"É uma alegria jogar em Belém, a cidade em que nasceu Jesus", teria afirmado antes de partida na capital do Pará.
É imagem injusta para o atacante seis vezes campeão gaúcho (entre 1969 e 1974) e o terceiro maior artilheiro da história do Inter, com 210 gols.
Destacou-se apesar de passar a carreira brigando contra os zagueiros e a balança. Foi por causa do excesso de peso que deixou o time do Rio Grande do Sul em 1974. Os 90 kg espalhados em 1,76 m eram demais para fazê-lo levar vantagem sobre os rivais. Acabou dispensado pelo Botafogo.
Sua condição física atarracada o fez ser apelidado de "bigorna". Enquanto conseguiu se manter longe dos churrascos e das cervejas, duas de suas paixões, conseguiu se destacar. Chegou à seleção.
Em tentativa desesperada de perder peso, entrou em dieta rigorosa e ficou magro como nunca na carreira.
Mas reclamava que não tinha força no chute, sua principal característica. Voltou aos velhos hábitos e ganhou peso.
Aos 16 anos, Claudiomiro Estrais Ferreira estreou como profissional no Inter. Aos 18 fez o primeiro gol da história do estádio Beira-Rio, em um amistoso contra o Benfica.
Abandonou o futebol em 1979, aos 29, cansado de ser bigorna, ter que emagrecer, e frustrado por lesões no joelho.
Claudiomiro morreu na sexta (24), após sofrer um mal súbito em sua casa, em Canoas (RS), aos 68. Recebeu homenagens do Inter, onde ainda é ídolo.
"Na minha casa não tem azulejo. Só vermelhejo", disse, citando a cor do arquirrival do Inter, o Grêmio. Esta frase, pelo menos, ele falou.
Alex Sabino realiza o necrológio de Claudiomiro na Folha de São Paulo.
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