eu gosto mesmo é de ficar bêbado
e estar apaixonado
ou pelo menos bêbado
mas de preferência apaixonado
com duas ou três cervejas
na cabeça vadiando pelo centro
e repassando mentalmente um poema
sobre você
e estar apaixonado
ou pelo menos bêbado
mas de preferência apaixonado
com duas ou três cervejas
na cabeça vadiando pelo centro
e repassando mentalmente um poema
sobre você
quando não estou
bêbado nem apaixonado
quase morro de tristeza
lembro das pessoas
que levam a vida como zumbis
os olhos queimados pela visão do nada
a ouvir o canto das sereias
e me pergunto se vou aguentar até o fim
mas em geral não penso nelas
em geral só penso em pessoas apaixonadas
e estou sempre marcando o próximo porre
com meus colegas de copo e de cruz
bêbado nem apaixonado
quase morro de tristeza
lembro das pessoas
que levam a vida como zumbis
os olhos queimados pela visão do nada
a ouvir o canto das sereias
e me pergunto se vou aguentar até o fim
mas em geral não penso nelas
em geral só penso em pessoas apaixonadas
e estou sempre marcando o próximo porre
com meus colegas de copo e de cruz
também gosto de ver minhas canetas morrerem
não gosto quando elas somem
ou são roubadas
não gosto quando elas somem
ou são roubadas
gosto muito das palavras lataria
e fuselagem
e fuselagem
e adoro aquelas cenas de paz
dos filmes de gângsteres
em que um gordinho de calças arriadas
caga e folheia o jornal de esportes
segundos antes de ser metralhado
pelo bando inimigo
dos filmes de gângsteres
em que um gordinho de calças arriadas
caga e folheia o jornal de esportes
segundos antes de ser metralhado
pelo bando inimigo
Poema de Fabricio Corsaletti, na Folha de São Paulo.
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