A ONU (Organização das Nações Unidas) lembrou nesta terça-feira (11/10) ao governo de Israel sua obrigação de proteger os civis palestinos e de garantir a integridade de suas propriedades do assédio e das agressões de colonos judeus nos territórios ocupados na Cisjordânia.
"Israel tem de fazer muito mais para prevenir os ataques contra os civis palestinos. No caso de ocorrer agressões, as mesmas devem ser investigadas adequadamente pelas autoridades", disse o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville.
Em entrevista coletiva em Genebra, Colville expressou a preocupação da ONU pelo "aumento da violência contra os civis palestinos na Cisjordânia desde o início de setembro", principalmente em Qusra.
Esta localidade, nas imediações de Nablus, no norte da Cisjordânia, foi alvo de ataques de colonos israelenses "ao menos em seis ocasiões nas últimas seis semanas", disse o porta-voz da ONU, que acrescentou que as manifestações violentas causaram "graves perdas materiais e danos físicos".
"Uma mesquita foi queimada, centenas de árvores foram arrancadas e um civil palestino morreu após a intervenção de uma unidade do exército israelense", destacou o porta-voz, que acusou as forças armadas de agir com excessiva violência contra os palestinos e tolerância com os colonos, inclusive quando são agressores.
"É evidente que há uma diferença no tratamento dos delitos cometidos por palestinos e por colonos israelenses", argumentou Colville, que também lembrou Israel de sua obrigação de indenizar as vítimas de atos violentos.
Em 6 de outubro, os moradores palestinos de Qusra viram a destruição de ao menos 200 árvores, em sua maioria oliveiras pertencentes a quatro famílias, que perderam um de seus principais meios de sustento.
O fato, acrescentou o porta-voz da ONU, acaba se somando "à perda do acesso a centenas de hectares de terra que os palestinos desta região sofreram devido à expansão dos assentamentos dos colonos judeus e à instalação de postos militares".
Está previsto que nos próximos dias a ONU divulgue um relatório do secretário-geral, Ban Ki-moon, sobre os assentamentos israelenses nos territórios ocupados, que denunciará o impacto desta prática na vida dos palestinos e a falta de resposta judicial e penal à violência contra estes civis.
Texto do Opera Mundi.
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