Pesquisa realizada pelo economista David Blanchflower (Universidade de Dartmouth, nos EUA) em 132 países, incluindo o Brasil, revela que existe uma curva da felicidade no formato da letra U. As pessoas mais felizes são as mais jovens e as mais velhas, e as menos felizes são as que estão entre 40 e 50 anos.
A felicidade é maior no início da vida, diminui ao longo dos anos, chegando ao seu ponto mais baixo em média aos 47 anos, e, depois disso, começa a subir.
Eu também encontrei uma curva da felicidade entre as mulheres que venho pesquisando há mais de trinta anos.
As que têm entre 40 e 50 anos são as que estão mais infelizes, insatisfeitas, frustradas, deprimidas e exaustas. Elas reclamam de falta de tempo para cuidar de si, falta de reconhecimento e falta de liberdade. Algumas dizem que falta tudo.
As brasileiras estão entre as maiores consumidoras de medicamentos para dormir, ansiolíticos e antidepressivos, e também de cirurgia plástica, botox e preenchimentos, tintura para cabelo etc. São as mais insatisfeitas com o corpo, e as que mais deixam de sair de casa, ir a festas, e até mesmo de trabalhar quando se sentem velhas, gordas e feias.
Mas eu tenho uma boa notícia: tudo começa a melhorar após os 50 anos e a curva da felicidade começa a subir.
As mulheres com mais de 60 anos afirmaram categoricamente: “Este é o melhor momento de toda a minha vida: nunca fui tão livre e tão feliz. É a primeira vez que eu posso ser eu mesma”.
Elas se tornam donas do próprio tempo e protagonistas da invenção de uma bela velhice: aprendem a dizer não, não se preocupam tanto com a opinião dos outros, passam a rir mais de si mesmas e priorizar a realização de projetos de vida coerentes com seus valores, vontades e verdades.
Em tempos de tanto ódio, violência e medo, você acha libertador saber que a sua curva da felicidade também pode subir?
Texto de Mirian Goldenberg, na Folha de São Paulo.
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