segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Quando eu morrer


Os deuses dão a sombra e a luz. A sombra brilha,
E o coração da luz esconde um claro-escuro.
O mal vive no bem. Não há remédio, filha:
Tu chorarás por mim nas noites do futuro.
O que nos cabe aqui é a triste maravilha.
Nada é somente suave, ou acre, ou doce, ou bruto.
Tudo fere, e eu também vou te ferir. Oh, filha,
Tu chorarás por mim nas noites do futuro.
Mas é nossa missão cair nessa armadilha,
E o que passou persiste em seu estado puro.
Não vou morrer quando eu morrer. Pois, minha filha,
Tu chorarás por mim nas noites do futuro.

O poema é atribuído a José Francisco Botelho, e eu vi na linha de tempo da(o)s Amiga(o)s da Roda de Leituras.

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