Lucian Freud morre aos 88 em Londres
Ao lado de Francis Bacon, artista britânico revolucionou a pintura figurativa pós-Segunda Guerra Mundial
GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO
Autor de retratos ultrarrealistas e nus contundentes, o pintor Lucian Freud morreu anteontem à noite em sua casa em Londres, aos 88 anos.
Ao lado de Francis Bacon (1909-1992), Freud tornou-se o nome central da pintura figurativa europeia, após a Segunda Guerra Mundial. A notícia da morte foi dada por William Acquavella, marchand nova-iorquino do artista. Segundo ele, o pintor teria morrido depois de "um breve período doente".
Nascido em Berlim em 1922, era neto de Sigmund Freud, fundador da psicanálise. Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, a família de ascendência judaica instalou-se Londres. Lucian tinha então dez anos.
Em diálogo com a tradição europeia, criou ao longo de sua vida um novo estilo de retratar a figura humana -forte, antirromântico, que flertava com o caricatural e às vezes beirava o grotesco.
Submetia seus modelos a sessões exaustivas, dia após dia, até que mostrassem sua vulnerabilidade. "Eu pinto pessoas", disse o artista, "não por sua aparência, nem apesar de sua aparência, mas como elas de fato são".
Freud retratava pessoas comuns -amigos, especialmente- de olhos arregalados para a tela com expressões de fatiga ou angústia. Segundo o crítico John Russell, a relação entre o pintor e seus modelos ultrapassava parâmetros comuns e se aproximava da relação, "clássica do século 20", "entre interrogador e interrogado".
No ano passado, Martin Gayford escreveu sobre a experiência de ser retratado por Freud, no livro "Man with a Blue Scarf" (Homem com cachecol azul).
Vencedor do Prêmio Turner de 1989, Freud era considerado o maior pintor figurativo vivo. Sua obra foi tema de uma grande retrospectiva na Tate Britain, em 2002.
Em 2008 seu quadro "Benefits Supervisor Sleeping", retratando uma adormecida em tamanho natural, bateu o recorde de valor mais alto pago por uma obra de um artista vivo: US$ 33,6 milhões.
Considerado boêmio e impulsivo, casou-se duas vezes. Deixa filhos da união com Kitty Garman e de outras relações amorosas. Foi aluno de diversas escolas de arte. Na juventude, foi influenciado pela nova objetividade alemã, via pintores como Georg Grosz e Otto Dix, além da pintura flamenga.
Flertou com o surrealismo nos anos 40. Mas a influência decisiva em sua obra seria a de Francis Bacon.
Com agências internacionais.
Ao lado de Francis Bacon, artista britânico revolucionou a pintura figurativa pós-Segunda Guerra Mundial
GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO
Autor de retratos ultrarrealistas e nus contundentes, o pintor Lucian Freud morreu anteontem à noite em sua casa em Londres, aos 88 anos.
Ao lado de Francis Bacon (1909-1992), Freud tornou-se o nome central da pintura figurativa europeia, após a Segunda Guerra Mundial. A notícia da morte foi dada por William Acquavella, marchand nova-iorquino do artista. Segundo ele, o pintor teria morrido depois de "um breve período doente".
Nascido em Berlim em 1922, era neto de Sigmund Freud, fundador da psicanálise. Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, a família de ascendência judaica instalou-se Londres. Lucian tinha então dez anos.
Em diálogo com a tradição europeia, criou ao longo de sua vida um novo estilo de retratar a figura humana -forte, antirromântico, que flertava com o caricatural e às vezes beirava o grotesco.
Submetia seus modelos a sessões exaustivas, dia após dia, até que mostrassem sua vulnerabilidade. "Eu pinto pessoas", disse o artista, "não por sua aparência, nem apesar de sua aparência, mas como elas de fato são".
Freud retratava pessoas comuns -amigos, especialmente- de olhos arregalados para a tela com expressões de fatiga ou angústia. Segundo o crítico John Russell, a relação entre o pintor e seus modelos ultrapassava parâmetros comuns e se aproximava da relação, "clássica do século 20", "entre interrogador e interrogado".
No ano passado, Martin Gayford escreveu sobre a experiência de ser retratado por Freud, no livro "Man with a Blue Scarf" (Homem com cachecol azul).
Vencedor do Prêmio Turner de 1989, Freud era considerado o maior pintor figurativo vivo. Sua obra foi tema de uma grande retrospectiva na Tate Britain, em 2002.
Em 2008 seu quadro "Benefits Supervisor Sleeping", retratando uma adormecida em tamanho natural, bateu o recorde de valor mais alto pago por uma obra de um artista vivo: US$ 33,6 milhões.
Considerado boêmio e impulsivo, casou-se duas vezes. Deixa filhos da união com Kitty Garman e de outras relações amorosas. Foi aluno de diversas escolas de arte. Na juventude, foi influenciado pela nova objetividade alemã, via pintores como Georg Grosz e Otto Dix, além da pintura flamenga.
Flertou com o surrealismo nos anos 40. Mas a influência decisiva em sua obra seria a de Francis Bacon.
Com agências internacionais.
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