atômicos explodidos no céu de Hiroshima e Nagasaky haviam selado o fim da guerra em que os jovens oficiais do exército de Kwantung haviam envolvido o Japão nos quinze anos anteriores. Da mesma maneira, o medo de um novo apocalipse nuclear, nascido do caos engendrado pelos tremores de terraami de 11 de março, deveriam marquer uma ruptura com as escolhas feitas ano a ano pela oligarquia empresarial desde o imediato pós-guerra. O Estado nuclear é obra desta gente.
Diferente do desastre de 1945, que teve causas puramente humanas, o de 2011 teve com origem fenômenos naturais, muito agravados pelas decisões dos homens. De qualquer forma, as duas catástrofes têm em comum o fato de terem abalado o mundo.
Durante várias décadas, a “síndrome de Hiroshima”, ou, em outras palavras, o medo e a repulsa do povo japonês a tudo que tem traços nucleares, havia conduzido as autoridades nipônicas a manter a maior discrição possível sobre sua cooperação militar com os Estados Unidos, no quadro de uma estratégia de dissuasão militar. A tal ponto que os “tratados secretos” (mitsuyouku), expressão deste compromisso, e mais particularmente os acordos fechados nos anos 1960 e 1970, só foram publicados há dois anos, por ocasição de uma mudança de poder.
Também foi em regime de total opacidade, e sem jamais ser submetida à sanção das urnas, que se tomou a decisão de adotar uma política energética nacional centrada principalmente no nuclear. A catástrofe de Fukushima faz explodir as manipulações de todo tipo que foram necessárias para a instalação de tal programa: campanhas publicitárias repetidas, dissimulação, mentiras, em particular em casos de acidente, e desinformação quanto aos riscos envolvidos, e sobre a segurança .
Agora, quando nenhum caminho de saída para a crise atual parece surgir, constata-se que a democracia japonesa terá de repensar os mecanismos que permitiram a seus governantes esmacar toda a oposição e conduzir o país ao ponto de ruptura em que se encontra. Além do assombro de uma fusão nuclear, de suas consequências sobre a saúde humana e o ambiente, dos problemas causados pelos cortes de eletricidade, trata-se de uma crise da capacidade de governo e da democracia. Parece ter chegado o momento em que os cidadãos precisam encontrar uma forma de reassumir o controle, tirando-o de uma classe dirigente constituída de altos funcionários, políticos profissionais e economistas e inventando um modo responsável e sustentável de gestão dos serviços públicos. A busca de novas formas de geração de energia e de desenvolvimento socioeconômico emerge como o mote que poderá mobilizar a sociedade japonesa. O fato de que um país mártir do nuclear tenha adotado esta energia com um fervor próximo à obsessão é um paradoxo real. Gozando de uma posição privilegiada e protegido pelos Estados Unidos, o país tornou-se, nos últimos cinquenta anos, um Estado fortemente nuclearizado e uma superpotência do plutônio. É o único país não-nuclear, em termos militares, a se envolver com o desenvolvimento de usinas de enriquecimento e retratamento de urânio e com o projeto de um super-reator. Seus governantes fizeram uma escolha: viram no mineral mais perigoso que a humanidade conhece uma solução mágica para assegurar a segurança energética do país. Enquanto a comunidade internacional concentrava atenção sobre a ameaça representada pela Coreis do Norte, o Japão fugia à vigilância internacional e perseguia seu destino nuclear.
Vale a pena conhecer a história. Só dez anos após Hiroshima e Nagasaki, na época dos “átomos para a paz” do presidente norte-americano Dwight Eisenhower, a comissão japonesa de energia atômica começou a arregaçar as mangas. O programa nuclear de longo prazo lançado em 1967 já incluia o ciclo de combustão e o projeto de super-gerador. A produção de energia nuclear nunca deixou de aumentar, desde então, alimentando uma parte cada vez mais importante da rede nacional de distribuição. Responsável por 3% da energia produzida em 1973, no momento do promeiro choque de petróleo, ela passou a 26% em 2008 e atinge hoje 29%. Em 2006, o ministério da Economia, Comério e Indústria (METI) inaugurou uma “nova política energética”, que tinha por objetivo fazer do Japão uma potência nuclear (genshiryoku rikkoku). O caminho previa o desenvolvimento do nuclear (destacadamente), da hidreletricidade e de outras formas de energia renováveis. Juntas, elas deveriam suprir 50% das necessidades energéticas do país em 2020, chegando a 70%, em 2030. O plano para necessidades energéticas de base, concebido em 2010, previa construir nove novos reatores até 2020 e catorze até 2030. Ao mesmo tempo, a utilização da capacidade dos reatores existentes deveria passar de 60% em 2008 a 85% em 2020 e 90% em 2030.
O sonho de uma energia eterna e infinita inspirou gerações de burocratas japonseses. Próximo ao reator de plutônio de Monju, o parque temático Tsuruga, dedicado ao nuclear (“Aquatom Nuclear Theme Park-Science Museum”) acolhe os visitantes com estas palavres: “O Japão é pobre em recursos naturais. É por isso que Monju, um reator de plutônio, é neceessário. Porque o plutônio pode ser utilizado durante milhares de anos”.
Bilhões e bilhões de ienes foram investidos nos programas de pesquisa e desenvolvimento, enquanto orçamentos adicionais formidáveis foram consagrados à construção de gigantescos complexos industriais. Se são confiáveis as cifras fornecidas pela muito oficial Federação das Companhias de Eletricidade, a central de Rokkasho, no norte da província de Honshu, teria custado, ao final de seus quarenta anos de vida, a soma de 19 trilhões de ienes (360 bilhões de reais) – o que a transformaria na instalação nuclear civil mais cara do Japão, e talvez do mundo.
O país domina o ciclo completo da combustão nuclear. Constroi usinas de tratamento de dejetos, queima uma mistura de plutônio (como ocorre, desde o dim de 2010, no reator 3 da central de Fukushima, Dai-ich) e estoca grandes volumes de dejetos de baixa atividade. Engaja-se no desenvolvimento da supergeração, uma tecnologia tão difícil de controlar e tão cara que todos os outros países a deixaram temporariamente de lado, considerando-a como um sonho cuja hora não chegou. Da preparação do combustível à construção e operação dos reatores; da extração de dejetos a seu retratamento e estocagem, cada etapa do ciclo representava um problema – mesmo antes que o tsunami inundasse a central de Fukushima.

Uma memória dos desastres

Até 11 de março de 2011, o Japão contava com 54 reatores em atividade. A opção por estocar dejetos muito tóxicos, de atividade futura muito longa, em piscinas localizadas ao lado dos reatores, revelou-se um erro fatal. Segundo Robert Alvarez, as piscinas de descontaminação emitem uma radiotividade de cinco a dez vezes maior que a do núcleo do reator. “Cada uma delas”, afirma ele, contém uma concentração de césio 137 superior à liberada pelo conjunto dos testes nucleares realizados no hemisfério Norte”. E continua: “As emissões de césio 137 que poderiam se seguir a um incêndio tornariam inabitável uma região mais vasta que a de Tchernobyl”. Deslocamento ocorrido sob o impacto do terremoto ou vazamentos causados pelo desabamento da estrutura? O que quer que seja, os bastões de combustíveis de diversas usinas foram parcialmente expostos e houve incêndios, cujas consequências ainda é preciso avaliar. O trabalho de resfriamento só foi feito após imensos esforços, e com resultados limitados, utilizando a água do mar despejada em meio ao incêndio, a partir de helicópteros e mais tarde, finalmente, após o religamento, in extremis, das bombas.
Assim que a crise for superada, as usinas precisarão ser descontaminadas e desmanteladas. É um trabalho que se anuncia, desde já, difícil e caro. O processo poderá se estender por vários anos, ao menos uma década. Ao mesmo tempo, será preciso encontrar uma forma de compensar a perda em geração elétrica. As centrais serão recobertas por um sarcófago de cimento, como em Chernobyl? Em qualquer caso, parece claro que elas se converterão num memorial dos erros devastadores cometidos pelo Japão nuclear do pós-guerra.
Antes de Fukushima, outres complexos, entre os mais conhecidos, já haviam suscitado inquietudes. Em julho de 2007, a central nuclear de Kashiwazaki (em Niigata), a maior do mundo, cujos reatores geram 8 mil megawatts (Mw), havia resistido a um terremoto de magnitude 6,8, embora não tivesse sido concebida para enfrentar um abalo de tal força. O incidente revelou que as estruturas foram edificadas sobre uma falha nunca antes detectadas. O pior foi evitado, mas maus funcionamentos foram constatados: conduítes aparentes, incêndios e despejo de partículas radioativas no mar e na atmosfera. A usina Hamaoka, de Shizuoka,190 quilômetros a sudoeste de Tókio, tem cinco reatores. Também foi construída em zona sísmica (a junção das placas eurasiana, pacífico-filipina e norte-americana), que, segundo os sismólogos, poderia tremer num futuro próximo. A todas estas inquietações, o operador da usina responde que a usina pode resistir a um terremoto de 8,5 – a maior magnitude já resgistrada na região. O tremor de intensidade 9 que abalou Fukushima tornou, em poucos minutos, as instalações caducas. Se um evento semelhante se produziesse em Hamaoka, seria preciso evacuar 30 milhões de pessoas.
Nos dias de hoje, outro projeto desperta controvérsias. Dois reatores deveriam ter sido instalados em Kaminoseki, uma pequena comuna de 3.700 habitantes, situada ao sul do Parque Natural do Mar Interior, a 80 quilômetros de Hiroshima. O começo da operação está previsto para 2018, para um, e 2022, para o segundo. Depois de trinta anos de debates e adiamentos, devidos à forte oposição da população local – especialmente a pequena comunidade de pescadores da ilha de Iwaishima, situada a quatro quilômentros da futura central – a aplainagem do terreno e o aterramento de áreas marítimas começaram em 2010. Desde então, incidentes envolvendo barcos de pesca ou dos moradores, canoas e caiaques multiplicaram-se. À luz dos eventos recentes, parece dícil imaginar que o governo seja capaz de intervir para calar os que protestam. Ao contrário: o prefeito da região manifestou-se há pouco, para pedir a paralisação dos trabalhos.

Agência Internacional de Energia pede moratória — e é ignorada

Os reatores nucleares geram grandes quantidades de dejetos que devem ser estocados e reprocessados. Desde 1992, os dejetos de alto teor de reatividade são reprocessados em usinas como a de Sellafield, na Inglaterra, e La Hague, na Normandia. Cada carregamento encaminhado a estes destinos contém uma concentração de plutôpnio equivalente a dezessete bombas atômicas. Mohammad El-Baradei, antigo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), considerava o reprocessamento um processo muito perigoso, que deveria ser efetuado sob rígidas regras internacionais. Ele pediu ao Japão uma moratória de cinco anos no enriquecimento e reprocessamento. Uma recomendação que o Japão ignorou, alegando que a medida deveria se aplicar a novos projetos, e não às centrais que já operavam há décadas
A central de Rokkasho, a norte de Fukushima, no departamento de Aoumori, reúne no mesmo espaço produção de energia, reprocessamento, enriquecimento e estocagem de dejetos. Isso faz dela a maior central nuclear civil do mundo. Sua unidade de reprocessamento pode converter 800 toneladas de dejetos por ano. A isso, acrescentam-se, todos os anos, oito toneladas de plutônio puro, utilizável para fins militares (o equivalente a mil ogivas de mísseis nucleares). Após diversos contratempos, o reprocessamento começou em 2006, em caráter experimental, sem atingir, até o momento, o regime de pleno funcionamento comercial. Uma outra unidade de reprocessamento, a de Tokaimura, está paralisada desde 1999, após um acidente ocorrido no supergerador, que causou a irradiação de centenas de pessoas e matou dois operários. Desde então, os dejetos se acumulam. A maior parte é estocada, como em Fukushima, ao lado do reator de que é extraída.
No caso de Rokkasho, mesmo que o reprocessamento serja retomado em breve, ele só poderá beneficiar uma ínfima parte dos resíduos que se acumulam por anos. O estoque foi estimado em 12,6 mil toneladas, em 2006. A questão dos dejetos japoneses, incluído o plutônio (um quinto dos estoques mundiais de uso civil), continuará a exigir providências.
Os dejetos de baixa atividade são conservados em recipientes de 200 litros. Em alguns casos, estão armazenados no mesmo local dos reatores; em outros, são encaminhados ao depósito subterrâneo de Rokkasho, projetado para receber três milhões de recipientes. As quarenta cavidades, com capacidade de 10 mil recipientes cada uma, serão mais tarde recobertas de terra e vigiadas por 300 anos. As montanhas artificiais formadas serão como imensos cogumelos venenosos, num reduto tranquilo da região de Aomori.
Os dejetos de alta atividade são vitrificados e depositados em recipientes antes de retornarem a Rokkasho, onde são estocados por 30 a 50 anos, até que sua temperatura baixe lentamente, de 500 a 200 graus. Apenas ao atingir esta condição, poderão ser sepultados – a mais de 300 metros de profundidade. Suas radiações só se dissiparão após alguns milênios.
O combustível misto de óxido de urânio e plutônio (MOX), utilizado no rator 3 da central de Fukushima, constitui uma maneira de reutilizar o plutônio sem convertê-lo em dejeto – integrando-o ativamente, ao contrário, num ciclo energético eterno. Os supergeradores oferecem também uma solução ao problema do acúmulo de plutônio. Permitem “gerar” um plutônio puro de altíssima qualidade. Ou seja, o processo produzir uma quantidade deste mineral maior que a inicial. Os riscos e custos ligados a esta tecnologia são tão relevantes que o Japão é hoje o único país a seguir em tal caminho tecnológicos, apesar dos pobres resultados alcançados. O protótipo de supergerador de Monju, implantado em Tsuruga, no departamento de Fukui (costa ocidental) precisou ser fechado em 1995, em sequência a uma tentativa de camuflar incêndio por negligência, ocorrido após fugas de sódio. Em 2003, o julgamento, pela Corte Suprema, de um processo originado na sequência autorizou a reabertura das instalações, mas dificuldades técnicas impediram a retomada da operação. Segundo as previsões atuais, o supergerador poder operar em 2050 – ou seja, com 70 anos de atraso, em relação à meta oficial. Elas sugeriam que Monju fosse substituído por uma nova central, por volta de 2030. Tudo isso, com um custo de um trilhão de ienes (R$ 19 bilhões).

Erros humanos e práticas fraudulentas

O Japão é hoje vítima de erros de avaliação desastrosos e práticas fraudulentas, que se entrelaçam ao longo de meio século. Incluem falsificação de documentos, fabricação de relatórios, mistificação dos inspetores de segurança nuclear, minimização dos riscos e falta total de transparência na apuração de incidentes e paralisações. Nenhuma abuso foi evitado, no esforço para alcançar a meta estabelecida. Ao perceber seu país, um dos mais avançados científica e tecnologicamente, reduzido à tentativa de interromper um processo de fusão nuclear por meio de métodos tão grosserios como o uso de mangueiras d’água, a sociedade japonesa (e o resto do mundo) se questiona. Que nação – entre elas os Estados Unidos, que se lançam a um “renascimento nuclear” – seria capaz de reagir melhor, em tais circunstâncias?

Apesar da catástrofe que continua a ameaçar, abandonar a energia nuclear não seria tarefa para amanhã. A classe dirigente continuará a perseguir seus sonhos de liderança mundial. Continuará, portanto, a vislumbrar no nuclear uma energia limpa e ilimitada, capaz de rsolver o problema do aquecimento climático. Desejará manter uma força nuclear de dissuasão (braço armado dos Estados Unidos no Pacífico). Para boa parte da população, os objetivos são outros. Cada vez mais vozes se erguem em favor de um processo realmente democrático de decisão envolvendo as fontes de energia. Sugerem o fim do programa nuclear militar e o planejamento de uma alternativa ao nuclear civil. As aspirações incluem o desenvolvimento de energias renováveis, o fim das emissões de gases do efeito-estuva, a reciclagem dos materiais existentes.
Na queda de braços que opõe uma burocracia firmemente aferrada a um Japão nuclear e uma sociedade civil impaciente pela emergência de um novo padrão social, econômico e ecológico, haverá um antes e um depois do 11 de Março.

Gavan McCormack é professor emérito na Universidade da Austrália e autor de diversos livros, entres os quais Client State: Japan in the American embrace [“Estado-Cliente: o Japão na órbita dos Estados Unidos], Verso, Nova York, 2007

http://www.outraspalavras.net/2011/04/13/assim-se-armou-o-japao-nuclear/


Via blog do Luís Nassif

Qual a data da última ceia de Jesus?

Cientista contesta data da Última Ceia de Cristo

DE SÃO PAULO

A Última Ceia, derradeira refeição que Jesus Cristo partilhou com os seus 12 apóstolos, teria acontecido numa quarta-feira, e não numa quinta, como é amplamente admitido pelos católicos.
A releitura dos feitos bíblicos é defendida por um professor da Universidade de Cambridge em livro recém colocado à venda no Reino Unido e cujo título é "The Mistery of the Last Supper" (O Mistério da Última Ceia).
"A Última Ceia aconteceu na quarta-feira, 1.º de abril de 33 d.C., e a crucifixão na sexta-feira, 3 de abril de 33 d.C.", diz Colin Humphreys, professor de ciência dos materiais.
O pesquisador acredita que provavelmente Jesus estava na prisão, na quinta-feira, e sua "última ceia", de fato, foi a comida servida pelos carcereiros.
Humphreys argumenta que sua pesquisa não só estabelece definitivamente as datas, como soluciona um aparente conflito nos relatos do evangelho.
Para chegar à sua conclusão, ele analisou um calendário antigo, que o povo hebreu usava desde 3.000 a.C., e havia sido em grande parte abandonado na época em que Jesus viveu.
Humphreys também convidou um astrofísico, Graeme Waddington, da Universidade de Oxford, para ajudá-lo a calcular como seria o calendário à época da morte de Jesus Cristo.
O que o astrólogo descobriu foi que a Páscoa judaica, quando Cristo recebeu seus apóstolos, teria começado na noite da quarta-feira do ano 33, de acordo com o calendário que teria sido utilizado.
O livro provavelmente desencadeará um tumulto entre os estudiosos bíblicos.
Humphreys disse que recebeu críticas muito favoráveis de estudiosos da Bíblia, mesmo que eles discordem da maior parte das teses. "Como cientista e cristão, espero que os meus esforços contribuam para o diálogo entre ciência e religião", afirmou.



O duelo entre a vida e morte

O duelo entre a vida e morte

Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor

Num dos mais belos hinos da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, se canta que "a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto mas eis que agora reina vivo”. É o sentido cristão da Páscoa: a inversão dos termos do embate. O que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer o vencedor, quer dizer a morte. Por isso, a grama não cresceu sobre a sepultura de Jesus. Ressuscitado, garantiu a supremacia da vida.

A mensagem vem do campo religioso que se inscreve no humano mais profundo, mas seu significado não se restringe a ele. Ganha uma relevância universal, especialmente, nos dias atuais, em que se trava física e realmente um duelo entre a vida e a morte. Esse duelo se realiza em todas as frentes e tem como campo de batalha o planeta inteiro, envolvendo toda a comunidade de vida e toda a humanidade.

Isso ocorre porque, tardiamente, nos estamos dando conta de que o estilo de vida que escolhemos nos últimos séculos, implica uma verdadeira guerra total contra a Terra. No afã de buscar riqueza, aumentar o consumo indiscriminado (63% do PIB norte-americano é constituído pelo consumo que se transformou numa real cultura consumista) estão sendo pilhados todos os recursos e serviços possíveis da Mãe Terra.

Nos últimos tempos, cresceu a consciência coletiva de que se está travando um verdadeiro duelo entre os mecanismo naturais da vida e os mecanismos artificiais de morte deslanchados por nosso sistema de habitar, produzir, consumir e tratar os dejetos. As primeiras vítimas desta guerra total são os próprios seres humanos. Grande parte vive com insuficiência de meios de vida, favelizada e superexplorada em sua força de trabalho. O que de sofrimento, frustração e humilhação ai se esconde é inenarrável. Vivemos tempos de nova barbárie, denunciada por vários pensadores mundiais, como recentemente por Tsvetan Todorov em seu livro O medo dos bárbaros (2008). Estas realidades que realmente contam porque nos fazem humanos ou cruéis, não entram nos calculos dos lucros de nenhuma empresa e não são considerados pelo PIB dos países, à exceção do Butão que estabeleceu o Indice de Felicidade Interna de seu povo. As outras vítimas são todos os ecossistemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.

Recentemente, o prêmio Nobel em economia, Paul Krugmann, revelava que 400 famílias norte-americanas detinham sozinhas mais renda que 46% da população trabalhadora estadunidense. Esta riqueza não cai do céu. É feita através de estratégias de acumulação que incluem trapaças, superespeculação financeira e roubo puro e simples do fruto do trabalho de milhões.

Para o sistema vigente e devemos dizê-lo com todas as letras, a acumulação ilimitada de ganhos é tida como inteligência, a rapinagem de recursos públicos e naturais como destreza, a fraude como habilidade, a corrupção como sagacidade e a exploração desenfreada como sabedoria gerencial. É o triunfo da morte. Será que nesse duelo ela levará a melhor?

O que podemos dizer com toda a certeza que nessa guerra não temos nenhuma chance de ganhar da Terra. Ela existiu sem nós e pode continuar sem nós. Nós sim precisamos dela. O sistema dentro do qual vivemos é de uma espantosa irracionalidade, própria de seres realmente dementes.

Analistas da pegada ecológica global da Terra, devido à conjunção das muitas crises existentes, nos advertem que poderemos conhecer, para tempos não muito distantes, tragédias ecológico-humanitárias de extrema gravidade.

É neste contexto sombrio que cabe atualizar e escutar a mensagem da Páscoa. Possivelmente não escaparemos de uma dolorosa sexta-feira santa. Mas depois virá a ressurreição. A Terra e a Humanidade ainda viverão.



Comentário rápido: as referências estão no início do texto, mas o recebi via correio eletrônico.

Sathya Sai Baba

REVERENCIADO GURU HINDU MORRE AOS 84

 

Sathya Sai Baba, adorado por milhões de seguidores por todo o mundo, morreu ontem, aos 84 anos, depois de quase um mês de tratamento de saúde. Baba era um dos mais reverenciados religiosos do país e atraiu várias personalidades com seus ensinamentos. Ele dizia praticar milagres, mas atraía críticas de céticos.


Uma vez, quando eu tinha cabelos em abundância, e estes cabelos em alguns momentos cresciam um pouco mais, uma pessoa me disse que a minha aparência lembrava a de Sai Baba.

A imagem é oriunda da Wikipédia.