Da Folha.com
Morreu na manhã deste sábado (17) o ator e diretor Sérgio Britto, aos 88 anos. Ele estava internado desde novembro no Hospital Copa D’or, no Rio, por conta de problemas cardiorrespiratórios. O velório ocorrerá à tarde na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), no centro.
Em agosto, ele já havia sido internado no mesmo local, ao apresentar um quadro de bronquite e infecção respiratória.
Nascido em 29 de junho de 1923, o ator começou a carreira em 1945 e participou em 1948 de uma histórica montagem de “Hamlet” estrelada por Sérgio Cardoso. Renomado nome do teatro brasileiro, com dezenas de prêmios, trabalhou em mais de cem peças, passando de 90 as que subiu ao palco como ator.
À Folha, porém, Britto disse que só começou a se considerar ator em 1953, com as estripulias de “Uma Mulher e Três Palhaços”.
Na televisão, ele foi o diretor de “Ilusões Perdidas”, primeira novela da TV Globo, em 1965.
A mudança na carreira aconteceu quando ele deixou os papéis de galã, adequados ao seu então perfil atlético, e passou a fazer espetáculos difíceis como “Fim de Jogo” (1970), “Tango” (1972), “Autos Sacramentales” (1974) e “Quatro Vezes Beckett” (1985).
Britto relatou abertamente sua tentativa de suicídio, quando cortou os pulsos, aos 22 anos. Segundo ele, era uma tentativa de se libertar, livrar-se da medicina que estudou para agradar os pais –cursou até o sexto ano, na Faculdade da Praia Vermelha, e formou-se em 1948.
Em 2010, lançou a autobiografia “O Teatro e Eu” (Tinta Negra), em que fala dos grandes amigos, como Fernanda Montenegro, e dos colegas com quem se desentendeu, casos de Beatriz Segall, Laura Carneiro, Osmar Prado e outros.
Neste ano, o ator contracenou com Suely Franco na peça “Recordar é Viver”, dirigida por Eduardo Tolentino, em texto de Hélio Sussekind.
O corpo será velado na Assembleia Legislativa do Rio, mas ainda não há informações sobre o horário e local do enterro.
Visto no Jornale.
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