segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz 2013!

É o desejo deste blog,

O misterioso caso do Vaga-Lume



O misterioso caso do Vaga-Lume
Coleção juvenil faz 40 ano de sucesso e terá edição digital e versões no cinema

CASSIANO ELEK MACHADODE SÃO PAULO

No início dos 1970, um vaga-lume usando boina, cavanhaque, calça boca-de-sino e medalhão começou a surgir em escolas de todo o Brasil.
Batizado de Luminoso, o personagem aparecia desenhado nas orelhas de livros de títulos intrigantes como "O Escaravelho do Diabo" e "Menino de Asas". Usando expressões como "tudo joinha?", o inseto apresentava os enredos dos romances.
Boinas, medalhas e "joinhas" foram parar, há décadas, nos brechós, mas os livros de Luminoso continuam, como diria ele, "supimpas".
Lançada na virada de 1972 para 1973, a Série Vaga-Lume, coleção de romances infantojuvenis, chega aos 40 anos com mais de 70 livros em catálogo, num caso de inédita longevidade editorial.
A editora Ática, que publica a série, pretende comemorar a efeméride no final do ano que vem. "Vamos trazer novas linhas visuais para a série e lançá-la também em formato digital", antecipa o gerente editorial de literatura juvenil da casa, Fabricio Waltrick, 35, ele mesmo "fã de carteirinha" da Vaga-Lume quando moleque.
Na mesma época, no final de 2013, começam as filmagens de "O Mistério do Cinco Estrelas", de Marcos Rey (1925-1999), um dos grandes sucessos da coleção.

MILHÕES DE CÓPIAS

A palavra "sucesso" é constantemente associada à série. Dois estudos feitos como teses de doutorado pelas professoras Catia Toledo Mendonça (Universidade Federal do Paraná) e Silvia Helena Simões Borelli (PUC-SP) trazem farta documentação sobre a Vaga-Lume.
Em 1996, época do levantamento feito por Borelli, por exemplo, um dos livros iniciais da série, "A Ilha Perdida", de Maria José Dupré, já ultrapassara os 2,2 milhões de exemplares vendidos.
A Ática não divulga as vendagens, mas, caso tenha sido mantida a média histórica de 100 mil unidades/ano, o livro estaria na casa de 4 milhões de cópias.
A obra de Dupré (1898-1984) é emblemática da primeira fase da coleção. O livro, que narra as peripécias de dois garotos numa ilha habitada por um misterioso eremita, é uma clássica obra juvenil de aventura.
"O objetivo da coleção era veicular histórias ágeis, rápidas na percepção e enfáticas na ação", afirma Borelli em sua tese, publicada como "Ação, Suspense, Emoção" (editora Estação Liberdade).
Na "fase heróica" da Vaga-Lume, alguns títulos não eram inéditos. Um dos grandes êxitos da série, "O Escaravelho do Diabo", de Lúcia Machado de Almeida (1910-2005), havia sido lançado em 1956 como um folhetim da revista "O Cruzeiro".
"Se, no primeiro período de sua existência, a série se caracterizava pela presença de obras consagradas, na segunda década os textos que a comporão serão inéditos, de autores sem tradição na produção para jovens", diz Toledo Mendonça.

JOVENS AUTORES

Um desses "iniciantes" foi o hoje autor consagrado Marçal Aquino, 54. Quando foi convidado pelo editor da série à época, Fernando Paixão, Aquino era repórter do "Jornal da Tarde" e "não tinha a menor ideia do que era essa tal 'literatura juvenil'".
"Topei o desafio e resolvi contar uma história de 'turma de rua' numa cidade do interior. Acabei me divertindo muito no processo."
Depois da estreia, "A Turma da Rua Quinze" (1989), ele escreveu mais três volumes e pendurou a chuteira juvenil para se dedicar aos adultos.
Há também quem nunca tenha escrito ficção fora da Vaga-Lume. É o caso de Marcelo Duarte, 48.
O jornalista, escritor e dono da editora Panda Books publicou toda a sua obra de ficção, cinco livros, na coleção, da qual era leitor voraz desde criança.
"Comecei na quarta série, com 'O Caso da Borboleta Atíria', de Lúcia Machado de Almeida. Li ao menos 70% da coleção." Segundo ele, seus cinco títulos, entre os quais o bem sucedido "O Ladrão de Sorrisos", venderam mais de 240 mil exemplares.
O editor Jiro Takahashi, um dos criadores da Vaga-Lume, sustenta que o sucesso da coleção se deve a uma somatória de fatores. Um deles era prosaico: o preço. "As altas tiragens, devido à divulgação bem dirigida, permitiam preços baixos que facilitaram as adoções nas escolas."
Ele também salienta a importância, para a boa aceitação dos professores, dos encartes chamados "Suplementos de Trabalho", com atividades didáticas ligadas às narrativas.
Takahashi, atual editor da Prumo, do grupo Rocco, chama atenção ainda para a importância do trabalho dos designers e ilustradores, que criaram uma identidade marcante para a coleção.
Editor de arte da série entre 1978 e 1987, Antônio do Amaral Rocha destaca as ilustrações de nomes como Mário Cafiero, Jayme Leão e Milton Rodrigues Alves.
Este último, conta que para ilustrar "O Caso da Borboleta Atíria" passou um tempo internado no Museu de Zoologia. "Não tínhamos internet e a melhor maneira de saber a forma de um 'Dynastes hercules' era ir ao museu...".




Comentário rápido: no final dos anos 1970, eu também li alguns volumes da Coleção Vaga-Lume.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

FBI investigou ação do Ocupe Wall Street


FBI investigou ação do Ocupe Wall Street
Movimento de protesto contra desigualdade de renda e setor financeiro foi alvo de força-tarefa antiterror nos EUA
Grupo de direitos civis critica o uso de informações recolhidas de pessoas que agiam dentro da legislação

O FBI, a polícia federal dos EUA, usou agentes de combate a terrorismo para investigar o movimento Ocupe Wall Street, segundo documentos divulgados recentemente.
Em setembro de 2011, um agente de uma força-tarefa antiterrorismo do FBI em Nova York notificou funcionários do Museu das Finanças Americanas e do Federal Hall que "os edifícios haviam sido identificados como pontos de interesse para o Ocupe Wall Street".
Isso ocorreu na mesma época em que os ativistas montaram acampamento no parque Zuccotti, no sul de Manhattan, desencadeando uma série de protestos ao redor dos EUA e levando a desigualdade de renda para o centro dos debates no país.
Nos meses seguintes, agentes do FBI em todo o país se envolveram rotineiramente em troca de informações sobre o movimento com empresários, polícias locais e universidades.
Um memorando de outubro de 2011 da agência do FBI em Jacksonville, na Flórida, era intitulado "Assunto: Administração do Programa de Terroristas Domésticos" e afirmava que agentes discutiram eventos do movimento e sua disseminação.
O comunicado dizia que os agentes deveriam entrar em contato com os ativistas para verificar se pessoas que participavam dos atos tinham "tendências violentas".
O medo do FBI era que o Ocupe poderia ser um canal para "um criminoso solitário explorando o movimento por razões ligadas à insatisfação geral com o governo".
Desde os ataques de 11 de de setembro de 2001, o FBI é alvo de críticas por usar agentes da divisão antiterrorismo para monitorar organizações ambientais ou grupos de protesto contra crueldade com animais e pobreza.
A divulgação dos documentos do FBI ocorre pouco mais de um ano depois de a polícia ter expulsado os manifestantes do parque Zuccotti, em novembro de 2011. Em outras cidades americanas, policiais fizeram o mesmo com ativistas do grupo.
Os documentos foram obtidos pela Parceria pelo Fundo de Justiça Civil, uma organização de direitos civis de Washington, por meio de um pedido de divulgação invocando a Lei de Liberdade de Informação.
Muitos trechos dos documentos foram rasurados pelo FBI para impedir leitura de partes tidas como estratégicas. Os documentos mostram quão profundamente envolvidas as autoridades americanas estavam no monitoramento do Ocupe.
Em um memorando de agosto de 2011, o escritório do FBI em NY se reuniu com funcionários da Bolsa de Valores para discutir "o protesto anarquista intitulado Ocupe Wall Street".
"Numerosos incidentes ocorreram no passado mostrando tentativas de grupos anarquistas de atrapalhar ou impedir o funcionamento de distritos financeiros."
"O FBI reconhece o direito de indivíduos e grupos se engajarem em atividades protegidas pela Constituição", disse o porta-voz do FBI Paul Bresson. "O FBI é obrigado a investigar qualquer alegação séria de violência, mas não abrimos investigações baseadas apenas em atividades ligadas à Primeira Emenda (de liberdade de expressão)".
Segundo Mara Verheyden-Hilliard, diretora-executiva do Parceria, os documentos mostram que o FBI agiu de maneira imprópria ao colher informações sobre americanos envolvidos em atividades lícitas.
"São informações sobre ações baseadas no direito de livre expressão das pessoas, e essas informações serão armazenadas em bancos de dados, e não se sabe quando ou como serão usadas", declarou ela.

Texto visto na Folha de São Paulo

Mundos perdidos


O mundo não acabou outro dia, mas vários mundos acabam todos os dias, sempre que morre um escritor -ou um ator, um sambista, um arquiteto, um cientista, um gari, até mesmo um político. Hierarquias são perigosas, mas a morte de um escritor parece atingir fundo as pessoas, inclusive as que nunca o leram. Supõe a perda de um ou mais mundos organizados, que ainda não foram e não serão cristalizados em palavras.
Pior ainda quando são escritores populares, como Dickens, Zola, Hemingway, Jorge Amado, Saramago -porque muitos de seus contemporâneos sentiam-se parte de tais mundos. É como se a morte deles os privasse de seu chão. Claro que nem sempre é assim, e há escritores cujos mundos têm a profundidade que Nelson Rodrigues lhes atribuía -aquela que uma formiguinha atravessa a pé, com água pelas canelas.
Em 2012, morreram -até agora, e apenas entre os que nos falavam mais de perto- o mexicano Carlos Fuentes, os americanos Gore Vidal, Ray Bradbury e Nora Ephron, o britânico Eric Hobsbawm e os brasileiros Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Décio Pignatari, Chico Anysio e Lêdo Ivo. Eles eram romancistas, poetas, ensaístas, críticos, cronistas -Hobsbawm, historiador. Nenhum se limitou ao livro. Todos escreveram em jornais, alguns para teatro, cinema ou TV, e vários eram bons de briga.
Chico ficou famoso pela televisão, mas quase todos eram "performáticos", tinham alma de ator. Na vida real, Chico, Millôr, Décio e Lêdo eram sérios, categóricos, falavam alto. Gore e Ivan eram mais debochados, gostavam de imitar, ridicularizando, o jeito de falar de seus desafetos. Fuentes namorou a atriz
Jean Seberg. E nunca estive com Nora e Bradbury, mas deviam se parecer com o Hobsbawm que conheci em Paraty -coroas boas-praças.
O mundo deles nenhuma formiga atravessa com água pelas canelas.

Estupro "merecido"


Foi em 16 de dezembro que começou o pesadelo de uma universitária de 23 anos e seu amigo, em Nova Déli, na Índia. Os dois pegaram um ônibus que circulava na rota normal, mas que, na realidade, era ocupado por seis homens que queriam fazer um "passeio". Os seis estupraram repetidas vezes a estudante, que depois foi espancada com seu amigo, com barras de ferro e outras armas. Os dois foram assaltados e jogados para fora do ônibus em movimento, nus.
A estudante está internada em estado crítico, com ferimentos nos órgãos genitais e no intestino. O crime desencadeou uma onda de protestos em Déli, considerada a capital indiana do estupro. Não fosse o clamor popular, seria baixíssima a probabilidade de os estupradores serem condenados.
Em 2011, houve 24.206 estupros notificados na Índia, mas em apenas 26% dos casos os acusados foram condenados, segundo o Escritório Nacional de Registros de Crimes.
O número real de estupros certamente é subestimado. A maioria das vítimas nunca denuncia o crime às autoridades. Mulheres estupradas são alvo de enorme preconceito -e raramente conseguem se casar na Índia. Estudos apontam que apenas 1 em cada 50 casos de estupro são notificados.
Quando as vítimas finalmente tomam coragem e denunciam, enfrentam uma polícia misógina. Os policiais indianos afirmam que as vítimas de estupro "mereceram, porque provocaram". Dizem isso, literalmente.
A revista indiana "Tehelka" filmou, secretamente, entrevistas com 30 investigadores em delegacias de Déli e arredores, em abril deste ano. Dezessete dos 30 investigadores afirmaram repetidamente que a maioria das acusações de estupro eram falsas, que as mulheres "convidavam" ao estupro ao usar roupas provocantes e que muitas queriam extorquir os acusados.
"Nenhum dos estupros em Déli acontece sem que a mulher provoque", disse um policial. "Elas bebem, usam roupas provocantes e ficam flertando", afirmou outro. "As que denunciam querem ganhar dinheiro, porque as vítimas reais de estupro, mulheres honestas, nunca teriam coragem de denunciar", disse um investigador.
Com essa predisposição, não surpreende que a maioria das investigações de estupro sejam falhas. Para muitos, essa visão de mundo sexista não é privilégio dos policiais: está encravada em boa parte da sociedade indiana.
Em abril, depois do estupro de uma mulher que trabalhava em um bar, autoridades de uma cidade próxima a Déli seguiram nessa narrativa de responsabilizar as vítimas. Impuseram um toque de recolher para mulheres que trabalham em shoppings e bares após as 20h.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Governo da China está cada vez mais impotente diante das imolações de tibetanos

A nova equipe de dirigentes nomeada em novembro para a liderança do PCC (Partido Comunista Chinês) não dá nenhum sinal de abertura diante da crise tibetana. Pelo contrário: uma virulenta campanha de imprensa foi lançada na mídia oficial. Forças ocultas são acusadas de incitar as imolações por fogo. O grande orquestrador da série de imolações que vem atingindo o Tibete e as regiões tibetanas da China ocidental não podia ser outro: o dalai-lama, que de acordo com o "Diário do Povo", "está tentando enganar o mundo com sua ‘aposentadoria política’ para abrir mais uma página de seu projeto" de independência do Tibete.

Pouquíssimo informado sobre os acontecimentos nas regiões tibetanas, o público chinês, indiferente em sua maior parte, recebe do jornal "Global Times" a "prova" de que "o bando do dalai-lama está envolvido nas imolações" com a prisão - em Aba, região de Sichuan, onde houve a primeira imolação em 2009 – de um monge de 40 anos e de seu sobrinho, acusados de terem incitado oito pessoas a se imolarem. Esses ataques atiçam um pouco mais a indignação das populações tibetanas, cuja principal reivindicação é poder venerar livremente seu líder espiritual e tê-lo de volta ao Tibete.

Um impressionante arsenal de medidas, sob forma de "parecer sobre o tratamento das imolações" tem sido empregado desde novembro, por iniciativa do Supremo Tribunal e do Ministério da Segurança Pública. Ele dá a aparência de uma base legal para os processos em caso de imolação, detalhando os crimes – entre eles, de homicídio e de perturbação da ordem pública – dos quais podem ser acusados os que se imolam por fogo, mas também qualquer pessoa que "segure em seus braços" o indivíduo que tenha se imolado, ou impeça a polícia e os socorristas de intervir, bem como os que se aglomeram para assistir aos atos. 


Até hoje, as manifestações e as cerimônias associadas às imolações muitas vezes não puderam ser impedidas pelas forças policiais. "Essas novas diretivas são muito concretas. Os tibetanos que fizerem doações [às famílias dos imolados] ou forem aos funerais poderão ser condenados severamente. As empresas podem investigar seus funcionários e dispensá-los ou puni-los se eles participarem", confirma Tsering Woeser, escritora e blogueira tibetana. No entanto, ela duvida que isso vá acabar com as imolações, cuja frequência tem se acelerado nas últimas semanas: foram contabilizadas 28 em novembro.     

"Cada vez mais laicos"    


Tsering Woeser publicou, no dia 10 de dezembro em seu blog, a cifra de 100 imolações desde 2009, contando três casos fora da China. De volta há alguns dias de uma longa viagem pelo Tibete e pela província vizinha do Qingshai, ela constata que o perfil daqueles que se imolam pelo fogo está se diversificando: "Há cada vez mais laicos; há nômades, um pintor de Thangka [diagramas místicos], taxistas, vários colegiais".

Instaurada desde a revolta das regiões tibetanas em 2008, a repressão se tornou ainda mais sistemática desde o início do ano na região autônoma tibetana, constata a ONG International Campaign for Tibet, associada à diáspora, em um relatório publicado no dia 10 de dezembro sobre a onda de imolações.

Dezenas de milhares de membros do partido e policiais foram enviados para as zonas rurais e urbanas para controlar a população. As fiscalizações de autorização de residência e de circulação são rigorosas. Há apelos para que as regiões tibetanas das províncias chinesas, onde vivem a maior parte dos tibetanos, sejam dominadas e exploradas.

Só que o espírito de resistência é feroz ali. "Os membros do partido têm um pouco de medo de vir até os monastérios", explicou durante uma passagem por Pequim um monge de escalão intermediário de um monastério de Qinghai. "Os oficiais tibetanos estão constrangidos e não sabem muito bem como agir sem se indispor com a população", ele diz. Ele teme que surjam formas de violência terrorista. "Um número crescente de pessoas tem dito que as imolações não levam a nenhum resultado", ele nos diz. "Isso pode sair de controle."

Reportagem de Brice Pedroletti, para o Le Monde, reproduzido no UOL. Tradução de Lana Lim.

Morre o criador dos Thunderbirds, Gerry Anderson


Morre o criador dos Thunderbirds, Gerry Anderson

Anderson sofria do mal de Alzheimer desde 2010 e sua saúde registrou um agravamento nos últimos seis meses


Gerry Anderson, o diretor britânico criador da famosa série Thunderbirds, morreu nesta quarta-feira aos 83 anos, informou seu filho. Anderson sofria do mal de Alzheimer desde 2010 e sua saúde registrou um agravamento nos últimos seis meses, afirmou Jamie Anderson. Anderson também criou as séries Joe 90 e Stingray, mas ganhou fama com Thunderbirds.
A série, uma animação com marionetes, que estreou em 1965, conta as aventuras de uma organização secreta chamada International Rescue (Resgate Internacional), cuja missão consistia em ajudar os que estavam em perigo com uma nave espacial e uma série de veículos.
– Com muita tristeza, anuncio a morte de meu pai, o creador dos Thunderbirds, Gerry Anderson – afirmou o filho.
– Ele morreu de modo tranquilo, enquanto dormia, ao meio-dia – disse Jamie.

Do Clic RBS

Morre Fúlvio Petracco, um dos fundadores do PSB


Faleceu na tarde desta segunda-feira (24) Fúlvio Petracco, um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e nome histórico da esquerda no Rio Grande do Sul e do Brasil. A informação é do PSOL gaúcho, por meio de nota oficial. Petracco, que tinha 77 anos, estava internado no Hospital São Lucas da PUCRS para tratar-se de problemas cardiorrespiratórios e havia sido submetido a cirurgia no domingo (23).
Em agosto, Fúlvio Petracco havia deixado o PSB para filiar-se ao PSol, alegando razões ideológicas para a decisão. Segundo ele, a gota d’água teria sido a tentativa de aliança do PSB com o PP para ajudar a eleger Manuela D’Ávila (PCdoB) como prefeita da capital gaúcha. “Não consegui digerir o fato de que o PSB só não está junto com os herdeiros da Arena e acobertadores do passado porque eles não quiseram. Essa tentativa de aliança foi promovida pelo PSB, que articulou uma relação absolutamente indecorosa”, criticou Petracco na ocasião.
“Sua morte é uma imensa perda”, lamentou o PSol gaúcho em comunicado, ressaltando que o breve período em que Petracco esteve na sigla teve o valor “de muitos anos”. De acordo com a nota, Petracco “sentia-se bem ao lado dos jovens e audaciosos militantes – como ele mesmo dizia – que haviam decidido construir o PSOL. Estava feliz em começar a conviver num novo espaço cujo propósito era a organização da atividade política transformadora, honesta e revolucionária”.
Fúlvio Petracco era engenheiro de formação e começou a militância política nos anos 60, atuando com uma das lideranças estudantis que deram suporte ao Movimento da Legalidade. Cassado pela ditadura militar, concorreu ao governo gaúcho em 1986, campanha na qual imortalizou o slogan “Petracco neles”. Em 1994, concorreu ao Senado.
O velório está marcada para as 6h de terça-feira (25), no Crematório Metropolitano de Porto Alegre. A cremação será às 14h.

Notícia do Sul21

Dona Canô: mãe de Caetano e Bethânia morre aos 105 anos em Santo Amaro da Purificação

Claudionor Viana Teles Velloso, conhecida como Dona Canô, morreu na manhã desta terça-feira de Natal (25). Ela faleceu na residência da família em Santo Amaro da Purificação, cidade localizada na região do Recôncavo Baiano.

Dona Canô teve um ataque isquêmico cerebral e ficou internada por seis dias (entre os dias 15 e 21 de dezembro). A mãe de Maria Bethânia e Caetano Veloso pediu para passar o Natal em casa, mas não resistiu as consequências do problema de saúde. Ela deixa oito filhos.

O carisma de Dona Canô, que nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA) ganhou o Brasil. Conhecida como matriarca da família Velloso, ela morava em uma tradicional casa em azul e branco na Bahia. A influência de Dona Canô não se limitava à família, ela tinha relações com Antônio Carlos Magalhães e Lula.

Algumas músicas citam a matriarca como, por exemplo, Dona Canô de Daniela Mercury e Reconvexo, do filho Caetano Veloso.


Notícia vista na EBC.

Morre Keiji Nakazawa, autor de mangá sobre a bomba de Hiroshima


Morre Keiji Nakazawa, autor de mangá sobre a bomba de Hiroshima

Desenhista tinha 73 anos e câncer no pulmão.
Nakazawa começou a publicar 'Gen - pés descalços' em 1973. 


O quadrinhista japonês Keiji Nakazawa, autor do icônico manga "Gen - pés descalços", sobre o bombardeio atômico na cidade de Hiroshima em 1945, morreu aos 73 anos em um hospital de Hiroshima vítima de câncer de pulmão, informaram nesta terça-feira (25) seus familiares.
Nakazawa, que morreu na última na quarta-feira (19), baseou a série de quadrinhos em sua própria experiência durante e depois da bomba atômica do dia 6 de agosto de 1945. Naquele dia, o epicentro da explosão acabou inspirando o desenhista, que tinha apenas 6 anos na ocasião.
A explosão da bomba ocorreu a pouco mais de 1 km de distância de Nakazawa, que chegava ao colégio e saiu imune graças a um muro que o livrou de todo o impacto. No entanto, por conta dessa mesma explosão, o jovem perdeu o pai, uma irmã e um irmão.
No mesmo dia da explosão, a mãe de Nakazawa, que também sobreviveu, deu à luz a uma menina, que morreu pouco tempo depois.
Em 1966, após a morte de sua mãe, vítima de câncer, Nakazawa decidiu começar a narrar suas lembranças relacionadas ao bombardeio. Na ocasião, o autor afirmou que sua motivação veio com a descoberta de que o césio radioativo tinha transformado os ossos de sua mãe em pó, ao invés de cinzas, após sua incineração.
Após desenhar vários relatos sobre o bombardeio, ele começou a publicar "Gen - pés descalços" em 1973.
Próxima à autobiografia, de tom antibelicista e muito crítica com a militarização da sociedade japonesa antes e durante a Segunda Guerra Mundial, a obra é, segundo os analistas, a história em quadrinhos que melhor narra o bombardeio de Hiroshima.
"Gen - pés descalços" foi traduzida para mais de dez idiomas, entre eles o português (entre 2000 e 2001, a Conrad Editora publicou quatro volumes do mangá no Brasil), e vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo todo, segundo a editora Choubunsha.
Por causa de diabetes e dos primeiros sintomas das cataratas, Nakazawa anunciou sua aposentadoria em 2009, sendo que, em setembro de 2010, foi diagnosticado com câncer de pulmão.
O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, declarou sua esperança de que essa história em quadrinhos "chegue às novas gerações" de leitores para transmitir o horror do bombardeio atômico no Japão e no mundo todo.

Notícia publicada no G1

Natal, natalidade...



O Natal, festa de um nascimento, parece dia adequado para tratar de uma crise despercebida no Brasil: a dos nascimentos. Desde 2003, quando pela primeira vez se registrou taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição da população (2,1 filhos por mulher), os nascimentos caem em ritmo acelerado.
Os dados recentes sugerem que a taxa esteja em 1,8, atingindo já 1,5 em cidades do interior de São Paulo e Estados do Sul.
O país se aproxima rápida e perigosamente do colapso demográfico de espanhóis e italianos (1,2 a 1,3), para não falar dos japoneses. Perdemos da França, da Suécia, dos escandinavos.
O surpreendente (e alarmante) é que até a Argentina e o Uruguai, sociedades maduras, as primeiras a se urbanizarem na América Latina, já nos deixaram para trás. O normal seria que as sociedades prematuramente envelhecidas do Rio da Prata tivessem menos filhos que nós.
No entanto, nos mapas demográficos da América Latina, elas aparecem como tendo fecundidade média, ao passo que o Brasil está na zona de baixa fecundidade.
Os únicos no continente com taxas tão minguadas são cubanos e alguns caribenhos de cultura histórica com mais de um ponto de contato com a brasileira.
E os Estados Unidos, perguntará o leitor? Conservam fecundidade alta, graças aos imigrantes, mas essa superioridade começa a mudar. Estudo recente indica que os nascimentos chegaram ao ponto mais baixo desde 1920, devido à queda geral de 8% de 2007 a 2010. A queda maior foi entre as mulheres imigrantes (declínio de 14%) e das mexicanas (23%), justamente o grupo que antes garantia alta natalidade.
A explicação é a crise econômica, que atingiu, sobretudo, os grupos vulneráveis. Para o Brasil, com pleno emprego, salários em alta, expansão do consumo, tal razão não vale. Aliás, um dos paradoxos brasileiros é que outros índices como a violência e a criminalidade, que deveriam estar caindo com a moderaçãodemográfica e a melhoria do bem estar, continuam a se agravar de modo assustador.
Nos países afetados pela queda da natalidade, o problema está no centro das atenções. Nos EUA, os índices desencadearam debate intenso. Na Rússia, o presidente Putin anunciou um programa de 1,5 trilhão de rublos (US$ 53 bilhões) para recuperar a fecundidade. Se falhar, os 143 milhões de russos serão apenas 107 milhões em 2050. Trata-se, como disse o presidente, de questão de sobrevivência da nação.
A França, país histórico da queda da natalidade, inverteu a situação com política de ênfase em incentivos a famílias com filhos e construção de creches. O mesmo fazem os escandinavos, com resultados que permitiram recuperar parte da fecundidade perdida. Tentam adotar políticas similares a Coreia e o Japão, que temem se converter numa espécie de asilo para idosos.
No Brasil, o assunto é olimpicamente ignorado. Políticas de natalidade ou de imigração soam tão excêntricas como no tempo em que ainda vivíamos a explosão demográfica. Véspera de Natal é um bom momento para refletirmos que o nascimento de um ser humano pode fazer uma enorme diferença!



Também para a história


Também para a história
Três executivos do BB, nomeados no governo FHC, foram excluídos do processo do mensalão

OUTRAS PECULIARIDADES, além das dimensões e da fartura de condenações, confirmam o peso histórico atribuído com antecedência ao chamado julgamento do mensalão, também referido com frequente ironia como ação penal 470.
É possível que já houvesse, entre os julgadores e entre os julgados, personagens mais cedo ou mais tarde destinados à história, e outros aos buracos de todas as memórias. O julgamento igualou-os, mas ficou a injusta recusa a três pessoas de passarem também à história.
Documentos comprovam as assinaturas e rubricas de quatro representantes do Banco do Brasil, dois diretores e dois gerentes executivos, nas transações com a DNA de Marcos Valério em torno da Visanet. Incluído na ação penal 470, porém, foi um só. Os três restantes foram deixados para processo comum, de primeira instância, com direito a todos os recursos às instâncias superiores, se condenados, e demandas de defesa. Ou seja, possibilidade de sucessivas defesas e múltiplos julgamentos. Direito não reconhecido aos julgados no Supremo Tribunal Federal, por ser instância única.
Os três barrados da história têm em comum o fato de que já estavam nos cargos de confiança durante ogoverno Fernando Henrique, neles sendo mantidos pelo governo Lula. E, em comum com o condenado pelo STF, terem os quatro sempre assinado em conjunto, por norma do BB, todas as decisões e medidas relativas ao fundo Visanet. Dado que uma das peculiaridades do julgamento foi o valor especial das ilações e deduções, para efeito condenatório, ficou liberada, para quem quiser, a inquietante dedução de tratamento discriminatório e político, com inclusão nas durezas do STF apenas do diretor definido como originário do PT.
O benefício desfrutado pelos três não foi criado pelo relator Joaquim Barbosa, que o encontrou já na peça de acusação apresentada pelo procurador-geral Roberto Gurgel, e o adotou. Um dentre numerosos problemas, sobretudo quanto a provas. Por exemplo, como registrado a certa altura do julgamento nas palavras bem dosadas de Marcelo Coelho:
"O ponto polêmico, na verdade, recai sobre a qualidade das provas para incriminar José Dirceu. Nãohouve nenhum e-mail, nenhuma transcrição de conversa telefônica, nenhuma filmagem, provando claramente que ele deu ordens a Delúbio Soares para corromper parlamentares".
A condenação de José Dirceu está apoiada por motivos políticos. E, à falta das provas cabais para condenação penal, forçosamente originada de motivações políticas. Bastará, no futuro histórico do julgamento, para caracterizá-lo como essencialmente político. Caracterização que se reforça, desde logo, pelo tratamento amigável concedido ao mensalão precursor, o do PSDB, de 1998 e há 14 anos acomodado no sono judicial.
E caracterização outra vez reforçada pela incontinência do procurador-geral Roberto Gurgel, com seu pedido de prisão imediata dos réus condenados sem que representem perigo e sem que o processo haja tramitado em julgado. A busca de "efetividade" da ação judicial, invocada pelo procurador-geral para opedido negado por Joaquim Barbosa, ficaria muito bem no caso em que se omitiu, com explicação tardia e insuficiente.
Houvesse, entãoo apego à efetividade, o Ministério Público estaria em condições de evitar a enrolaçãode negociatas que usa Carlos Cachoeira como eixo, inclusive no Congresso.
No primeiro dia do julgamento, o relator chamou o revisor de "desleal", por manter a opinião que orelator abandonou. No segundo, o revisor foi posto pelo relator sob a insinuação de ser advogado de defesa do principal acusado, Marcos Valério. E de destrato em destrato até o fim, o julgamento criou mais uma inovação inesperada para destacá-lo nos anais.


Coluna de Jânio de Freitas, na Folha de São Paulo, de 23 de dezembro de 2012.

Política não tem vácuo


Política não tem vácuo

BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal tem tomado decisões em série que produzem grande impacto na política. O fenômeno ocorre por duas razões. O Judiciário está mais político. Já os políticos praticam cada vez mais a arte da omissão.
Na sua atual encarnação politizada, o STF às vezes age pensando que as leis existem para serem cumpridas como um fim em si próprio. É um erro. As leis e a Constituição foram redigidas por seres humanos e há umespírito por trás de cada palavra.
Os constituintes de 1988 escreveram a Carta Magna sob o peso de terem superado 21 anos de ditadura militar. O texto fala em "uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias".
o há solução pacífica de controvérsia quando apenas um integrante do STF decide contra a maioria dos 513 deputados e dos 81 senadores. Algo está fora do lugar. É o caso do ministro Luiz Fux: sozinho, proibiu oCongresso de derrubar um veto à lei sobre os royalties do petróleo.
Mas aí chega-se ao outro lado da moeda. Fux agiu assim porque as leis e a Constituição, redigidas por deputados e por senadores, são ambivalentes num grau além do aceitável.
Há décadas os congressistas abdicaram do seu dever de aperfeiçoar o marco legal do país. Em 2006, houve uma tentativa de pacto federativo entre os Poderes da República. Uma das ideias foi transformada em projeto de lei, proibindo um único ministro do STF (como fez Fux agora) de tomar uma decisão contra opresidente da República ou o Congresso Nacional. Tudo teria de passar pelo plenário do tribunal. Só que oprojeto morreu e foi arquivado.
Se deputados e senadores trabalhassem mais, não estariam, agora, perplexos. Esqueceram-se que a política repele o vácuo. Os espaços são ocupados. Hoje, o espaço da política é preenchido pelo Judiciário.



Revisor do mensalão diz ter consciência de 'dever cumprido'


Revisor do mensalão diz ter consciência de 'dever cumprido'

Lewandowski contribuiu para a absolvição de 12 réus no caso

Revisor do processo do mensalãoo ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou ontem que chega ao final do caso com "a consciência de dever cumprido" por ter contribuído para a absolvição de 12 réus, além da atenuação de diversas penas.
Antes do julgamento começar, Lewandowski disse que seu voto representaria um "contraponto" ao do relator, ministro Joaquim Barbosa.
Ao longo dos últimos quatro meses e meio, foi exatamente o que aconteceu. O ministro foi responsável pelos principais embates com Barbosa, normalmente defendendo o que apontava como garantias constitucionais dos acusados e da ampla defesa.
Por causa disso, foi criticado e recebeu do colega hoje presidente do Supremo a acusação de que parecia advogar para os réus e que estaria tentando obstruir o julgamento.
"Acho que cumpri meu dever de revisor. A intervenção do revisor, cujo papel foi subestimado por muitos inicialmente, contribuiu para que 12 réus fossem absolvidos, um 13º fosse remetido para primeira instância por uma falha processual, e que muitas penas fossem atenuadas", disse Lewandowski, em conversa com jornalistas.
Se o voto completo do revisor tivesse prevalecido, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e José Genoino, por exemplo, teriam sido absolvidos dos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. Já o ex-deputado Roberto Jefferson não seria considerado um colaborador nem seria beneficiado com o regime aberto de prisão.
Em seu voto, Lewandowski não chancelou a tese de que houve compra de apoio político no Congresso. Para ele, isso até pode ter acontecido, mas não teria ficado comprovado nos autos do processo.
Da mesma forma, o revisor do mensalão argumentou que não existiriam provas de que Dirceu era o chefe da quadrilha montada no Palácio do Planalto e o idealizador do esquema que perdurou por mais de dois anos.
(FELIPE SELIGMAN E MÁRCIO FALCÃO)



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal em 2012 com versículos bíblicos do Evangelho de João


No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. (João 1:1-5)


E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai (João 1:14)